sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tribunal autoriza suprimir alimentação assistida de mulher em coma na Itália






A Corte Suprema italiana autorizou nesta quinta-feira (13) que sejam suprimidas a alimentação e a hidratação assistida que mantêm viva Eluana Englaro, de 37 anos. Ela está em coma irreversível desde 1992, quando sofreu um acidente de carro. Esta decisão do alto tribunal segue-se a uma longa disputa jurídica de quase dez anos movida pelo pai de Eluana. Ela abre caminho para que, pela primeira vez na Itália, seja facilitada a morte de uma pessoa em coma irreversível. A decisão derruba o recurso apresentado pela Procuradoria de Milão contra a sentença que tinha autorizado o ato.A Audiência Provincial de Milão autorizou, em julho, que fossem interrompidos os tratamentos que mantêm Eluana viva, como pede o pai da mulher, Beppino Englaro, que há mais de dez anos insiste nos tribunais para sua filha possa morrer."Esta sentença é a confirmação de que vivemos em um Estado de direito", afirmou Beppino após tomar conhecimento da decisão.Para autorizar a supressão da alimentação assistida, o tribunal de Milão tinha analisado dezenas de depoimentos de parentes e amigos de Eluana.Esses defenderam que a "extraordinária visão de vida" da mulher em coma era "irreconciliável" com a perda total e irreversível das faculdades psíquicas e com a sobrevivência "só biológica de seu corpo".Agora, segundo a vontade de seu pai, Eluana deixará o instituto onde se encontra assistida por algumas freiras desde 7 de abril de 1994 e será transferida a uma clínica onde passará as últimas horas de vida.Depois da notícia, teve início uma grande onda de reações por parte do mundo político e de vários setores da sociedade, que nestes anos de batalha legal se mostraram divididos."O Supremo autoriza o primeiro homicídio de Estado em nome do povo italiano", disse o deputado da União de Democratas Cristãos e de Centro, Luca Volontè, que criticou os magistrados por emitirem "sentenças bárbaras e homicidas".Para Marco Cappato, eurodeputado italiano pelo Partido Radical, um dos que mais luta pela adoção da eutanásia no país, a sentença "se limita a aplicar a Constituição", que prevê que "ninguém seja obrigado a um determinado tratamento de saúde".A senadora do partido governamental Povo da Liberdade, Laura Bianconi, mostrou seu pesar ao saber que "Eluana morrerá de fome e de sede e sofrendo, só porque os juízes a declararam indigna de viver".O Vaticano também tinha se expressado sobre o caso por meio do presidente do Pontifício Conselho para a Saúde, cardeal Javier Lozano Barragán, que qualificou de "monstruosidade desumana e um assassinato" a possibilidade de suspender a alimentação da mulher em coma. Mas o Vaticano não quis se manifestar depois da decisão desta quinta-feira.O anestesista Mario Riccio, que se encarregou de desligar a maquina de respiração que permitia viver o italiano Piergiorgio Welby, afirmou que "Eluana não sofrerá de fome nem de sede, porque seu estado não lhe permite sentir qualquer coisa".Riccio afirmou que Eluana "não sofrerá", da mesma forma que no caso da americana Terry Schiavo, a quem a Justiça dos Estados Unidos também autorizou a suprimir alimentação assistida.
G1 com agências internacionais
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