Lambari - MG - A Lenda

Contam que, quando por volta do ano de 1780, morava nas cercanias da cidade de Campanha um velho africano de nome Antonio de Araujo Dantas, o qual, estando certa vez a conversar com um moço de nome Tancredo, revelou a êste a existência de águas curativas, que existiam atrás da serra. Tancredo era noivo da moça de nome Cecília, filha de Antonio Alves Trancoso, fazendeiro na Cidade de Passos, que se achava em Campanha acompanhando a filha que se submetia a tratamento médico.



Tancredo fala-lhe nas águas, nas curas maravilhosas de que tinha notícia o africano que as revelara, e, desejoso de ver sua noiva curada, insiste com Antonio Alves Trancoso para ir ao lugar e levar a filha. O pai de Cecilia, que já vinha desanimado com o tratamento médico, pois muitos remédios que usava não lhe davam melhoras, resolve vir em busca da cura por meio das Águas Virtuosas.



Aqui ficou por algum tempo e sua filha, com o uso das águas durante uns 20 dias apenas, nada mais sentia de seus antigos males.Ela bebia diariamente três copos da água, sendo um pela manhã em jejum, e passeiava um pouco pelos caminhos ensombrados na mata vizinha às fontes. Ao meio dia, tomava outro copo da água, almoçava e descansava à sombra das perobeiras e dos ipês floridos. A tarde, ingeria o terceiro copo antes do jantar. Uma vez curada, Cecilia radicou-se ao lugar por uma afeição de gránde agradecimento, e, devota fervorosa que era da Virgem Maria, pediu a seu pai para construir uma capela, sob a evocação de Nossa Senhora da Saúde.



Antonio Alves Trancoso voltou a Campanha, obteve do Eclesiástico local a permissão e levou avante a construção da Capela, na qual, após a bênção pelo Capelão de Campanha, se realizou o casamento de Cecilia com Tancredo. É tudo o que diz a lenda!

(OBS) Escrito na linguagem da época