Imigração: Napolitano defende a lei e a ordem



Reggio Calabria, Ansa - O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, afirmou ontem(21) em visita à cidade de Reggio Calabria, no sul do país, que o Estado deve manter uma presença forte na região para combater organizações mafiosas.


"Nós, representantes do Estado, não devemos fazer aparições fugazes na Calábria, mas sim ter um desempenho sistemático contra a 'Ndrangheta [a máfia calabresa] para afirmar a legalidade", comentou o presidente.

A polícia italiana acredita que organizações mafiosas da região possam estar por trás dos episódios de violência ocorridos no início deste mês em Rosarno, envolvendo cidadãos locais e imigrantes.

Como consequência desses enfrentamentos, 1.128 africanos foram transferidos para outros dois Centros de Recepção da região. O possível envolvimento da máfia calabresa nas agressões também foi confirmado pelo ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni.

Napolitano ressaltou que é preciso "ordem e legalidade" para evitar que episódios como o de Rosarno se repitam. O chefe de Estado defendeu uma atuação do poder público pela integração dos migrantes.

Ele também definiu como "muito positivo" o empenho do governo "nos últimos dias" para enfrentar esses episódios. Napolitano disse que é importante combater "preconceitos" e "lugares comuns" que possam marcar a Calábria como um "local de intolerância e racismo".

"É um problema pensar que os imigrantes sejam portadores de violência e que os cidadãos de Rosarno sejam portadores de racismo. Devemos ficar muito atentos", alertou o presidente italiano.

O chefe de Estado enfatizou que as autoridades locais estão trabalhando "com inteligência, tenacidade e profissionalismo" no combate à máfia. "Vivemos uma nova página na história desta região", disse.

Por sua vez, o prefeito de Reggio Calabria, Giuseppe Scopelliti, afirmou que, apesar dos "episódios recentes" de violência, "há uma Calábria inteligente, que mira a sabedoria, o futuro". Segundo ele, existe "uma nova classe dirigente que não quer se submeter a pactos com a 'Ndrangheta".

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