A queda de Chamberlain
O colapso da campanha norueguesa levou ao auge uma crise política que havia muito se vinha desenvolvendo. Nas primeiras etapas da invasão nazista, o público tinha sido encorajado a acreditar que Hitler tinha dado um passo descuidado, cujas conseqüências cedo sentiria. Com o passar do tempo sem que essas conseqüências surgissem, crescente obstinação se tornou aparente; e com a revelação da completa falta de habilidade dos aliados na realização de um contra-golpe decisivo, o sentimento de decepção achou vasas numa explosão de ira contra o governo, e especialmente contra o primeiro ministro.
Mas o responsável não era apenas o fracasso norueguês. Como Attlee disse durante debates subseqüentes: "Reina grande ansiedade entre o povo deste país, que não está convencido de que a guerra está sendo conduzida com suficiente energia, capacidade, força e resolução. e isto não somente na Noruega. A campanha norueguesa é o auge de outros descontentamentos". Isto ficou delimitado pela diferença na atitude geral em relação a Chamberlain e Churchill. Este era responsável pelo Almirantado, cuja política foi alvo de considerável crítica sob a acusação de falta de audácia crítica orientada pelo almirante Keyes, que se mostrava ressentido com a rejeição de sua oferta de dirigir um ataque a Trondheim. Churchill falara de modo otimista a respeito da ação de Hitler, classificando-a de "erro estratégico e político tão grande como o cometido por Napoleão ao invadir a Espanha." Prometera que os exércitos aliados iriam "limpar o solo dos Vikings da imunda mácula da tirania nazista". Mas Churchill, fossem quais fossem os seus enganos, teve pequena parte na responsabilidade pelas grandes deficiências que tinham condenado a campanha ao fracasso. Logo que Hitler começara a rearmar-se, ele tinha estado a martelar o governo, num esforço para persuadi-lo da necessidade de se preparar para a luta vindoura. E agora apontava para antecedentes de que não teve culpa quando dizia: "A razão da séria desvantagem decorrente da falta de iniciativa nossa é daquelas que não podem ser rapidamente removidas. Foi falha nossa não termos nos últimos cinco anos mantido ou reconquistado a paridade com a Alemanha no ar. Esta é uma velha e comprida história."
Por outro lado, Chamberlain não podia deixar de compartilhar uma parte, ao menos, de tal situação. E à luz do fracasso norueguês, toda a política do governo chamberlainiano começou a assumir uma perspectiva diferente aos próprios olhos dos que o apoiavam. A lembrança de tentativas inúteis para apaziguar os ditadores, a exclusão inexorável de seu conselho de homens que advogavam uma orientação mais briosa, a carência de vigor mesmo depois de iniciada a guerra e o otimismo frívolo de alegações como que "Hitler tomou o bonde errado" - tudo isso agora refluiu sobre ele. Qualquer possibilidade que tivesse de recuperar a posição era desfeita pela sua arrogante impenitência. A desculpa implícita em seu discurso de 7 de maio visava menos o fracasso da expedição do que o fato mesmo de tal expedição ter sido enviada. Recusava-se a estudar quaisquer mudanças sérias de pessoal ou a criação de algum gabinete de guerra realmente eficiente. Reiterou a convicção de que "a balança das vantagens até o presente pende para o lado das forças aliadas". Era claro que sob sua chefia não se poderia esperar um novo impulso de vigor ou imaginação.
O resultado foi uma revolta dentro do próprio Partido Conservador contra a continuação dessa inexorável falta de habilidade. Este foi o fato vital em torno da votação de 8 de maio na Câmara dos Comuns. O governo estava à superfície, sustentado por uma votação de 281 contra 200. Mas o Partido Conservador na Câmara somava 365 membros, e destes apenas 252 votaram pelo governo. Entre os 65 conservadores que não tinham votado pode ter havido algumas abstenções normais, mas o grosso se abstivera deliberadamente de votar como expressão de sua desaprovação. Os 33 conservadores que votaram contra o governo incluíam figuras proeminentes tais como Duff Cooper, L.S. Amery, Leslie Hore-Belisha e Lord Winterton todos eles antigos ministros conservadores. Todos os membros conservadores dos serviços de guerra presentes à sessão votaram contra o ministério.
Apesar da maioria de Chamberlain, portanto, a votação era uma clara condenação de sua chefia. Ele tentou ainda endireitar a situação, alargando as bases do ministério. Mas os líderes trabalhistas se recusaram a unir-se a uma administração de que Chamberlain fosse o chefe, e essa recusa resolveu o caso. A 10 de maio, Chamberlain renunciou, e Churchill teve coroada a sua movimentada carreira com a obtenção, afinal, da pasta de primeiro ministro.
