Os empresários mais bem pagos da Itália
Milão - A Consob (Commissione Nazionale per le Società e la Borsa) acende um farol sobre os salários e as indenizações dos top manager e sobre os planos de sucessão e autoavaliação dos órgãos administrativos das grandes empresas cotadas na Bolsa de Milão. E o faz em vista da próxima temporada em assembleia, lançando uma consulta para o mercado sobre um projeto de comunicação nas três áreas temáticas vinculadas à atividade dos órgãos administrativos, ou seja, Conselhos de Administração e diretorias.
O projeto desenvolvido pela entidade se refere à remuneração dos líderes empresariais, com particular atenção aos regimes de indenizações no caso de rescisão antecipada do trabalho; aos planejamentos de sucessão para a transição na cúpula; e à autoavaliação dos órgãos administrativos.
"As informações sobres estes três pontos deverão ser informadas aos acionistas e ao mercado antes da próxima assembléia, em respeito ao Artigo 114 da Lei Consolidada sobre Finanças (TUF)", anuncia a Comissão.
A ação da Consob diz respeito às principais sociedades cotadas na Bolsa de Valores, isto é, às 38 empresas italianas que estão no índice FTSEMIB.
A intervenção Consob é de natureza transitória "porquanto as temáticas alvo do comunicado serão definidas de forma mais sistemática no âmbito das medidas regulamentares que a Comissão pretende adotar em 2011, após consulta ao Banco da Itália e ISVAP - no que se refere aos sujeitos respectivamente vigilantes, a fim de transpor as recomendações europeias em termos de remunerações dos gestores", explica a nota.
"O objetivo da intervenção - afirma a entidade sob o comando de Giuseppe Vegas - é melhorar a transparência em relação ao mercado sobre os aspectos de governança corporativa que são particularmente relevantes na atual fase de mercado e sobre os quais, como surgiu das análises da Consob, as informações fornecidas pelas sociedades são muitas vezes incompletas, genéricas e difíceis de comparar".
Em particular, no planejamento sucessório - tema que ainda não foi regulamentado, segundo a Comissão "recentes acontecimentos societários demonstraram o quanto é importante para uma empresa ter um plano estruturado para a sucessão de seus diretores executivos: a existência de planos idôneos de sucessão permite à empresa não só substituir imediatamente os administradores destituídos de seu cargo, garantindo a continuidade e a segurança da gestão empresarial, como também selecionar os melhores candidatos à sucessão".
O episódio Unicredit não é diretamente citado, mas o pensamento se dirige ao banco e ao pós-Profumo (Alessandro Profumo renunciou ao cargo de CEO de Unicredit em 21 de setembro do ano passado, para evitar um confronto entre os maiores acionistas no Conselho Administrativo).
Em geral, a Consob afirma que "um plano de sucessão bem concebido deveria identificar, para cada posição-chave na empresa, os critérios e regras para a seleção dos possíveis candidatos à substituição, internos e externos. Na ausência de tais planos, a substituição de diretores pode não ocorrer prontamente, resultando em descontinuidade e incerteza na gestão empresarial, com consequências negativas tanto em termos de desempenho como de reputação".
OS EMPRESÁRIOS MAIS BEM PAGOS EM 2009 - Segue-se a lista dos 10 empresários mais bem pagos em 2009, com base em dados do orçamento publicados em 2010, segundo elaborações do jornal Il Sole 24 Ore. Entre parênteses, a empresa da qual deriva a maior parte das taxas que, às vezes, gozam de "arredondamento" ligados à presença de mais gestores de um Conselho de Administração:
1) Puri Carlo Negri (Pirelli RE) - 15,2 milhões (14 milhões em indenizações)
2) Claudio De Conto (Pirelli) - 7,3 milhões (dos quais 4,95 milhões até o fim do contrato de trabalho)
3) Marco Tronchetti Provera (Pirelli) - 5,9 milhões
4) Antoine Bernheim (Generali) - 5,58 milhões
5) Luca Cordero di Montezemolo - 5,1 milhões (Ferrari)
6) Mauro Pessi (Brembo) - 5,1 milhões
7) Sergio Marchionne (Fiat) - 4,78 milhões
8) Pier Francesco Guarguaglini - 4,7 milhões (Finmeccanica)
9) Paolo Scaroni (Eni) - 4,4 milhões
10) Alessandro Profumo (Unicredit) - 4,26 milhões.
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