Garibaldi, tudo sobre o herói dos dois mundos

Roma - Por Silvia Lambertucci -  Muitos os retratos do herói dos dois mundos, ao lado de armas, bandeiras, impressos. Mas também uma avalanche de itens com sua imagem, de relógios de mesa a utensílios de uso comum, que refletem como sua popularidade era grande e difundida desde o começo.

Às portas de 2011, se antecipam com uma grande exposição romana dedicada a Giuseppe Garibaldi, 'Tutt'altra Italia io sognavo' (Eu sonhava com outra Itália, em uma tradução livre), as celebrações dos 150 anos da Unificação da Itália.

''Talvez ele seja ainda hoje o italiano mais famoso do mundo'', destaca abrindo a resenha em Castel Sant'Angelo com o subsecretário do Patrimônio Cultural Francesco Giro, o presidente da Comissão 150 anos, Giuliano Amato. Ele destaca com satisfação a contribuição do Estado e das Regiões, com o Ministério dos Bens Culturais e as regiões Lazio e Sicília, ''porque a política manifesta atualmente suas tensões, mas as comemorações de 2011 deveriam passam incólumes'', afirma ele.

Começa-se por Garibaldi, muito popular na época como hoje, a 150 anos de distância, comenta Amato. Tanto isso é verdade que em Caprera o general continua a receber 80 mil visitantes por ano. ''Um número respeitável. Quem sabe quantos políticos de hoje não ficariam felizes em receber tanta gente em casa'', diz sorridente o ex-presidente do Conselho de Ministros.

O seu papel para a Unidade da Itália foi tão importante como o de Giuseppe Mazzini (político e revolucionário do movimento italiano chamado Risorgimento) e o Conde de Cavour (Camillo Benso, um dos líderes do movimento de reunificação). Mas entre os três ele continua sendo o mais popular, destaca Amato, talvez também porque, por ser um homem do século XIX, soube antecipar o uso dos meios de comunicação de nosso século. A começar pela camisa vermelha, sua genial invenção.

Homem símbolo do Ressurgimento, comenta por sua vez o subsecretário Giro, ''Garibaldi foi o ponto de encontro e a síntese entre Mazzini e Cavour, primeiro como intérprete do voluntarismo de Mazzini e depois como artífice do pragmatismo de Cavour''. É justo que a exposição seja aberta em 2010, acrescenta Giro, em coincidência com os 140 anos de Roma como capital, pela qual o herói dos dois mundos "desempenhou um papel importante".

Mídia parceiro da iniciativa, Il Giornale di Sicilia, jornal que surgiu em 1860: ''Como Jornal da Sicília queríamos uma Itália unida há 150 anos e ainda queremos, destaca o co-diretor Giovanni Pepi. Mas também sabemos que hoje a Itália pode ser diferente e melhor se o Sul souber ser diferente e melhor, se a Sicília conseguir mudar, se formos capazes de gastar melhor os recursos e este é o desafio''.

Nos muros de Castel Sant'Angelo, onde foram aprisionados muitos heróis do Ressurgimento, a exposição - cujo núcleo principal é formado pela coleção de Francesco Tronca - começa com a expedição dos Mil. Sala após sala percorremos os acontecimentos importantes da vida de Garibaldi, da República romana de 1848-49 às batalhas na América do Sul, à tentativa desesperada para derrotar os franceses para anexar Roma à defesa das ideias revolucionárias da França em 1870.

O percurso termina, depois de uma sala dedicada aos numerosos retratos da época, com um retrato moderno do herói, pincelado em preto e branco e assinado por Francesca Leone, filha de Sergio, o diretor de C'era una volta in America (Era uma vez na América). O rosto do herói aparece envelhecido, o olhar marcado e intenso. Perfeito ao pensar naquela sua frase que foi escolhida para intitular a mostra, ''Tutt'altra Italia io sognavo...'', comenta Amato.

A visitação está aberta até 3 de abril, de terça a domingo, das 9h às 19h. De abril a setembro de 2011, adianta a diretora do museu Maria Grazia Bernardini, Castel Sant'Angelo receberá mais uma exposição para as comemorações dos 150 anos da Unidade da Itália, com foco na recuperação e preservação do patrimônio artístico italiano.

 
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