Os preparativos alemães
Desde o estalar da guerra, a Alemanha se esforçara em manter os Estados escandinavos firmemente dentro de sua órbita. Devido a razões tanto econômicas como estratégicas, era-lhe da máxima importância preservar o acesso a esses países, bem como o evitar que seus adversários conquistassem tanto uma ascendência diplomática como um ponto de apoio militar na península. Esse esforço tinha sido aumentado pela guerra finlandesa e possibilidade de intervenção aliada. Não havia ilusões de que os aliados usariam tal intervenção para criar uma nova frente contra a Alemanha; e mesmo antes que os aliados chegassem à decisão de prestar auxílio armado à Finlândia já a Alemanha tinha iniciado seus preparativos para fazer abortar uma ação dessa natureza no norte.
Quando chegou a vez de proteger seus próprios interesses às custas dos neutros, os nazistas pela sua própria natureza gozaram de uma liberdade de ação que fôra negada aos aliados. Estes tinham baseado sua causa moral na manutenção da legalidade internacional e na preservação dos direitos de todas as nações, grandes ou pequenas. Essa posição efetivamente os impedia de cometer qualquer séria infração da soberania das países neutros. Podiam invocar a doutrina das represálias para justificar certos atos extraordinários, como por exemplo a apreensão das exportações alemães ou o lançar dos campos de mina ao largo da Noruega. Podiam arriscar-se a uma violação técnica de direitos teóricos num caso extremo, como o do Altmark. Mas somente uma necessidade premente os faria sacrificar sua vantagem moral em benefício de exigências militares. A Alemanha, entretanto, não tinha tais vantagens a perder. Na doutrina nazista, o bem-estar do Reich era o único padrão moral a ser considerado; e enquanto a Alemanha podia procurar utilizar contra os aliados os conceitos morais de democracia que estes alimentavam, sempre que servissem aos propósitos do Reich, não tinha intenção de deixar-se dominar por tais escrúpulos.
No começo do ano, portanto, a Alemanha se decidiu a impor seu domínio à Escandinávia, tanto para proteger sua posição como para estender a frente marítima contra a Inglaterra. Em fevereiro, as medidas preliminares estavam em pleno andamento e eram reunidos navios para transporte ao mesmo tempo em que se exercitavam tropas ao longo do Báltico em operações de desembarque. A anunciada intenção aliada de apertar o bloqueio estimulou essas medidas e provocou notas de sinistra advertência na imprensa alemã. Já a 16 de março, o Voelkischer Beobachter acentuara: "Os exemplos da Polônia e Finlândia mostram com ênfase esmagadora o que acontece aos pequenos povos quando desafiam as leis de seu espaço vital... A generosa atitude da Alemanha apresenta-se em flagrante contraste com o sórdido egoísmo com que a Inglaterra e a França procuram obrigar pequenos povos a servir os fins de sua estratégia." Ao fim do mês, comentando um discurso de Churchill, um jornal berlinense inquiria: "Que é a perda de algumas vidas neutras em comparação com a cínica tentativa de fazer morrer de fome as mulheres e crianças de toda uma nação? A Alemanha não esquecerá daqueles que compartilham este assassínio em massa, privando o povo alemão dos meios legais de defesa." E a 5 de abril, depois de uma conferência com Goebbels, os diretores dos jornais alemães começaram a prever uma nova fase da guerra e a aproximação da hora fatal dos neutros.
Essa campanha da imprensa foi sincronizada com a partida de uma expedição completa contra a Noruega. Embora o lançamento das minas aliadas tivesse dado ao ataque alemão a aparência de um contra-golpe, a coincidência era puramente fortuita, já que os navios alemães em alguns casos tinham partido para o seu destino pelo menos três dias antes. As indicações de que algo estava acontecendo tornaram-se aparentes a 8 de abril, quando um transporte alemão apinhado de soldados, o Rio de Janeiro, foi afundado por um submarino britânico ao largo de Lillesand, e uma flotilha alemã, informava-se, estava navegando com rumo norte através do Grande Belt. Mas enquanto o público ainda especulava em torno do significado desses acontecimentos, a Alemanha desfechava seu golpe. Ao alvorecer de 9 de abril, numa faixa de mil milhas, suas forças assaltavam a Noruega e a Dinamarca.
