sábado, 2 de outubro de 2010

Tese de que cometa teria destruído cultura pré-histórica é contestada

Impacto extraterrestre seria desnecessário para explicar mudanças na população da América do Norte
Um grande choque de cometa teria resfriado o Norte da América, mas agora a teoria é fortemente contestada. Ilustração. Crédito: Skins16
Por Estadão

Uma nova pesquisa lança um desafio contra a teoria controversa de que um antigo impacto de cometa devastou o povo de Clóvis, uma das mais antigas culturas conhecidas a ter vivido na América do Norte. Os arqueólogos Vance Holliday, da Universidade do Arizona, e David Meltzer, da Southern Methodist University, argumentam, na edição de outubro da revista científica Current Anthropology, que não existe nada no registro arqueológico para sugerir um colapso abrupto das populações de Clóvis.

"Se houve ou não um impacto extraterrestre, trata-se de uma questão de testes empíricos no registro geológico", escrevem os pesquisadores. "No que diz respeito ao registro arqueológico, um impacto extraterrestre é uma solução desnecessária para um problema arqueológico que não existe". A teoria do cometa surgiu em 2007, quando uma equipe de pesquisadores anunciou ter encontrado evidência de uma grande colisão que teria ocorrido há 12.900 anos. Atribuiu-se a esse choque um súbito resfriamento do clima na América do Norte, matando mamutes e outros grandes animais.

Isso também poderia explicar o desaparecimento do povo de Clóvis, cujas pontas de lança características somem do registro arqueológico pouco depois do suposto impacto. Como evidência do súbito colapso populacional dessa cultura, os proponentes da teoria do cometa citam o fato de que poucos sítios mostram sinais de ocupação humana após a época.
 
Pontas de lança que, segundo a arqueologia local, seriam dos Clóvis. Crédito: Archaeology
 
Nos locais onde há esses sinais, os artefatos de Clóvis e pós-Clóvis estão separados por uma camada arqueologicamente estéril, indicando uma lacuna entre civilizações. Mas Holliday e Meltzer contestam essas alegações. Argumentam que a falta de sinal de ocupação nos sítios não permite presumir um colapso populacional. Holliday lembra que muitos sítios arqueológicos da época marcam áreas de matança de caça e seria improvável que os caçadores realizassem seguidas matanças sempre nos mesmos lugares.

Além disso, Holliday e Meltzer compilaram datações de radiocarbono de 44 sítios arqueológicos e não encontraram evidência de lacunas coincidentes com o suposto período pós-cometa. Os dois acreditam que o desaparecimento das pontas de lança típicas da cultura de Clóvis é mais facilmente explicado por uma opção tecnológica e não por um colapso populacional.
 
Agradecimentos a: Paulo R. Poian.

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