A libertação do Altmark
imagem ilustrativa/arquivo google |
Mas, o episódio mais emocionante da guerra no mar foi um que produziu menos efeito sobre a força naval alemã do que sobre o restante do prestígio alemão. O caso do Altmark foi uma seqüência triunfante da destruição do Graf Spee. Esse navio, que tinha à bordo a tripulação de sete navios ingleses destruídos pelo cruzador de bolso, fôra objeto de uma busca meticulosa da armada britânica mesmo desde a batalha do rio da Prata. Por dois meses, o navio-prisão iludia os caçadores. E então, a 16 de fevereiro, foi localizado por aviões britânicos de reconhecimento quando deslizava pela costa norueguesa ao sul de Bergen, rumo a Hamburgo e à segurança.
Três destróieres britânicos saíram no encalço de sua presa. Mas a tentativa do Intrepid de capturar o Altmark foi frustrada por um navio armado norueguês cujo comandante exigiu que os britânicos respeitassem as águas territoriais da Noruega. Durante as discussões, o Altmark penetrou no abrigo de um fiorde próximo; e então os navios britânicos retiraram-se para além do limite de três milhas e radiografaram por ordens ao Almirantado.
O almirante respondeu com uma ordem de penetrar na zona neutra e libertar os prisioneiros. Foi depois do escurecer que o destróier mais antigo, Cossack, aproximou-se do norueguês e pediu que o Altmark fosse levado a Bergen sob guarda unida e ali revistado à cata de prisioneiros britânicos. Quando isto foi recusado, da mesma forma como foi recusado o pedido de que o comandante norueguês permitisse uma busca no local, o Cossack foi adiante. O Altmark, libertando-se dos gelos em que tinha sido colhido, tentou enfrentar o Cossack, mas o destróier abordou-o e um grupo de marinheiros galgou a coberta do navio alemão. Houve tiros de ambos os lados; um número de marinheiros alemães que tinha escapado pelos lados abriu fogo da terra, e o fogo com que os ingleses responderam causou entre eles numerosas baixas. Encerrados nos paióis de munição, depósitos e num tanque vazio de óleo havia 299 marujos britânicos, muitos deles em sérias condições físicas causadas pelas fadigas penosas do aprisionamento. Com estes a bordo, o Cossack deixou o Altmark paralisado entregue à respectiva tripulação e rumou com os homens libertados para a Inglaterra.
Seguiu-se a isto um feixe de protestos diplomáticos. A Alemanha protestou junto à Noruega por ter esta permitido a violação de sua neutralidade. A Grã-Bretanha, alegando que o Altmark era um navio armado e que as autoridades norueguesas tinham-no abordado e revistado em Bergen, protestaram junto à Noruega por ter esta deixado de descobrir e de libertar os prisioneiros. A Noruega, negando que o navio tivesse parado em Bergen e afirmando que ignorava que houvesse prisioneiros a bordo ou que o Altmark estivesse armado, protestou contra a ação do Cossack e exigiu a volta dos marinheiros libertados - exigência provavelmente feita mais para satisfazer a Alemanha do que com a esperança de ser atendida. A cólera apoplética dos porta-vozes nazistas ofereceu o espetáculo algo cômico da Alemanha expressando horror por uma violação do direito internacional. O contraste entre a atitude normal alemã e essa repentina exigência de legalidade foi sutilmente estabelecido por Mr. Chamberlain, a 24 de fevereiro.
"De tal maneira os nazistas respeitam os interesses alheios que os navios neutros não mais estão livres de seus ataques, mesmo quando navegam apenas entre um ponto neutro e outro. Podem afundar navios mercantes, podem destruir cargueiras cujas tripulações são deixadas a navegar ao léu e morrer de inanição, mas os países neutros não devem reclamar. Porém, se nós, os britânicos, a fim de salvar 300 homens, ilegalmente feitos prisioneiros, da brutalidade de um campo de concentração, cometemos assim uma quebra meramente técnica de neutralidade, que não envolve vidas e não toca na propriedade neutra, então é quanto basta para que os nazistas fiquem exaustos de tantas exclamações de histérica indignação."
