As frentes internas
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A declaração do gabinete de guerra britânico, a 9 de setembro, de que os planos estavam sendo feitos de acordo com a presunção de que a guerra durasse três anos ou mais podia ser tranqüilizadora, mas dificilmente será tida como inesperada. Em contraste com o ocorrido em 1914, quando se esperava uma vitória rápida e fácil, havia agora poucas ilusões sobre o caráter sério da luta em que as nações tinham entrado. Diante de tal perspectiva, ambas as facções pareciam determinados a evitar o mais possível as dispendiosas confusões da última guerra, no terreno civil não menos que no militar. Em 1914 se verificara arraigada relutância em perturbar o curso normal da vida civil, mesmo com sacrifício de uma maior eficiência militar. Em 1939 era evidente desde o começo que todas as atividades nacionais tinham que ser orientadas com o único propósito de se obter o máximo da eficiência bélica.
Para as democracias isto significou a regularização e coordenação dos esforços econômicos até um ponto muito mais extensivo que o que jamais tinham conhecido até então, dirigidas por uma concentração de autoridade muito mais poderosa que qualquer outra que existira em tempos de paz. A Grã-Bretanha e a França preferiram evitar a palavra "ditadura", como também o que ela representava. Mas para a direção eficiente das energias nacionais a uma finalidade suprema, alguma forma de autoridade central, munida de poderes adequados, era absolutamente essencial. O reconhecimento deste fato serviu de base à organização dos gabinetes de guerra em ambos os países.
Por trás dessa resolução, entretanto, ostentava-se um fato ainda mais fundamental. Este era a manutenção, em ambos os países, do sistema do governo parlamentar. A autoridade obtida pelos ministros franceses e ingleses descansava solidamente na sóbria decisão de uma maioria de representantes selecionados da nação. O parlamento britânico, a 24 de agosto, votou a Lei dos Poderes de Emergência (Lei da Defesa), que conferiu ao governo o direito de impor extensivas regulamentações decididas em sessão de conselho. O governo francês, a que já tinha sido dado o direito de agir por meio de decretos temporários, teve esse direito confirmado para a duração da guerra, por voto da Câmara, a 30 de novembro, e do Senado, a 1o de dezembro. Mas nenhuma dessas medidas era de alguma forma uma abdicação da autoridade fundamental do parlamento. O gabinete existia, e os ministros exerciam os seus poderes, sujeitos em última instância à aprovação das legislaturas eleitas; e ou o Parlamento podia anular esses poderes ou impor-se ao ministério toda a vez que tal ação se mostrasse desejável no interesse nacional.
Isto foi demonstrado pela crítica constante, se bem que razoável, que os governos dos dois países tiveram que sofrer e satisfazer. Nos primeiros dias da guerra, foi a Câmara dos Comuns que promoveu uma drástica modificação dos regulamentos do Decreto das Medidas de Guerra nos interesses de uma pior liberdade pessoal. Na França, semelhante criticismo pôs fim a alguns dos piores absurdos da censura, inclusive a supressão de toda a crítica à política governamental; na Inglaterra, isto teve resultado igual com a reorganização do impropriamente denominado Ministério da Informação. Mas tais realizações reforçaram a eficácia do governo democrático, ao invés de enfraquecê-la. Conforme Mr. Churchill disse numa irradiação de 27 de janeiro:
"No nosso país, os homens públicos sentem orgulho em serem servidores do povo. Envergonhar-se-iam de ser seus patrões. Ministros da Coroa sentem-se fortalecidos por terem ao seu lado a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes, a se reunirem com grande regularidade e buscarem contínuas oportunidades de estimular suas atividades. Naturalmente, é bem verdade que surgem muitas vezes severas críticas ao governo em ambas as Casas. Mas nós não nos ressentimos com a crítica bem-intencionada de qualquer homem que queira vencer a guerra. Nem mesmo a crítica honesta nós evitamos, e esta é a mais perigosa de todas."
Para as democracias isto significou a regularização e coordenação dos esforços econômicos até um ponto muito mais extensivo que o que jamais tinham conhecido até então, dirigidas por uma concentração de autoridade muito mais poderosa que qualquer outra que existira em tempos de paz. A Grã-Bretanha e a França preferiram evitar a palavra "ditadura", como também o que ela representava. Mas para a direção eficiente das energias nacionais a uma finalidade suprema, alguma forma de autoridade central, munida de poderes adequados, era absolutamente essencial. O reconhecimento deste fato serviu de base à organização dos gabinetes de guerra em ambos os países.
Por trás dessa resolução, entretanto, ostentava-se um fato ainda mais fundamental. Este era a manutenção, em ambos os países, do sistema do governo parlamentar. A autoridade obtida pelos ministros franceses e ingleses descansava solidamente na sóbria decisão de uma maioria de representantes selecionados da nação. O parlamento britânico, a 24 de agosto, votou a Lei dos Poderes de Emergência (Lei da Defesa), que conferiu ao governo o direito de impor extensivas regulamentações decididas em sessão de conselho. O governo francês, a que já tinha sido dado o direito de agir por meio de decretos temporários, teve esse direito confirmado para a duração da guerra, por voto da Câmara, a 30 de novembro, e do Senado, a 1o de dezembro. Mas nenhuma dessas medidas era de alguma forma uma abdicação da autoridade fundamental do parlamento. O gabinete existia, e os ministros exerciam os seus poderes, sujeitos em última instância à aprovação das legislaturas eleitas; e ou o Parlamento podia anular esses poderes ou impor-se ao ministério toda a vez que tal ação se mostrasse desejável no interesse nacional.
Isto foi demonstrado pela crítica constante, se bem que razoável, que os governos dos dois países tiveram que sofrer e satisfazer. Nos primeiros dias da guerra, foi a Câmara dos Comuns que promoveu uma drástica modificação dos regulamentos do Decreto das Medidas de Guerra nos interesses de uma pior liberdade pessoal. Na França, semelhante criticismo pôs fim a alguns dos piores absurdos da censura, inclusive a supressão de toda a crítica à política governamental; na Inglaterra, isto teve resultado igual com a reorganização do impropriamente denominado Ministério da Informação. Mas tais realizações reforçaram a eficácia do governo democrático, ao invés de enfraquecê-la. Conforme Mr. Churchill disse numa irradiação de 27 de janeiro:
"No nosso país, os homens públicos sentem orgulho em serem servidores do povo. Envergonhar-se-iam de ser seus patrões. Ministros da Coroa sentem-se fortalecidos por terem ao seu lado a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes, a se reunirem com grande regularidade e buscarem contínuas oportunidades de estimular suas atividades. Naturalmente, é bem verdade que surgem muitas vezes severas críticas ao governo em ambas as Casas. Mas nós não nos ressentimos com a crítica bem-intencionada de qualquer homem que queira vencer a guerra. Nem mesmo a crítica honesta nós evitamos, e esta é a mais perigosa de todas."
fonte: http://www.2guerra.com.br
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