Máquinas horológicas da MB&F
O fascínio dos homens pelo tempo é de longa data e já os arcáicos (mas eficientes) relógios de Sol provavam a obcessão da espécie humana por este conceito abstrato. No século XVII, aquando da decoberta de novos mundos, um líder tribal da Indonésia descreveu no livro "O Papalagui" - que significa literalmente o homem ocidental - a sua visão dos costumes europeus que estava a descobrir e reparou na relação dos homens com o tempo.
"O Papalagui nunca está contente com o tempo que lhe coube. (...) Corta-o como se cortasse os pedaços de uma noz de côco mole com um cutelo. As várias partes têm todas elas um nome: segundo, minuto, hora. (...) É uma coisa muito confusa que na realidade nunca percebi, (...) O Papalagui, no entanto, faz disso uma ciência. Os homens, as mulheres e até as crianças que ainda mal se têm nas pernas trazem consigo, quer presa por grossas cadeias de metal que lhe pendem do pescoço, quer atada ao punho com a ajuda de uma correia de coiro, uma pequena máquina achatada e redonda onde podem ler o tempo, o que não é mesmo nada fácil."
Ora, esta chamada obcessão tem nome. A horologia é a ciência (ou arte) que estuda os instrumentos que medem o tempo: relógios e cronógrafos são os exemplos mais comuns. Para alguns, é um tema meramente funcional, mas para um restrito grupo de aficcionados, esta é uma verdadeira arte com vários séculos de existência e museus e bibliotecas dedicados ao tema.
Mestria e paixão pela arte horológica fizeram também nascer a agência criativa MB&F (Maximilian Büsser and Friends), que se propõe a criar todos os anos uma nova obra-de-arte para consulta do tempo. Estes modelos são, simultaneamente, escultura e micro-mecânica: máquinas que nos dizem as horas, em vez de máquinas para dizer as horas.
Construindo mecanismos tri-dimensionais, em vez de relógios de pulso, estes objetos conseguem libertar-se dos constrangimentos impostos pela horologia tradicional, tornando-se "arte cinética".
Por exemplo, a mais recente peça de design, a HM3 Frog, tem características únicas. Além de toda a maquinaria estar à vista, como nos outros modelos, o nome "frog" ou "sapo" é inspirado na natureza e advém dos mostradores inéditos do relógio. Semelhante aos olhos dos sapos, o aspecto da máquina tem uma função invertida: enquanto que no anfíbio a saliência permite que possa olhar em várias direcções sem mexer a cabeça, no mostrador permite que o seu portador consulte as horas de diversas posições.
Este é apenas um dos múltiplos detalhes que podem ser descobertos nos quatro modelos das máquinas horológicas da MB&F dedicados ao culto do tempo, que primam pela transparência e robustez. Preciosismo ou dedicação? O tempo dirá.
Clique na imagem para ampliar.
MB&FFonte: http://obviousmag.org/
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