quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Segunda Guerra Mundial - Ambiente e Origem -A frente de paz

A frente de paz 
 
A natureza dessa base foi definida por Lord Halifax no dia 20 de março. "Se e quando se tornar evidente para os Estados que não há garantia visível contra os sucessivos ataques dirigidos a todos os que possam parecer que estão no caminho dos planos ambiciosos de dominação, então logo a concha da balança penderá para o outro lado, e em todos os círculos será da mesma forma imediatamente possível encontrar-se mais disposição para considerar que a aceitação de mais largas obrigações mútuas é ditada pelas necessidades de autodefesa, mesmo que o não seja por outras razões."
 
imagem ilustrativa
A política dual da Grã-Bretanha, de fato, mudou agora de natureza. Ela não foi abandonada, mas a ênfase foi diretamente voltada ao avesso. Até aqui o peso maior tinha sido posto na conciliação, com a perspectiva da resistência mantida relutantemente em reserva, como último e desesperado recurso. Agora estava claro que a resistência era a primeira necessidade; mas ainda havia a esperança de que, quando a força e determinação dessa resistência fossem tornadas dominadoramente visíveis, uma volta à conciliação, com alguma perspectiva de sucesso, seria possível.

Um dos resultados foi a aceleração do rearmamento britânico. Já prognosticada na primavera de 1935, a decisão definitiva tinha sido tomada em 1936; e em 1937 a verba de um milhão e meio de libras para um período de cinco anos ficou decidida. Já em fevereiro de 1939 era evidente que esta soma seria possivelmente ultrapassada. Os acontecimentos de março trouxeram razões novas; e de 283.500.000 libras esterlinas do ano anterior, o orçamento da defesa britânica subiu para 382.456.000 libras esterlinas, com aproximadamente 600.000.000 de libras esterlinas em projeto para o ano vindouro. As forças britânicas foram aumentadas no fim de março. Em maio começaram com os Estados Unidos negociações para a acumulação de uma reserva de matérias-primas. E no dia 27 de abril, o passo sem precedentes foi dado pela Grã-Bretanha quando ela anunciou a adoção do alistamento obrigatório em tempo de paz. A nação estava mobilizando suas forças para a emergência vindoura.

Entrementes, a frente unida franco-inglêsa estava sendo firmemente consolidada. A 6 de fevereiro, seus compromissos mútuos foram confirmados por Chamberlain numa declaração de que todas as forças de cada um dos países estariam à disposição do outro em caso de guerra, e de que "a solidariedade dos interesses pelos quais a França e este país estão unidos é tal que qualquer ameaça aos interesses vitais da França, de onde quer que venha, deve determinar a imediata cooperação deste país." O significado desta solidariedade foi demonstrado a 7 de março, quando foram revelados os planos de uma força expedicionária britânica de 19 divisões - cerca de 300.000 homens. A adoção do alistamento obrigatório foi outro sinal das intenções britânicas. Desde então, a Grã-Bretanha e a França, em todas as questões de diplomacia, deviam ser compreendidas como agindo de perfeito acordo.

A mais aguda questão diplomática passava então a ser a Polônia. Imediatamente depois de seus triunfos na Boêmia e no Memel, Hitler voltou a sua atenção para a sua vizinha oriental. Exigiu ele o retorno da Cidade Livre de Dantzig, a cessão de uma faixa de terra para uma rodovia através do Corredor Polonês e crescentes direitos para a minoria alemã na Polônia. Os poloneses rejeitaram a exigência, convocaram tropas e notificaram a França e a Inglaterra. A França já estava ligada à Polônia por uma aliança. Agora, a Inglaterra se colocou a seu lado. A 31 de março, Chamberlain declarou: "No caso em que o governo polonês julgue de importância vital resistir pela força a uma ação que ameace a independência da Polônia, o governo de Sua Majestade ver-se-á na necessidade imediata de emprestar ao governo polonês todo o apoio que estiver ao seu alcance".

Este foi o começo da frente de paz cuja finalidade era impedir nova agressão, se preciso pela força. No mês seguinte, semelhantes garantias foram dadas à Romênia e à Grécia pela França e Grã-Bretanha, e um acordo de assistência mútua no Mediterrâneo foi firmado entre a Grã-Bretanha e a Turquia em maio. Estas garantias constituíram para a política britânica iniciativas quase tão revolucionárias como a conscrição. Mesmo desde a guerra, a Grã-Bretanha se tem recusado firmemente a aceitar acordos remotos e indefinidos na Europa central e oriental. Sua volta a esta política serviu para mostrar até que ponto ela estava resolvida a impedir a todo o custo a ameaça de dominação nazista sobre a Europa.
 
 
 

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