Roma, 18 set, Ansa - A Companhia Aérea Italiana (CAI) retirou hoje a oferta para comprar a parte rentável da Alitalia, mas membros do governo italiano se reunirão na próxima segunda-feira para examinar a situação da empresa, em uma última tentativa de impedir sua falência. Augusto Fantozzi, interventor nomeado pelo governo para cuidar da parte não rentável da Alitalia, buscará uma solução para o plano da CAI. Enquanto isso, governo e sindicatos contrários ao acordo de acusam de serem os responsáveis pelo fracasso das negociações. O premier italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que "há responsabilidades da CGIL [Confederação Geral dos Trabalhadores Italianos] e dos pilotos". Para o ministro do Trabalho, Maurizio Sacconi, esta "é a lógica conseqüência da absurda posição de obstrução assumida pela CGIL em aliança com sindicatos autônomos de pilotos e assistentes de vôo". Sergio Epifani, secretário da CGIL, principal federação de sindicatos italianos, respondeu às críticas de Sacconi, afirmando que "em vez de buscar um bode expiatório, o governo e o premier deveriam assumir sua responsabilidade pelo modo como conduziram o caso". Além da polêmica entre governo e sindicatos, o caso Alitalia está produzindo uma ruptura importante entre as organizações de trabalhadores. A isto, somou-se a oposição de esquerda, com o ex-premier Massimo D'Alema, que atribuiu o fracasso das negociações com a CAI à "irresponsabilidade" de Berlusconi. Raffaele Bonanni, secretário da Confederação Italiana de Sindicatos de Trabalhadores (CISL) atribuiu o fracasso das negociações à "loucura de uns poucos, de algumas organizações sindicais". Cerca de mil trabalhadores da Alitalia, reunidos em Assembléia no aeroporto de Roma, aplaudiram a notícia enquanto gritavam "melhor falir que ficar nas mãos destes bandidos".
Os trabalhadores pareciam acreditar na possibilidade de que, tendo fracassado as negociações com a CAI, volte-se a tentar vender a Alitalia a alguma empresa estrangeira. Há alguns dias, Sacconi havia advertido sobre a falta de alternativas ao plano apresentado pela CAI, ressaltando que "o interventor comentou que havia falado com os administradores das grandes companhias européias, que desmentiram toda a possibilidade de compra da Alitalia, confirmando seu interesse em uma participação minoritária" no capital da companhia.
O ministro do Trabalho da Itália, Maurizio Sacconi, afirmou hoje que após a retirada da oferta da Companhia Aérea Italiana (CAI) para participar do plano de resgate da Alitalia, a empresa irá à falência e os funcionários serão demitidos. "Agora, para os trabalhadores interessados e para o país inteiro, todas as sociedades do Grupo Alitalia vão quebrar, pois o interventor tem uma liquidez limitada, além de estar vinculado à tutela judicial e aos credores. Assim, terá que proceder à suspensão de pessoal", afirmou Sacconi em uma nota oficial, referindo-se a Augusto Fantozzi, nomeado para cuidar da parte não rentável da empresa. O ministro acrescentou que "a falta de acordo compromete o refinanciamento de um fundo especial para os trabalhadores do transporte aéreo", ressaltando que agora este financiamento tem uma "modesta capacidade".
Assim como o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, Sacconi acusou algumas organizações sindicais que participaram das negociações com a CAI de serem responsáveis de seu fracasso. A retirada da oferta da CAI "é a lógica conseqüência da absurda posição de obstrução assumida pela CGIL [Confederação Geral dos Trabalhadores Italianos] em aliança com sindicatos autônomos de pilotos e assistentes de vôo", declarou. Sergio Epifani, secretário da CGIL, principal federação de sindicatos italianos, respondeu às críticas de Sacconi, afirmando que "em vez de buscar um bode expiatório, o governo e o premier deveriam assumir sua responsabilidade pelo modo como conduziram o caso". Por sua vez, os responsáveis sindicais federais da União Italiana de Trabalhadores (UIL) e da União Geral de Trabalhadores (UGL) manifestaram seu mal-estar pela retirada da oferta, e acrescentaram que a situação agora é preocupante. Cerca de mil trabalhadores da Alitalia, reunidos em Assembléia no aeroporto de Roma, aplaudiram a notícia enquanto gritavam "melhor falir que ficar nas mãos destes bandidos". A CAI havia pedido aos sindicatos uma resposta ao plano de recuperação até, no máximo, às 16h (11h, no Brasil) de hoje. Três sindicatos federais concordaram com o acordo, mas a CGIL, junto com outros 5 sindicatos autônomos pediram que as negociações prosseguissem e enviaram uma carta com algumas propostas à CAI, antes do vencimento do prazo. O governo e os empresários italianos, que se comprometeram em investir mais de 1 bilhão de euros na CAI para salvar a Alitalia, reiteraram em várias ocasiões que a oferta não era mais negociável. Roberto Colaninno, presidente da CAI, havia advertido, por sua vez, que se não houvesse "consenso" dos sindicatos, retiraria sua oferta.
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