quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Segunda Guerra Mundial - Ambiente e Origem - A filosofia de Hitler

A filosofia de Hitler 
imagem ilustrativa/arquivo Google
 O ódio e a violência levaram Hitler ao poder. Ele simbolizava um ponto de vista inteiramente hostil aos ideais que animavam os esforços tendentes ao estabelecimento de uma paz permanente. Contra o conceito de uma comunidade de nações, ele se batia por um nacionalismo fanático. Contra a idéia do domínio do direito, ele antepunha a supremacia da força armada. Os esforços que resultaram na criação da Liga das Nações e assinatura do Pacto de Paris estavam baseados na crença de que a paz não só era desejável como possível, e de que disputas entre nações poderiam ser solucionadas por meios de pacíficas negociações. O espírito que Hitler representava recusava-se a admitir que os desejos da Alemanha pudessem ficar comprometidos por concessões feitas a outras nações. Esses desejos tornaram-se "direitos" que não poderiam ser preteridos, que nem mesmo ficariam sujeitos a negociações, mas teriam que ser concedidos à Alemanha - ou a conseqüência seria a guerra.

Os alemães que adotaram esse ponto de vista, encontraram um objetivo concreto de ataque no Tratado de Versalhes. Por esse tratado, a Alemanha perdeu uma oitava parte de seu território de pré-guerra, inclusive terras que tinham sido suas durante gerações, e mesmo séculos. Perdeu mais de seis milhões de sua população, muitos alemães que assim ficaram separados da mãe-pátria. A perda do território significou a privação de importantes recursos, tais como carvão e ferro; e, além disso, a perda das antigas colônias, privou a Alemanha de outras fontes de abastecimento. Essas perdas serviram para desmantelar-lhe a organização econômica pré-guerra, e suas probabilidades de recompor-se ficaram gravemente dificultadas pelas reparações de guerra que lhe foram impostas. Além disto, o tratado imprimiu-lhe humilhações como a "mentira de culpada pela guerra", pelas quais ela aceitou a responsabilidade pela guerra de 1914; as restrições sobre suas forças armadas de terra e mar e a proibição de ter uma força aérea militar; a criação de uma permanente zona desmilitarizada em ambas as margens do Reno, nas quais nem tropas, nem fortificações eram permitidas; e um exército aliado de ocupação, que permaneceria em solo alemão pelo menos durante quinze anos depois da paz.

O primeiro objetivo da Alemanha nazista foi o de quebrar esses grilhões impostos pelo acordo da paz. Mesmo reconhecendo a perda da Alsácia-Lorena como definitiva, a Alemanha se recusava a aceitar indefinidamente uma situação que deixasse sua fronteira ocidental indefesa contra uma invasão. Na sua fronteira oriental, a Alemanha estava completamente insatisfeita com os limites de 1919. A perda de Dantzig, o desmembramento da Silésia, a criação do Corredor Polonês, que separou terras alemães, tudo, enfim, era olhado como afrontas intoleráveis aos direitos nacionais alemães. O retorno final desses territórios tornou-se, pois, um objetivo consistente da política exterior alemã.

Mas os objetivos de Hitler foram muito além disto. Embora tivesse adotado tanto a atitude militarista como as ambições pangermânicas, que existiram na Alemanha de antes da guerra, acabou por completo com os objetivos da diplomacia de antes da guerra. Bismarck, depois da sua vitória sobre a França, renunciou qualquer desejo de maior extensão das fronteiras alemães. Descrevendo a Alemanha como um "Estado saciado", ele se concentrou na construção de alianças e de amizades que a garantissem contra ataques. Quando os seus sucessores iniciaram uma política expansionista, fizeram-no mais na esfera colonial que na européia. Hitler, no Mein Kampf, manifesta o seu desdém por ambas as políticas. Não é bastante para a Alemanha recuperar as terras que perdeu como resultado da guerra. "A exigência do restabelecimento das fronteiras de 1914, é uma loucura política... As fronteiras de 1914 nada mais significam para o futuro da nação alemã " E a seus olhos a volta das colônias, pelo menos no momento, é igualmente sem importância. "Para a Alemanha, a única possibilidade de realizar uma política territorial solidamente alicerçada consiste na conquista de terras novas na própria Europa."

Atrás dessa idéia jazem as teorias raciais e nacionalistas de Hitler: raça como fundamento de todo o progresso humano, e pureza de sangue como fundamento da raça. "O povo não perece por perder guerras, mas pela perda daquela força de resistência, que é contida apenas no sangue puro." A raça mais alta, a criadora exclusiva da cultura moderna, é a ariana ou nórdica, que se corporifica da maneira mais pura nos alemães. É dever sagrado dos germânicos manter essa pureza e assegurar a sua supremacia sobre as raças inferiores que os rodeiam.

E o dever fundamental dessa raça superior, não é somente o de sobreviva, mas também o de expandir-se. O Estado "deve garantir à raça que ela cumpre uma finalidade sobre este planeta".  A Alemanha tem que possuir toda a terra que for necessária para que o seu povo tenha conforto e segurança. "O direito à terra e solo pode ser mudado para dever, uma vez que sem extensão de solo, uma grande nação se veja condenada à ruína." isso se aplica não somente à atual população da Alemanha, mas ao seu crescimento futuro. "Hoje somos 80 milhões de alemães na Europa. Mas a justeza desta política externa não ficará estabelecida, senão quando dentro de um simples século 250 milhões de alemães estejam vivendo neste continente."

Esta é a doutrina que se resume na frase "sangue e solo". Envolve ela a determinação de reunir todos os alemães num só Estado, e a de adquirir terra bastante para lhes prestar apoio de acordo com o valor de sua superioridade racial. "Sem dúvida, tal política territorial não pode achar por exemplo a sua finalidade cumprida no Camerum, mas sim quase que exclusivamente na Europa". Mas onde na Europa pode a Alemanha encontrar terras para a expansão de sua população? Somente naquela grande planura setentrional que se estende para o leste das fronteiras alemães. "Falando de terras na Europa, hoje em dia apenas podemos referir-nos em primeira instância à Rússia e aos Estados fronteiriços sob a sua influência. Eles parecem ser o caminho que o destino nos aponta". E os povos inferiores que já vivem nessas terras, não têm direito algum que prevaleça contra as necessidades do alemão superior. Como já o expressou grosseiramente Alfred Rosenberg: "A honra racial exige território, e território bastante. Numa luta assim não pode haver consideração por vis poloneses, tchecos, etc. O terreno tem de ser limpo para os camponeses alemães".

Um programa desse modo revolucionário, não deixa claramente lugar para métodos de moderação. Stresemann, com suas limitadas aspirações, pôde ter esperança em ser afinal atendido por meio de negociações pacíficas. Hitler não podia esperar tal coisa e, de fato, não teve desejo algum de adotar esse meio. Ele o repudiou deliberadamente em favor de uma solução pela força. "A reconquista de territórios perdidos" - diz ele no Mein Kampf "não pode ser obtida com solenes apelos a Deus todo-poderoso, ou por meio de piedosas esperanças numa Liga das Nações, mas apenas pela força armada". E, de fato, este método é não somente necessário, mas admirável. "Aqueles que querem viver devem lutar, e os que não quiserem combater neste mundo de eternas lutas, não merecem viver... Nas guerras eternas, tornou-se grande a humanidade - na paz eterna, a humanidade se arruinaria".
 
 

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