Cumprido o seu dever, por meio de formais e vigorosos protestos, acompanhados por uma oferta de arbitramento, a Noruega por sua vez mostrou-se contente em aceitar um compromisso que deixou o caso no ponto em que estava.
Três destróieres britânicos saíram no encalço de sua presa. Mas a tentativa do Intrepid de capturar o Altmark foi frustrada por um navio armado norueguês cujo comandante exigiu que os britânicos respeitassem as águas territoriais da Noruega. Durante as discussões, o Altmark penetrou no abrigo de um fiorde próximo; e então os navios britânicos retiraram-se para além do limite de três milhas e radiografaram por ordens ao Almirantado.
O almirante respondeu com uma ordem de penetrar na zona neutra e libertar os prisioneiros. Foi depois do escurecer que o destróier mais antigo, Cossack, aproximou-se do norueguês e pediu que o Altmark fosse levado a Bergen sob guarda unida e ali revistado à cata de prisioneiros britânicos. Quando isto foi recusado, da mesma forma como foi recusado o pedido de que o comandante norueguês permitisse uma busca no local, o Cossack foi adiante. O Altmark, libertando-se dos gelos em que tinha sido colhido, tentou enfrentar o Cossack, mas o destróier abordou-o e um grupo de marinheiros galgou a coberta do navio alemão. Houve tiros de ambos os lados; um número de marinheiros alemães que tinha escapado pelos lados abriu fogo da terra, e o fogo com que os ingleses responderam causou entre eles numerosas baixas. Encerrados nos paióis de munição, depósitos e num tanque vazio de óleo havia 299 marujos britânicos, muitos deles em sérias condições físicas causadas pelas fadigas penosas do aprisionamento. Com estes a bordo, o Cossack deixou o Altmark paralisado entregue à respectiva tripulação e rumou com os homens libertados para a Inglaterra.
Seguiu-se a isto um feixe de protestos diplomáticos. A Alemanha protestou junto à Noruega por ter esta permitido a violação de sua neutralidade. A Grã-Bretanha, alegando que o Altmark era um navio armado e que as autoridades norueguesas tinham-no abordado e revistado em Bergen, protestaram junto à Noruega por ter esta deixado de descobrir e de libertar os prisioneiros. A Noruega, negando que o navio tivesse parado em Bergen e afirmando que ignorava que houvesse prisioneiros a bordo ou que o Altmark estivesse armado, protestou contra a ação do Cossack e exigiu a volta dos marinheiros libertados - exigência provavelmente feita mais para satisfazer a Alemanha do que com a esperança de ser atendida. A cólera apoplética dos porta-vozes nazistas ofereceu o espetáculo algo cômico da Alemanha expressando horror por uma violação do direito internacional. O contraste entre a atitude normal alemã e essa repentina exigência de legalidade foi sutilmente estabelecido por Mr. Chamberlain, a 24 de fevereiro.
"De tal maneira os nazistas respeitam os interesses alheios que os navios neutros não mais estão livres de seus ataques, mesmo quando navegam apenas entre um ponto neutro e outro. Podem afundar navios mercantes, podem destruir cargueiras cujas tripulações são deixadas a navegar ao léu e morrer de inanição, mas os países neutros não devem reclamar. Porém, se nós, os britânicos, a fim de salvar 300 homens, ilegalmente feitos prisioneiros, da brutalidade de um campo de concentração, cometemos assim uma quebra meramente técnica de neutralidade, que não envolve vidas e não toca na propriedade neutra, então é quanto basta para que os nazistas fiquem exaustos de tantas exclamações de histérica indignação."
Cumprido o seu dever, por meio de formais e vigorosos protestos, acompanhados por uma oferta de arbitramento, a Noruega por sua vez mostrou-se contente em aceitar um compromisso que deixou o caso no ponto em que estava.
fonte: http://www.2guerra.com.br
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