sábado, 8 de maio de 2010

Gravidez altera visão

As alterações mais comuns são a síndrome do olho seco e mudança na refração. Hipertensão e diabetes gestacional favorecem alterações na retina e glaucoma neovascular.

Durante a gravidez as alterações hormonais influem na saúde ocular, aumentando o risco de surgir graves doenças nos olhos. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a maioria das gestantes apresenta a síndrome do olho seco, uma alteração na quantidade ou qualidade da produção lacrimal que está relacionada ao aumento da produção de estrogênio. O médico afirma que os sintomas são: ardência, coceira, queimação, olhos vermelhos e irritados, visão borrada que melhora com o piscar, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz, desconforto após ver televisão, ler ou trabalhar ao computador. O tratamento é simples. Queiroz Neto explica que por ser um problema temporário é feito com lágrima artificial (colírio), que é uma medicação inócua sem efeitos adversos sobre o feto. Em muitos casos, ressalta, basta estimular a produção lacrimal por meio de uma dieta com pouco carboidrato, gordura e carne bovina, porém rica em vitaminas A e E (presentes em alimentos como as frutas, verduras e legumes), além da suplementação com Ômega 3, presente nas sementes de linhaça, nozes e algumas verduras.

O especialista afirma que a maior retenção de líquido durante a gestação também provoca alterações na superfície da córnea que induzem a mudanças no grau dos óculos ou lentes de contato. Esta alteração na refração geralmente desaparece após o parto e por isso não é indicada a troca de lentes oftálmicas durante a gravidez, ressalta. O ideal, observa, é fazer um exame de vista depois do nascimento do bebê para checar se houve alteração refracional permanente.

HIPERTENSÃO É MAIOR ENTRE MULHERES E PREDISPÕE À PRÉ-ECÂMPSIA
No Brasil, a prevalência da hipertensão arterial, acima de 12 por 8, na população com mais de 40 anos, é de 35% segundo o Ministério da Saúde. A SBH (Sociedade Brasileira de Hipertensão) calcula que mais da metade dos hipertensos nem desconfia ter a doença e dados do DATASUS apontam que 66% dos doentes no País são mulheres. Como se não bastasse é cada vez mais frequente a mulher brasileira engravidar em idade avançada e a estimativa é de que 14% destas gestantes desenvolvem hipertensão gestacional. Queiroz Neto explica que a doença é um fator de risco para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia que ocorre depois da 20ª semana de gravidez.

Ocorre quando a mulher também elimina proteína pela urina e tem inchaço generalizado. A doença pode afetar até mulheres bastante saudáveis, afirma o médico, mas é mais comum na gravidez tardia, em gestantes muito jovens e em fumantes porque o cigarro compromete a circulação. Além de ser a maior causa de morte na gestação, observa, a pré-eclâmpsia dificulta o fluxo sanguíneo no globo ocular e facilita a evolução de doenças na retina que podem cegar. Mesmo entre mulheres que não desenvolvem pré-eclâmpsia a hipertensão gestacional ou pré-existente pode provocar alterações na retina, comenta. A boa notícia é que a dopplerfluxometria, exame que verifica o fluxo sanguíneo do globo ocular permite prevenir a evolução da pré-eclâmpsia e de alterações oculares decorrentes da má circulação antes da visão ser gravemente afetada. Por isso, a recomendação médica e fazer acompanhamento oftalmológico no pré-natal, especialmente quando a gestante apresenta inchaço, dor de cabeça, mal-estar generalizado e medidas de pressão arterial acima de 12 por 8.

DIABETES GESTACIONAL AUMENTA RISCOS PARA A VISÃO
Durante a gravidez, o aumento da produção do HLP (Hormônio Lactogênio Placentário) inibe a produção de insulina pelo pâncreas o que pode aumentar o nível de glicose no sangue. No Brasil predispõe 7% das gestantes ao desenvolvimento do diabetes gestacional que em muitos casos vem acompanhado pelo aumento da pressão arterial.

Queiroz Neto destaca que o aumento da glicose no sangue e a hipertensão arterial podem causar sérias complicações oculares. As principais são:

· Retinopatia diabética que se caracteriza pelo crescimento de neovasos na retina que comprometem a saúde da membrana, com alto risco de cegueira.
· Hemorragia vítrea quando os neovasos comprometem o vítreo, substância transparente e gelatinosa que preenche o globo ocular, provocando a obstrução súbita da visão.
· Descolamento da retina causada pela tração do humor vítreo que separa as camadas da retina levando à visão de flashes de luz e manchas escuras. O tratamento cirúrgico deve ser imediato para evitar a perda da visão
· Glaucoma neovascular decorrente da formação de neovasos na íris que pode aumenta a pressão intra-ocular e resultar na perda da visão.

O médico lembra que o diabetes gestacional geralmente surge a partir da 24ª semana de gravidez e regride após o nascimento do bebê. Entretanto, a partir da 12ª semana de gestação, mulheres que fazem parte dos grupos de risco devem fazer exame de tolerância à glicose para evitar doenças oculares e complicações gestacionais. Devem estar alertas mulheres que apresentam:

· Hipertensão arterial
· Sobrepeso e gordura abdominal
· Histórico familiar ou pessoal de diabetes
· Crescimento excessivo ou lento desenvolvimento do feto
· Grande ganho de peso na gravidez
· Idade superior a 25 anos
· Baixa estatura

A principal recomendação do médico para controlar o desenvolvimento da doença é fazer uma dieta rica em proteínas, com pouco açúcar e carboidratos.

Eutrópia Turazzi – LDC Comunicação
eutropia@uol.com.br


Fonte: Pravda.ru

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