Arquitetura vulcânica - Itália
A Itália possui um dos cenários vulcânicos mais activos, marcantes, e deslumbrantes de todo o Mundo. Quem não se recorda da cidade de Pompeia, imortalizada nas cinzas? Numa paisagem tão característica, qualquer projecto arquitectónico se destacaria, ou não tivesse Nápoles o Monte Vesúvio como pano de fundo. Para contrariar este facto, o arquitecto italiano, Renzo Piano, propôs-se criar um edifício que, mais que ocupar esta paisagem, seja parte integrante dela.
O Vulcano Buono é um projecto inovador que, na tradução, é literalmente um “bom vulcão”. Alinhado com o monte Vesúvio à sua frente, este edifício parece a sua versão mais reduzida, sendo o seu aspecto, à primeira vista, o de um vulcão comum. No entanto, não poderia ser mais diferente. Renzo Piano pretendeu criar uma visão contemporânea do mercado italiano, integrando no mesmo espaço áreas comerciais e locais para a realização de eventos e reuniões, que promovam o diálogo e a união interpessoal.
O vulcão artificial, inaugurado a 7 de Dezembro de 2007, inclui na sua cratera uma praça com 150 metros de diâmetro, onde se localizam um teatro exterior e um mercado tradicional, bem como espaços verdes. Ao redor desta área central, numa série de anéis concêntricos, foi criado o suporte para as áreas comerciais do centro.
Este projecto é, no fundo, um centro comercial actual, com espaços públicos, lojas, restaurantes, um hotel, escritórios, etc. O que é realmente notável acerca do Vulcano Buono é a sua natureza de integração com o meio, que vai muito além do aspecto paisagístico. Construído de betão reforçado, a cobertura do edifício, que corresponde às encostas do vulcão, é feita com terra e plantas, visando não só uma acrescida estabilidade estrutural do mesmo dada pelas raízes, mas também amenizar o impacto ambiental de uma estrutura como esta. Indo mais longe, o isolamento conferido pelas plantas é complementado com a integração de clarabóias que permitem a passagem da energia solar para o interior do edifício, reduzindo as necessidades energéticas, quer na iluminação, quer na climatização dos espaços.
Este é um projecto único mas que, como muitos outros, tenta aliar a arquitectura contemporânea às necessidades humanas, mas sem nunca esquecer a harmonia possível e necessária entre o Homem e o ambiente que o rodeia.
Alexandre Romero, um cidadão do mundo. Classicista, escritor, fotógrafo, pintor experimental, o homem dos mil ofícios.
Fonte:: http://obviousmag.org/
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