Quando chegou a vez de proteger seus próprios interesses às custas dos neutros, os nazistas pela sua própria natureza gozaram de uma liberdade de ação que fôra negada aos aliados. Estes tinham baseado sua causa moral na manutenção da legalidade internacional e na preservação dos direitos de todas as nações, grandes ou pequenas. Essa posição efetivamente os impedia de cometer qualquer séria infração da soberania das países neutros. Podiam invocar a doutrina das represálias para justificar certos atos extraordinários, como por exemplo a apreensão das exportações alemães ou o lançar dos campos de mina ao largo da Noruega. Podiam arriscar-se a uma violação técnica de direitos teóricos num caso extremo, como o do Altmark. Mas somente uma necessidade premente os faria sacrificar sua vantagem moral em benefício de exigências militares. A Alemanha, entretanto, não tinha tais vantagens a perder. Na doutrina nazista, o bem-estar do Reich era o único padrão moral a ser considerado; e enquanto a Alemanha podia procurar utilizar contra os aliados os conceitos morais de democracia que estes alimentavam, sempre que servissem aos propósitos do Reich, não tinha intenção de deixar-se dominar por tais escrúpulos.
No começo do ano, portanto, a Alemanha se decidiu a impor seu domínio à Escandinávia, tanto para proteger sua posição como para estender a frente marítima contra a Inglaterra. Em fevereiro, as medidas preliminares estavam em pleno andamento e eram reunidos navios para transporte ao mesmo tempo em que se exercitavam tropas ao longo do Báltico em operações de desembarque. A anunciada intenção aliada de apertar o bloqueio estimulou essas medidas e provocou notas de sinistra advertência na imprensa alemã. Já a 16 de março, o Voelkischer Beobachter acentuara: "Os exemplos da Polônia e Finlândia mostram com ênfase esmagadora o que acontece aos pequenos povos quando desafiam as leis de seu espaço vital... A generosa atitude da Alemanha apresenta-se em flagrante contraste com o sórdido egoísmo com que a Inglaterra e a França procuram obrigar pequenos povos a servir os fins de sua estratégia." Ao fim do mês, comentando um discurso de Churchill, um jornal berlinense inquiria: "Que é a perda de algumas vidas neutras em comparação com a cínica tentativa de fazer morrer de fome as mulheres e crianças de toda uma nação? A Alemanha não esquecerá daqueles que compartilham este assassínio em massa, privando o povo alemão dos meios legais de defesa." E a 5 de abril, depois de uma conferência com Goebbels, os diretores dos jornais alemães começaram a prever uma nova fase da guerra e a aproximação da hora fatal dos neutros.
Essa campanha da imprensa foi sincronizada com a partida de uma expedição completa contra a Noruega. Embora o lançamento das minas aliadas tivesse dado ao ataque alemão a aparência de um contra-golpe, a coincidência era puramente fortuita, já que os navios alemães em alguns casos tinham partido para o seu destino pelo menos três dias antes. As indicações de que algo estava acontecendo tornaram-se aparentes a 8 de abril, quando um transporte alemão apinhado de soldados, o Rio de Janeiro, foi afundado por um submarino britânico ao largo de Lillesand, e uma flotilha alemã, informava-se, estava navegando com rumo norte através do Grande Belt. Mas enquanto o público ainda especulava em torno do significado desses acontecimentos, a Alemanha desfechava seu golpe. Ao alvorecer de 9 de abril, numa faixa de mil milhas, suas forças assaltavam a Noruega e a Dinamarca.
fonte: http://www.2guerra.com.br
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