sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Qual o limite entre a loucura e a sanidade?

“Talvez a vida seja uma loucura. Você é louco se alguma vez contou uma mentira e gostou. Ou se já desejou ser criança para sempre.” Questão tratada com muita sensibilidade em “Girl, Interrupted” (Garota Interrompida, no Brasil / Vida Interrompida, em Portugal, 1999, EUA/Alemanha). O filme fala acerca dos limites da mente humana e o que é considerado normal ou não. 


O roteiro é baseado na história verídica da escritora americana Susanna Kaysen – autora do livro autobiográfico “Girl, Interrupted”.
A estória se passa no final dos anos 60. Susanna é uma jovem cheia de dúvidas e questionamentos, como qualquer outra jovem de sua idade, mas que em um dia ruim toma vodka com aspirinas. É o suficiente para que seus pais a mandem para uma instituição psiquiátrica.
Apesar de o filme trazer personagens com diferentes tipos de distúrbios - sociopatia, anorexia, cleptomania, bipolaridade, por exemplo - concentra-se em questões não tão óbvias, em questões existenciais muito particulares. Susanna era um pouco perdida, de poucas atitudes, no entanto buscava o autoconhecimento. Mas não suportou a pressão de atingir as expectativas da sociedade e desempenhar, sem máculas, seu papel. Refugiou-se, ainda que relutante, entre pessoas que, assim como ela, não se adaptavam e por isso fugiam do padrão considerado normal.
O drama busca dialogar sobre o conceito de loucura. Será parte da nossa existência, sendo intrínseca ao homem? O que é, afinal, a loucura? Susanna Kaysen a chamou de uma amplificação dos sentidos e dos desejos. A loucura é um ato de suspensão no qual nos encontramos vez ou outra, é um estado que surge quando os sentimentos nos levam ao limite. Quando o bom senso desequilibra, e há o exagero. É uma interrupção do que se julga conveniente. A loucura ocorre quando as pessoas normais se assustam, quando são mais espontâneas do que imaginavam ser. Ou tomam atitudes mais radicais do que tencionavam tomar.


Há uma tênue crítica neste filme acerca da necessidade de adaptação e ajuste às regras e condutas que todos reconhecem como aceitáveis, retendo uma impulsividade genuína que é a verdadeira personalidade de uma pessoa.
Apesar de um tema como este correr o risco de se tornar pedante e muito reflexivo, o longa o trata de maneira muito sutil, sem deixar o espectador absorvido em uma cansativa introspecção.
O filme é estrelado pela talentosa Winona Ryder, indicada a dois prêmios Oscar por “Adoráveis Mulheres/Mulherzinhas” (Little Women, EUA, 1994) e “A Época da Inocência/ A Idade da Inocência” (The Age of Innocence, EUA, 1993). O elenco traz ótimos nomes como Angelina Jolie, que aqui ganhou o Oscar de Melhor Atriz coadjuvante, e os veteranos Jeffrey Tambor , Vanessa Redgrave e Whoopi Goldberg, com interpretações memoráveis. A direção é de James Mangold (Johnny & June, EUA, 2005).
Winona, além de protagonizar a estória, interpretando Susanna, também é uma das produtoras executivas do filme, o que comprovou seu talento também por trás das telas, visto que a produção do longa foi muito elogiada pela crítica especializada.
Garota Interrompida tem uma extraordinária trilha sonora com clássicos do rock como “The Band”, “Jefferson Airplane”, “The Mamas & The Papas”, “The Chambers Brothers”, “Van Morrison”, e mesmo a diva “Aretha Franklin” e “Wilco”.


Fontes das imagens: 1, 2, 3.

 

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