sábado, 29 de janeiro de 2011

Crítica do filme "A Rede Social"

arquivo virtual/google
Retrato de uma geração  
 
O ano de 2010 não foi muito bom cinematograficamente, mas começou e acabou com chave de ouro. O primeiro filme a que assisti em janeiro foi o excelente Avatar, que só não ganhou o Oscar porque a Academia resolveu premiar pela primeira vez uma mulher, ainda que para isso escolhesse um filme inferior (Guerra ao Terror). Tudo estava armado: até o fato de a cerimônia ter acontecido no Dia Internacional da Mulher. E, em dezembro, foi exibido o que para muitos críticos foi o melhor filme de 2010: A Rede Social (The Social Network), de David Fincher. 
 
As conseqüências do avanço tecnológico e sua influência no mundo dos negócios e no caráter das pessoas são o tema do filme, a história de como Mark Zuckerberg, um estudante de Harvard, de apenas 19 anos, criou o Facebook, um fenômeno da internet. Se aqui no Brasil o Orkut foi e ainda é a maior atração para os jovens, o Facebook é para os adultos e em escala internacional muito mais relevante, com 500 milhões de usuários na época em que o filme foi rodado. O filme conta como Mark (Jesse Eisenberg), furioso por ter sido dispensado pela namorada, bloga falando sobre ela e depois montando um jogo de aprovação com as fotos das alunas da escola, que chama tanta atenção, que a rede fica sobrecarregada e cai. Mostrando ter grande talento em computação, atrai alunos do curso superior e bem mais ricos, que o convocam para ajudá-los a montar uma rede de amizades naquela prestigiada escola. Mark aprova a ideia, mas consegue enxergar bem adiante. Cria a rede social com seus próprios meios e rapidamente a expande para outras universidades, com o financiamento do colega Eduardo Saverin (Andrew Garfield). O sucesso atrai investidores e a dupla se vê jogada no mundo dos negócios. Os autores da ideia processam Mark querendo uma indenização. Novos parceiros colocam Eduardo de lado e novo conflito acontece. 

Tudo isso é narrado da forma mais interessante possível, mesmo para quem nem sabe mexer com a internet, graças ao talento do diretor David Fincher, autor do melhor filme de serial killers já feito, Seven – Os Sete Crimes Capitais. O filme funciona também pelo talento dos jovens atores Jesse Eisenberg, Andrew Garfield e do cantor-ator Justin Timberlake, que ajudam a dar o tom de realismo à trama. Adicione-se o achado que foi o par de gêmeos idênticos, remadores olímpicos e superatletas Tyler e Cameron Winklevoss, com Armie Hammer vivendo os dois papéis com inteligência e ajuda de efeitos especiais, como os rivais de Mark. Tanto Eisenberg será forte candidado ao Oscar de ator principal, como Saverin ou Hammer ao de ator coadjuvante.

Mesmo os nomes dos personagens sendo mantido os mesmos, A Rede Social  é menos um retrato psicológico do fundador do Facebook, cuja personalidade muda com o correr da trama, do que o instantâneo de uma geração informatizada e plugada. A despeito de alguns tópicos que poderiam soar pouco interessantes, o filme é realizado como um thriller, no qual as ideias e palavras ganham vigor. É uma história contemporânea sobre uma nova elite que chega ao poder, e uma também uma fábula sobre a alma humana, de ambição e poder, que não fica a dever a muitos clássicos.

A Rede Social foi escolhido o melhor filme do ano pelo National Board of Review, um grupo formado por 110 críticos americanos, e é fortíssimo candidato a ganhar os principais Oscars em 2011.
 
Cotação: ***** (excelente)

porFlavio Orsini Costa Val

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