Ali Agca: ordem para matar o Papa João Paulo II veio do próprio Vaticano

O terrorista turco Mehmet Ali Agca, que em 13 de maio de 1981 baleou o papa João Paulo II em Roma, na Itália, disse em uma declaração à televisão turca, que a ordem para matar o líder da Igreja Católica Apostólica Romana veio do próprio Vaticano.

Ali Agca foi libertado em 18 de janeiro deste ano, depois de passar 30 anos na prisão por tentativa de assassinato do Papa João Paulo II em 1981, eo assassinato do jornalista turco Abdil Ipecki em 1979.

"O Vaticano decidiu sobre o assassinato do papa. Eles planejaram e organizaram. A ordem para matar o papa foi dada pelo secretário do Vaticano, Cardeal Casaroli", disse o terrorista turco.

Em um comunicado logo depois de tentar matar o papa, Agca disse que agiu sozinho. Esta nova declaração é uma das várias declarações contraditórias, que tem feito desde 1983, quando ele foi perdoado por João Paulo II quando visitou na prisão.

Hoje, Ali Agca é de 52 e sofre de problemas mentais, dizem os analistas. Pouco depois de ser libertado, ele disse que era "o segundo Jesus Cristo" e ele "está reescrevendo a Bíblia." No meio de frases desconectadas libertado da prisão, Agca disse: "Eu sou o Cristo eterno."

Anteriormente, Ali Agca disse que ele estava ligado a um grupo e acusou o serviço secreto palestino na Bulgária para a tentativa de assassinato do Papa João Paulo II. Quando foi preso, em 1981, Agca disse que ele era um membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina, mas a organização negou qualquer relacionamento com ele.

Mais tarde, Ali Agca disse que ele era parte de uma conspiração financiada pela Bulgária, apoiado pela KGB, para assassinar o papa por seu apoio ao movimento polonês "Solidariedade". Esta declaração especial de Ali Acga nunca foi confirmada.

Preso na Itália, inicialmente, Ali Agca foi condenado à prisão perpétua pelo

A tentativa de assassinato do Papa João Paulo II, mas recebeu anistia do presidente Carlo Azeglio Ciampi, em Junho de 2000.

Em seu retorno à Turquia, Agca foi preso pelo assassinato do jornalista Abdi Ipecki, em 1979. Suspeita-se Ali Agca era simpático à organização de extrema-direita Lobos Cinzentos. Na década de 1970 lutaram contra os esquerdistas, como foi o caso de Abdi Ipecki.

João Paulo II foi baleado na mão esquerda, no abdômen e braço direito, mas as balas não atingiram nenhum órgão vital. O papa conversou com Ali Agca na prisão Rebibbia em 1983, quando ele teria dito a mãe do turco: ". Fique tranqüilo, porque eu tenho perdoado o teu filho"

Segundo Abosoglu Yilmaz, um de seus advogados, antes de ser libertado, Ali Agca foi examinado por psicólogos em um hospital militar, que declarou-lo mentalmente desequilibrada e dispensados do serviço militar. O laudo médico deve ser aprovado pelo Ministério da Defesa.

A libertação de Ali Agca reacendeu o mistério em torno das causas que estiveram por trás da tentativa de assassinato do Papa João Paulo II, que nunca foram esclarecidas. A verdade é que depois de três investigações e os julgamentos de três búlgaros e quatro turcos, esses links para o crime nunca foram provadas.

Em uma visita à Bulgária realizado em 2002, João Paulo II disse que não acredita que este estado nos Balcãs foi envolvido na tentativa de homicídio. Após seu encontro com o turco na prisão em 1983, João Paulo II disse que Agca tinha pouco treinamento militar e não acredito que ele agiu sozinho.

Em um comunicado divulgado por seus advogados, Agca disse que nas próximas semanas, todas as dúvidas serão esclarecidas sobre a tentativa de assassinar o Papa João Paulo II, incluindo os relativos à eventual participação dos governos soviético e búlgaro.

Antonio Carlos Lacerda

Pravda.Ru

Brasil