Uma nova espécie de guerra
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A probabilidade de que a vinda da primavera traria uma ofensiva em grande escala foi ampliada pelas novas medidas de bloqueio adotadas pelos aliados. Para essas medidas havia, pelo menos, dois motivos discerníveis. O primeiro, naturalmente, era privar a Alemanha dos meios para a condução da guerra. Mas o segundo era baseado na esperança de que o perigo de ser lentamente sufocado forçaria a Alemanha a abandonar sua tática defensiva. Julgava-se em muitos círculos que o desencadeamento de um ataque pela Alemanha, que a forçaria a deixar sua posição preparada, seria de real vantagem para os aliados. Obrigá-la-ia a efetuar esforços mais desmedidos, que rapidamente absorveriam suas reservas de material; e ao mesmo tempo era esperado que as forças nazistas, martelando as posições aliadas, extenuar-se-iam de tal maneira que os aliados, no momento apropriado, poderiam lançar o contra-ataque que lhes traria a vitória a um custo mínimo.
Essa concepção de guerra defensiva, uma guerra de responsabilidade limitada, tinha o sucesso dependente de um cálculo acurado do poder dessa defensiva. Mas quando a Alemanha tomou a iniciativa e desfechou um golpe de sucesso contra a Escandinávia com uma arremetida arrasadora através dos Países Baixos, rapidamente se percebeu que os cálculos baseados na experiência passada tinham de ser lançados aos ventos. A guerra "real", quando estalou, foi uma espécie inteiramente nova de guerra. Os elementos básicos talvez fossem os mesmos apresentados nos livros militares, mas o desenrolar da tática baseava-se em novas armas, e o novo uso dessas armas tornava-a inteiramente sem precedentes.
Para essa espécie de guerra, os aliados descobriram que ainda não estavam preparados. Tinham que definir a sua natureza e descobrir uma resposta aos novos métodos de ataque em meio aos desesperados esforços de suportar esse ataque com êxito suficiente para evitar o completo aniquilamento. E, entrementes, eram os nazistas que, com a sua nova técnica, mantinham a iniciativa. Eles foram capazes de escolher o seu próprio terreno e campo e de impor ao inimigo, submetido a forte pressão, as condições de batalha que melhor convinham aos seus propósitos. Em dois meses de luta, o tamanho do sucesso que obtiveram era em si uma prova de quão diferente esta guerra era daquela que havia vinte e cinco anos se travara em grande parte desse mesmo território.
Essa diferença não era inerente, não somente em métodos militares, mas às amplas conseqüências da luta. Já não eram mais apenas os beligerantes, e mesmo sequer os pequenos estados pára-choques, aqueles que haveriam de sofrer as conseqüências do desfecho. Mesmo as nações que estavam de fora, sem nenhum receio imediato de ataque, despertaram com um choque à percepção de que isso era algo mais que uma guerra comum por objetivos limitados. Era uma luta entre duas concepções totalmente diferentes de vida; e enquanto era certo que o mundo seria transformado pelo fato da própria guerra, a natureza da transformação que se seguiria a uma vitória nazista estava começando a tornar-se clara. Seria o fim de um tipo de sociedade para cuja evolução o mundo ocidental tinha gasto séculos, e a criação de uma ordem inteiramente nova que imporia seu cunho não apenas às nações conquistadas mas ao mundo em geral. E quando o mundo enfrentou essa perspectiva, tornou-se consciente de que estava diante da ameaça de uma revolução mundial iminente, - ameaça que não mais partia de Moscou e sim de Roma e Berlim.
Essa concepção de guerra defensiva, uma guerra de responsabilidade limitada, tinha o sucesso dependente de um cálculo acurado do poder dessa defensiva. Mas quando a Alemanha tomou a iniciativa e desfechou um golpe de sucesso contra a Escandinávia com uma arremetida arrasadora através dos Países Baixos, rapidamente se percebeu que os cálculos baseados na experiência passada tinham de ser lançados aos ventos. A guerra "real", quando estalou, foi uma espécie inteiramente nova de guerra. Os elementos básicos talvez fossem os mesmos apresentados nos livros militares, mas o desenrolar da tática baseava-se em novas armas, e o novo uso dessas armas tornava-a inteiramente sem precedentes.
Para essa espécie de guerra, os aliados descobriram que ainda não estavam preparados. Tinham que definir a sua natureza e descobrir uma resposta aos novos métodos de ataque em meio aos desesperados esforços de suportar esse ataque com êxito suficiente para evitar o completo aniquilamento. E, entrementes, eram os nazistas que, com a sua nova técnica, mantinham a iniciativa. Eles foram capazes de escolher o seu próprio terreno e campo e de impor ao inimigo, submetido a forte pressão, as condições de batalha que melhor convinham aos seus propósitos. Em dois meses de luta, o tamanho do sucesso que obtiveram era em si uma prova de quão diferente esta guerra era daquela que havia vinte e cinco anos se travara em grande parte desse mesmo território.
Essa diferença não era inerente, não somente em métodos militares, mas às amplas conseqüências da luta. Já não eram mais apenas os beligerantes, e mesmo sequer os pequenos estados pára-choques, aqueles que haveriam de sofrer as conseqüências do desfecho. Mesmo as nações que estavam de fora, sem nenhum receio imediato de ataque, despertaram com um choque à percepção de que isso era algo mais que uma guerra comum por objetivos limitados. Era uma luta entre duas concepções totalmente diferentes de vida; e enquanto era certo que o mundo seria transformado pelo fato da própria guerra, a natureza da transformação que se seguiria a uma vitória nazista estava começando a tornar-se clara. Seria o fim de um tipo de sociedade para cuja evolução o mundo ocidental tinha gasto séculos, e a criação de uma ordem inteiramente nova que imporia seu cunho não apenas às nações conquistadas mas ao mundo em geral. E quando o mundo enfrentou essa perspectiva, tornou-se consciente de que estava diante da ameaça de uma revolução mundial iminente, - ameaça que não mais partia de Moscou e sim de Roma e Berlim.
fonte: http://www.2guerra.com.br
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