sábado, 1 de janeiro de 2011

Uma atração turística mastigada - The Gum Wall

Responda por favor às seguintes questões: Alguma vez pensou em ir a Seattle? Resiste normalmente bem aos germes? Tem especial predileção por visitar muros ou paredes famosas? E por fim, mas não menos importante, qual é a sua posição em relação às gomas de mascar? Se respondeu de forma positiva a todas estas questões, permita-me que lhe apresente The Gum Wall.


Não sendo uma Wall of Fame, esta Gum Wall, ou Wall of Gum, não deixa de ser menos famosa por isso, ou de merecer uma visita sua. Na verdade, está tão bem considerada que em 2009 passou a figurar no segundo lugar do top 5 das atracções turísticas com mais concentração de germes do mundo. Ao lado de nomes tão importantes como a Praça de São Marcos em Veneza, ou a Pedra de Blarney, na Irlanda – que ficou em primeiro lugar.
Mas um bocadinho como a Lei da Gravidade de Newton ou o Princípio de Arquimedes, que foi descoberto na banheira, The Gum Wall não foi um projecto deliberado. Corria o ano de 1993 quando em Post Alley, por baixo do Pike Place Market, um grupo de espectadores que aguardava na fila do Market Theatre mastigava o tédio como forma de enganar o cansaço pela demora. Quando as pastilhas que lhes entretinham o cérebro perderam o sabor, eles colaram-nas na parede.
Ao início usavam-nas como meio de afixar moedas – quem sabe se para mostrar que tinham dinheiro para pagar as peças pelas quais esperavam e desesperavam - mas com o tempo foram-se as moedas e ficaram só as pastilhas. Mais concretamente, 4,57m de altura por 15 metros de largura de um “papel de parede” autocolante e de aroma frutado que não pára de crescer.
Os trabalhadores do Unexpected Productions’ Seattle Theatresports - donos da parede em causa - ainda tentaram por duas vezes raspar as pastilhas, mas desistiram por volta de 1998, quando funcionários do Pike Place Market se aperceberam de que a parede virara uma atração turística, com as pessoas a aglomerarem-se para verem as pastilhas e formas de arte à volta delas, e não tanto as produções em cartaz.


De lá para cá, esta parede foi tomada de assalto e é agora uma autêntica galeria de arte a céu aberto. Desde mensagens a posters ou até cartões de visita, esta parede tem servido para afixar de tudo um pouco. Milhares e milhares de molares têm trabalhado este “barro” mui sui generis, mastigando-o até ele atingir o ponto de rebuçado, para depois o entregarem a dedos engenhosos que o esticam ou amassam, transformando-o em coisas tão surpreendentes e variadas como caras de tartarugas ninja, corações ou bandeiras. E assim, pastilha a pastilha, a parede não morre e o mito cresce.
Mas e os germes? Os germes também crescem, é um fato. Em última instância, esta parede não deixa de ser um enorme aglomerado de germes. E, sim, o resultado visual é melhor se reservarmos alguma distância (de segurança). Mas creio que não é preciso ser proveniente de Singapura, onde as gomas de mascar foram proibidas, para se poder afirmar com toda a convicção que, nojenta ou não, esta parede é algo a que não se fica indiferente.


E, ao que parece, para além do lado artístico esta simpática cultura de bactérias tem se revelado uma forte aliada dos municípios, que testam com a Gum Wall a resistência das pastilhas às adversidades atmosféricas e à passagem do tempo, conseguindo perceber como, e quanto, é preciso investir para as eliminarem das ruas.
E a verdade é que elas resistem tão bem que quem sabe se daqui a muitos, muitos anos, quando hipoteticamente a Terra já não for habitada por humanos e seres de outros planetas visitarem os destroços do que sobrou da nossa história, esta cultura de bactérias impregnada de DNA humano que habita a Gum Wall deixe transparecer uma outra cultura: a nossa, glueing it all together.


Em 2009, Jennifer Aniston ajudou à popularidade desta parede ao protagonizar um filme chamado Love happens que teve uma das suas cenas filmada lá. E porque ninguém é infeliz ao pé destes tijolos, muitos jovens casais servem-se deles e vão até lá trocar juras de amor e alguma saliva, enquanto posam para a posteridade vestidos de noivos. 

Eis uma parede divertida. Um must go, must do, must see.


Fontes das imagens: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8.




 

5 Comentários:

Cidadão Araçatuba disse...

Interessante a postagem! Parabéns pelo blog, estou te seguindo!

Anônimo disse...

Kkkkk... O mundo virou am antro de gente sem qualquer noção. Tudo vira "arte". Fico imaginando se o Brasil, que adora copiar as idiotias estrangeiras, não irá fazer uma parede coberta não de goma de mascar, mas de merda. Aff!

kharhan disse...

Também acho kkkkkk....valeu Assi Sales

Vampira Dea disse...

Começou despretensiosamente e virou arte. Nojenta sim, mas bem simpática. Penso que toda forma de arte vale a pena.

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