Berlusconi pede ajuda a aliado para evitar queda de seu governo na Itália
Da AFP - O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, solicitou nesta terça-feira (9) a mediação de seu polêmico aliado Umberto Bossi, líder da Liga Norte, para evitar a queda do governo após a crise política aberta por seu ex-aliado Gianfranco Fini, que pede sua renúncia.
Berlusconi, que se nega a deixar o cargo, decidiu pedir a Bossi que "negocie" com Fini, atual presidente da Câmara dos Deputados, que rompeu definitivamente no domingo com o chefe de governo, pedindo sua renúncia e a criação de uma nova coalizão de governo.
"Berlusconi me pediu para negociar com Fini e tenho a autorização de Fini para negociar com Berlusconi", declarou Bossi durante uma visita realizada com o chefe de governo às regiões do norte gravemente atingidas pelas inundações.
O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, discursa nesta terça-feira (9) em L'Aquila. (Foto: AP)
A reunião entre Bossi e Fini foi fixada para quinta-feira, informaram fontes parlamentares.
A grave crise na Itália ameaça o futuro político do magnata das comunicações, que vem perdendo popularidade nos últimos meses. Muitos jornalistas classificam o momento como "clima de fim de mandato".
Ante a possível queda do governo cada vez mais desprestigiado por escândalos envolvendo seu líder e debilitado pelas acusações da indústria de automobilismo e falta de iniciativa, muitos preferem um governo "técnico", que tenha uma duração limitada, já que nenhuma das formações políticas atuais, nem de esquerda, nem de direita ou centro, estão em condições de ganhar as eleições.
Segundo o jornal italiano "La Repubblica", Bossi se propôs a ser mediador por temer eleições antecipadas e que a lei para o federalismo fiscal seja esquecida no Parlamento. Esta lei faz parte de uma luta histórica e razão de ser deste movimento nortista.
A imprensa não exclui também que se chegue a um acordo entre as partes, modificando a lei eleitoral vigente, que beneficia de uma forma exagerada a coalizão que sai vitoriosa, e se for adotado um federalismo fiscal "solidário", que garanta contribuições às regiões pobres do sul, como deseja Fini.
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