Líbia fecha gasoduto que abastece a Europa, diz grupo petroleiro italiano
Não há risco de desabastecimento na Itália e outros países, diz a ENI. Repressão a protestos contra Kadhafi deixou centenas de mortos no país
Da AFP - O único gasoduto que liga a Líbia à Itália e à Europa teve seu funcionamento suspenso, por causa da violência no país árabe, anunciou nesta terça-feira (22) a ENI. Mas a gigante italiana de petróleo e gás e o governo garantem que esta interrupção não colocará em risco o abastecimento do país.
"Devido à suspensão temporária de algumas atividades relacionadas à produção de gás natural na Líbia, o fornecimento através do gasoduto Greenstream está suspenso", informou a ENI, precisando que o gás líbio representava cerca de 10% das necessidades do produto na Itália.
Com 520 km de comprimento e uma capacidade de oito bilhões de m³ por ano, o Greenstream é o único gasoduto que liga a Líbia à Itália e à Europa.
Partindo de Mellitah na Líbia, ele chega a Gela, na Sicília (sul da Itália). O gás que transita pelo Greenstream é proveniente de duas jazidas (Bahr Essalam e Wafa) exploradas pela ENI e a companhia nacional líbia NOC.
Por causa da instabilidade no país, a empresa de energia italiana suspendeu algumas atividades na Líbia, mas o grupo não precisou qual proporção de sua produção tinha sido afetada no total.
A ENI é a principal produtora estrangeira no país, com uma produção de 244 mil barris por dia ou cerca de 640 mil barris, se for contabilizada a produção da companhia nacional líbia NOC que trabalha em parceria.
O grupo italiano vende também parte do gás líbio para terceiros, como, por exemplo, para a empresa italiana Edison e para a francesa GDF Suez, mas é difícil saber qual é proporção exata do que parte para o resto da Europa.
A Líbia exporta ainda gás natural liquefeito por via marítima para a Espanha, segundo a Agência Internacional de Energia. No entanto, as quantidades são ínfimas (1,5 milhão de m³ por dia) se comparadas às que passam pelo Greenstream.
Após o anúncio desta interrupção, a ENI procurou tranquilizar, informando que tinha "capacidade de lidar com a demanda de gás de seus clientes".
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