Itália: Bar de surdos quer derrubar tabus
Eles têm entre 25 e 40 anos, preparam cafés expressos e coquetéis. Entre eles está Walter, um confeiteiro napolitano especializado em 'cannoli'. E como se fazem os pedidos? Rigorosamente em LIS: há um cartaz que explica como se diz "café" ou "mojito" e se mesmo assim você não conseguir se expressar, existe um painel que mostra como movimentar as mãos. "A iniciativa começou há três anos, por ocasião da Festa dell'Unità e, diante do grande sucesso, a repetimos", explica Rosanna Petrarchi, intérprete da assistência sanitária de Florença. "O objetivo é divulgar melhor o mundo dos surdos e derrubar alguns tabus em excesso. Os surdos não são mudos, muitos entendem a linguagem labial e aprenderam a falar, ainda que entre si usem a linguagem dos sinais", explicou. Não por acaso os fregueses que toda noite lotam o bar se sentam em círculos: um preciso ver os gestos e os lábios do outro. O Bar Lis também é freqüentado por pessoas que ouvem e que se divertem em aprender a linguagem dos sinais, além de pedirem informações sobre os cursos de LIS organizados pela entidade florentina dos surdos. "Todos têm muita curiosidade e se esforçam para fazer os pedidos com os sinais certos, com a ajuda do vídeo. Para nós o importante é que os nossos problemas e a nossa linguagem sejam conhecidos", comenta Michele, 40 anos, que prepara as bebidas. Vale também tentar sensibilizar alguns políticos. No ano passado Massimo D'Alema esteve no bar. O personagem do ano mais aguardado é sem dúvida Walter Veltroni. "Não importa o partido, mas Veltroni agrada e nós o aguardamos", sorri Michele que, na seqüência toca o queixo com os dedos, que significa "obrigada".
Ansa
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