O perigo do lixo espacial e suas conseqüências
Por Nicolau Ferreira/Público (Portugal)
Em 28 de junho os seis tripulantes que nela estavam foram obrigados a fugir para duas naves russas Soyuz acopladas à estação [Veja Astronautas chegaram a abandonar a ISS nesta terça-feira devido ao lixo espacial próximo]. A causa da emergência foi um pedaço de lixo espacial que passou a 335 m de distância do complexo, uma "unha negra" em termos astronáuticos que pôs as agências espaciais russa (Roscosmos) e norte-americana (NASA) de cabelos em pé.
Caso tivesse acertado na ISS, o fragmento poderia colocar fim ao projeto que custou 69,47 bilhões de euros, seria um estalo na cara das potências espaciais que ainda não tomaram uma ação determinante para resolver um problema, que no limite, pode impedir o acesso ao céu.
Esta sequer foi a primeira vez em que a ISS se arriscou a ser atingida pelos detritos esquecidos da exploração espacial. Primeiro em março depois em dezembro de 2009, dois fragmentos ameaçaram as expedições. O primeiro passou a 352 km de distância, o segundo a apenas um quilômetro e quase sem aviso.
O problema é que no espaço as velocidades destes objetos são de milhares de quilômetros por hora. Uma esfera de alumínio de dez centímetros que atinja um aparelho tem uma força explosiva equivalente a sete quilos de TNT, segundo a NASA.
Quem pensou na construção do complexo teve em conta esses detritos. "Os principais módulos da estação têm escudos e podem protegê-la de objetos entre um e 1,4 centímetros de diâmetro", explicou por telefone ao Público Heiner Klinkrad, responsável pelo Gabinete de Detritos Espaciais da Agência Espacial Européia (ESA). "No caso de ser material com tamanho maior a aproximar-se da ISS, que se encontra a 350 km de altitude em relação à Terra, é necessário fazer um desvio da rota, o que já aconteceu 12 vezes no passado", adiantou Klinkrad.
Infelizmente, o detrito que originou a última emergência foi detectado muito próximo da ISS, impossibilitando a realização da manobra de evasão a tempo. O objeto "raspou" a estação como nunca outro o tinha feito. O próximo pode atingi-la.
O pesadelo da multiplicação
O mais antigo aparelho que está no espaço é um satélite que orbita a Terra há mais de 53 anos. O Vanguard 1 foi lançado em março de 1958 pelos Estados Unidos e deixou de comunicar em 1964. Está numa rota entre os 654 e 3969 km de altitude e imagina-se que só vai cair na Terra dentro de 2000 anos.
Hoje, o Vanguard é um dos 11 mil objetos com mais de 10 centímetros que andam rodeando o planeta. Este número sobe para 100 mil que têm um tamanho entre um e 10 centímetros e escala para muitos milhões no caso de detritos mais pequenos do que um centímetro...
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Todos os anos cerca de 500 toneladas de detritos vão para o espaço
Imagem digital produzida pela NASA em 2009 sobre os dejetos espaciais. Crédito: earthobservatory/NASA
A volta da Terra ao espaço já deixou de ser infinito. O último alerta que a tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) viveu foi mais uma prova disso.
Caso tivesse acertado na ISS, o fragmento poderia colocar fim ao projeto que custou 69,47 bilhões de euros, seria um estalo na cara das potências espaciais que ainda não tomaram uma ação determinante para resolver um problema, que no limite, pode impedir o acesso ao céu.
Esta sequer foi a primeira vez em que a ISS se arriscou a ser atingida pelos detritos esquecidos da exploração espacial. Primeiro em março depois em dezembro de 2009, dois fragmentos ameaçaram as expedições. O primeiro passou a 352 km de distância, o segundo a apenas um quilômetro e quase sem aviso.
O problema é que no espaço as velocidades destes objetos são de milhares de quilômetros por hora. Uma esfera de alumínio de dez centímetros que atinja um aparelho tem uma força explosiva equivalente a sete quilos de TNT, segundo a NASA.
Quem pensou na construção do complexo teve em conta esses detritos. "Os principais módulos da estação têm escudos e podem protegê-la de objetos entre um e 1,4 centímetros de diâmetro", explicou por telefone ao Público Heiner Klinkrad, responsável pelo Gabinete de Detritos Espaciais da Agência Espacial Européia (ESA). "No caso de ser material com tamanho maior a aproximar-se da ISS, que se encontra a 350 km de altitude em relação à Terra, é necessário fazer um desvio da rota, o que já aconteceu 12 vezes no passado", adiantou Klinkrad.
Infelizmente, o detrito que originou a última emergência foi detectado muito próximo da ISS, impossibilitando a realização da manobra de evasão a tempo. O objeto "raspou" a estação como nunca outro o tinha feito. O próximo pode atingi-la.
O pesadelo da multiplicação
O mais antigo aparelho que está no espaço é um satélite que orbita a Terra há mais de 53 anos. O Vanguard 1 foi lançado em março de 1958 pelos Estados Unidos e deixou de comunicar em 1964. Está numa rota entre os 654 e 3969 km de altitude e imagina-se que só vai cair na Terra dentro de 2000 anos.
Hoje, o Vanguard é um dos 11 mil objetos com mais de 10 centímetros que andam rodeando o planeta. Este número sobe para 100 mil que têm um tamanho entre um e 10 centímetros e escala para muitos milhões no caso de detritos mais pequenos do que um centímetro...
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