segunda-feira, 31 de maio de 2010

Como é mesmo o seu nome?

Ninguém escolhe o seu nome de baptismo mas, se pudesse, escolhia outro! Conheço muito boa gente - adulta - que nunca gostou do seu nome e, posteriormente, mudou-o, arranjou uma alcunha ou outro estratagema qualquer. A minha avó materna, por exemplo, baptizada Joana, sempre quis ser tratada por Ascensão (apesar de no BI constar o seu nome de baptismo). Só bastante tarde descobri o seu verdadeiro nome...
Mas se, entre nós, existem nomes quase surreais, como Transladação dos Ossos de São Francisco Xavier, nesta matéria ninguém ultrapassa os brasileiros na descontracção, criatividade, humor e aberração com que nomeiam os seus filhos. O poeta Oswaldo de Andrade, que adorava chocar a sociedade paulista, não hesitou em dar aos seus dois filhos os nomes de Lançaperfume Rodometálico de Andrade e Rolando Pela Escada Abaixo de Andrade. Aqui há uma dúzia de anos o sociólogo brasileiro Mário Souto Maior publicou um livro no qual tinha recolhido os nomes mais ortodoxos dos seus conterrâneos. Eis alguns: Cavalo Antônio, Céu Azul do Céu Poente, Colapso Cardíaco da Silva, Cólica de Jesus, Crissopasso Compasso, Dezênio Fevereiro de Oitenta e Cinco, Dinossauro Carlos da Silva Rios, Dourado Peitudo, Doroteu Katisplaciano Silva, Dorodhovío dos Anjos, etc.....
Conta ainda o referido sociólogo que Maria de Jesus Galisa, de 21 e solteira, teve um filho a quem chamou Skylab, em homenagem ao laboratório espacial norte-americano que caiu no mesmo dia em que a criança nasceu. Como era pobre escreveu uma carta à NASA pedindo-lhe que a ajudassem a criar o seu filho, na esperança que fossem mais responsáveis que o pai dele...
Mas há mais e mais ortodoxos: Filogénio Lopes Utinguaçu, Ataulpa Atabalipa Inca Vidigal, Juca Acaiaba Dendém Paraguaçu, Grato Ladislau Bus Caramuru. Depois há também os nomes de "légua e meia", como o magnífico Benedito Frôscolo Jovino de Almeida Aimberê Militão de Sousa Baruel de Itaparica Boré Fomi de Tucunduva.
Em Belém do Pará contava-se a história de uma família da ilha do Marajó onde os pais resolveram dar aos filhos nomes terminados exclusivamente em "baldo": Ubaldo e Vilebaldo. Ao terceiro filho o pai decidiu que já eram muitos e decidiu que aquele seria o último, razão pela qual o miúdo se veio a chamar Parabaldo. Infelizmente houve mais uma gravidez imprevista e a solução foi chamar Seguebaldo à criança...
Ainda em Belém do Pará outra família deu aos filhos os nomes de Prólogo, Soneto, Ementa e, pensando que aquele seria o último, Epílogo de Campos. Contudo veio a nascer mais uma criança - uma menina: Errata de Campos. Por seu lado, Epílogo de Campos (recentemente falecido) para manter a tradição literária da família baptizou os seus filhos com os nomes sugestivos de Estrophe, Poesia, Verso e Pessoína - em homenagem a Fernando Pessoa, claro está!
Fonte: http://obviousmag.org/

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