segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Marrocos


Partimos de Sevillha para Fez, de avião, para essa grande aventura no Marrocos, mas tem muita gente que pega um barco no sul da Espanha e cruza o Estreito de Gibraltar. A diferença cultural é imensa, muito marcante e até chocante. A nossa comunicação era muito limitada, não falamos nada de Françes e muito menos árabe, e lá um ou outro fala um pouco inglês. No começo ficamos um pouco chocado, na verdade não foi só no começo não, no meio e no fim da viagem também continuamos sempre chocados. É muita pobreza, sujeira, muitas vezes díficil até para comer...



Toda cidade tem a Medina, a cidade antiga, um grande mercado, e cada pedaço tem a sua especialidade, tapetes, perfumes, lustres, metais, couros, comidas e olha que tem muitas comidas também estranhas.
O choque cultural é gigantesco, os costumes, tudo era completamente diferente do que nós estavamos acostumados, mas foi um aprendizado incrível. Todos expressam no rosto sofrimento, é impressionante. As mulheres usam burca, muitas andam pelas ruas cobertas dos pés a cabeça, somente com os olhos enigmáticos aparecendo. Olhos que ao mesmo tempo expressam muito e não dizem nada. Não tem nenhum serviço básico, como esgoto e tambem muitas pessoas não tem água em suas casas. Muitos velhos ficam sentados pelas ruas pedindo, doentes, impressiona. Não tem como voltar de uma viagem como esta igual a quando chegamos. Testamos nossos limites e percebemos o tão longe conseguimos chegar. E temos que estar preparados para todas as adversidades de uma viagem como essa.


Higiene é uma coisa que não existe lá, era comum ver pão para vender no chão.
No começo acordavamos todas as madrugadas com uma voz gritando em árabe, que chamava as 5 da manhã, para a primeira oração do dia. Todas as cidades tem auto falantes espalhados por todos os cantos, chamando em árabe aos berros, chamando o seu povo para rezar, juntos… E isso acontece durante o dia todo. Mas depois de 15 dias já estavamos acostumados com tudo e "que viva os contrastes" !!!!!


Hotéis
Com o Lonely Planet na mão sempre escolhiamos depois da terceira dica, a primeira e a segunda sugestões eram muito ruins e mesmo assim não encontravamos nada muito confortável e olha que não temos frescura, somos acostumados a dormir em Hostels em quartos coletivos. Nós sempre preferimos dormir nas Medinas, é mais original, ah ! muito mais e lá sempre tinha uns guias oferecendo Hotel, usamos as vezes essas informações também.


Táxi
Lá tem um tal de Petit Taxi por todo lado, é um taxi super barato, é a melhor opção de transporte, dentro das cidades, só que é coletivo, quando estavamos lá dentro o taxista ia parando e pegando monte de passageiro pelo caminho, e não dava reclamar, não entedemos nada, então mostravamos o endereço e lá iamos nós... Ah ! as vezes o taxista deixava a gente pelo meio do caminho e dai tinhamos que pegar outro táxi. Ficamos também impressionados com o trânsito caótico.


Transporte entre cidades
Usamos o TREM, achamos que é o melhor, mais barato e também o mais seguro meio de transporte. Só prepare-se que são lotados de gente, não muito educados. No caminho tem muitas ovelhas, muitas vilas de um povo chamado Berberes, etnia original do Marrocos, e claro muita pobreza. Cruzar o norte da Africa é no minimo uma experiência diferente.


Negociação no Marrocos
Pechinchar os preços é imprescindível para fazer boas compras, eles dizem que é pouco, e ai começa a negociação e vence o mais forte, quanto mais firmes eramos na nossa oferta mais eles vão reduzindo os preços. Depois de um tempo se acostuma a negociar com os vendedores, apesar de ser uma pratica muito cansativa. Sempre pegavamos um produto nas mãos olhamos, olhamos, falamos: “não quero” e saímos, ai o vendedor vinha atrás e reduzia o preço. Para eles é imperdoável perder a primeira venda do dia, nesse caso faziam de tudo para a gente comprar, parece que é uma questão de religião, não sabemos direito.


Comida
Para comer parece existir só Tajine, Couscous, que são quase a mesma coisa, e brochettes, que são espetinhos. E até um spagetti tinha o mesmo sabor, depois de 15 dias não aguentavamos mais aquele cheiro. E para beber te dão chá de menta o dia todo, lá não tem nenhuma bebida alcoolica. Ah!!! As laranjas são ótimas, nos salvou muitas vezes sempre carregavamos na mochila.
Todos os direitos de textos e imagens(Ellen&Antonio)

Viagemafora

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