Mas a esta altura os aliados se defrontaram com uma nova crise, muito mais grave, pois Hitler lançou todo o poderio de seus exércitos contra os Países Baixos.
Mas o responsável não era apenas o fracasso norueguês. Como Attlee disse durante debates subseqüentes: "Reina grande ansiedade entre o povo deste país, que não está convencido de que a guerra está sendo conduzida com suficiente energia, capacidade, força e resolução. e isto não somente na Noruega. A campanha norueguesa é o auge de outros descontentamentos". Isto ficou delimitado pela diferença na atitude geral em relação a Chamberlain e Churchill. Este era responsável pelo Almirantado, cuja política foi alvo de considerável crítica sob a acusação de falta de audácia crítica orientada pelo almirante Keyes, que se mostrava ressentido com a rejeição de sua oferta de dirigir um ataque a Trondheim. Churchill falara de modo otimista a respeito da ação de Hitler, classificando-a de "erro estratégico e político tão grande como o cometido por Napoleão ao invadir a Espanha." Prometera que os exércitos aliados iriam "limpar o solo dos Vikings da imunda mácula da tirania nazista". Mas Churchill, fossem quais fossem os seus enganos, teve pequena parte na responsabilidade pelas grandes deficiências que tinham condenado a campanha ao fracasso. Logo que Hitler começara a rearmar-se, ele tinha estado a martelar o governo, num esforço para persuadi-lo da necessidade de se preparar para a luta vindoura. E agora apontava para antecedentes de que não teve culpa quando dizia: "A razão da séria desvantagem decorrente da falta de iniciativa nossa é daquelas que não podem ser rapidamente removidas. Foi falha nossa não termos nos últimos cinco anos mantido ou reconquistado a paridade com a Alemanha no ar. Esta é uma velha e comprida história."
Por outro lado, Chamberlain não podia deixar de compartilhar uma parte, ao menos, de tal situação. E à luz do fracasso norueguês, toda a política do governo chamberlainiano começou a assumir uma perspectiva diferente aos próprios olhos dos que o apoiavam. A lembrança de tentativas inúteis para apaziguar os ditadores, a exclusão inexorável de seu conselho de homens que advogavam uma orientação mais briosa, a carência de vigor mesmo depois de iniciada a guerra e o otimismo frívolo de alegações como que "Hitler tomou o bonde errado" - tudo isso agora refluiu sobre ele. Qualquer possibilidade que tivesse de recuperar a posição era desfeita pela sua arrogante impenitência. A desculpa implícita em seu discurso de 7 de maio visava menos o fracasso da expedição do que o fato mesmo de tal expedição ter sido enviada. Recusava-se a estudar quaisquer mudanças sérias de pessoal ou a criação de algum gabinete de guerra realmente eficiente. Reiterou a convicção de que "a balança das vantagens até o presente pende para o lado das forças aliadas". Era claro que sob sua chefia não se poderia esperar um novo impulso de vigor ou imaginação.
O resultado foi uma revolta dentro do próprio Partido Conservador contra a continuação dessa inexorável falta de habilidade. Este foi o fato vital em torno da votação de 8 de maio na Câmara dos Comuns. O governo estava à superfície, sustentado por uma votação de 281 contra 200. Mas o Partido Conservador na Câmara somava 365 membros, e destes apenas 252 votaram pelo governo. Entre os 65 conservadores que não tinham votado pode ter havido algumas abstenções normais, mas o grosso se abstivera deliberadamente de votar como expressão de sua desaprovação. Os 33 conservadores que votaram contra o governo incluíam figuras proeminentes tais como Duff Cooper, L.S. Amery, Leslie Hore-Belisha e Lord Winterton todos eles antigos ministros conservadores. Todos os membros conservadores dos serviços de guerra presentes à sessão votaram contra o ministério.
Apesar da maioria de Chamberlain, portanto, a votação era uma clara condenação de sua chefia. Ele tentou ainda endireitar a situação, alargando as bases do ministério. Mas os líderes trabalhistas se recusaram a unir-se a uma administração de que Chamberlain fosse o chefe, e essa recusa resolveu o caso. A 10 de maio, Chamberlain renunciou, e Churchill teve coroada a sua movimentada carreira com a obtenção, afinal, da pasta de primeiro ministro.
Mas a esta altura os aliados se defrontaram com uma nova crise, muito mais grave, pois Hitler lançou todo o poderio de seus exércitos contra os Países Baixos.
fonte: http://www.2guerra.com.br
Seja o primeiro a comentar!
Postar um comentário
Não serão aceitos comentários Anônimos (as)
Comentar somente sobre o assunto
Não faça publicidade (Spam)
Respeitar as opiniões
Palavras de baixo calão nem pense
Comentários sem Perfil não será publicado
Quer Parceria não será por aqui.(Contato no Blog)