O natal nas culturas pagãs
Numa época antes de Cristo, o dia 25 de Dezembro era assinalado com grandes festividades pagãs que comemoravam o deus-sol, Mitra. Havia também nesta altura muitos banquetes para festejar o solstício de Inverno e o fim das colheitas. Até que ponto esta e outras tradições pagãs influenciaram os costumes de hoje do Natal? Vamos ver.
fonte: http://obviousmag.org/
As tradições da festa por excelência dos cristãos não têm a sua génese em práticas religiosas, mas antes nas culturas pagãs. Apesar do sentido que a maioria de nós dá ao dia de Natal, em tempos a maioria dos símbolos associados à data tinha um significado muito diferente. Ou pelo menos, assim consta.
Em primeiro lugar, o dia em si. O dia 25 de Dezembro aproxima-se, no hemisfério norte, ao solstício de Inverno e era nesta data que as culturas pagãs celebravam o "Natalis Solis Invictus" (Nascimento do Sol Invencível), uma celebração ao deus-sol, Mitra. O dia 25 está até marcado no Calendário Philocaliano romano, compilado em 354. Também em muitas partes do mundo antigo a comemoração do deus-sol coincindia com o solstício de Inverno, altura em que os povos comemoravam o final das colheitas. A influência do culto pagão terá levado a que este dia fosse o escolhido para celebrar a data oficial do nascimento de Cristo. Aliás, na Bíblia não está assinalada nenhuma data específica, e apenas se pode indicar que o mês terá sido provavelmente Setembro.
Imagem: Silvio Tanaka, licença CC-SA 3.0
Também as velas provêm de uma tradição pagã: eram utilizadas ao crepúsculo para homenagear o deus romano Júpiter, chamando o Sol depois de este se pôr. As grinaldas, que hoje são colocadas nas portas das casas em Dezembro, eram utilizadas no Egipto Antigo para proteger e agradecer: significavam o fim da colheita (ano) e protegiam o lar - daí a sua forma redonda.
O presépio é outro elemento de carácter ambíguo. Apesar de se saber que foi introduzido por São Francisco, há quem defenda que se trata de uma representação de um altar a Baal, figura consagrada na antiguidade babilónica e que estimula a idolatria. Os banquetes são, por outro lado, um hábito antigo e bem documentado. Bebia-se e comia-se com fartura, especialmente na altura dos solstícios. Era um sinal de aliança com Talmuz, Nirode e outros deuses da Babilónia. Nos dias de hoje, o costume da "grande ceia" mantêm-se.
Imagem: 4028mdk09, licença CC-SA 3.0
A festa do Natal é, por isto tudo, mais que um dia religioso do Cristianismo. Tornou-se uma data assinalada globalmente, mas com origem ancestral e múltipla: provem também das culturas pagãs, algumas de carácter mundano. De uma altura em que as comunidades adoravam o Sol e agradeciam à Terra os bons anos de agricultura sem calamidades. A Igreja Romana, com a forte presença destes costumes pagãos, integrou-os, na impossibilidade de os excluir, dando-lhe um significado religioso. Durante a Idade Média, estas tradições persistiram no mundo feudal ocidental, enraizaram-se e mantêm-se na cultura popular dos dias de hoje.
fonte: http://obviousmag.org/
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