Síndrome de estocolmo
O Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular desenvolvido por pessoas que são vítimas de sequestro, em que a vítima desenvolve sentimentos de lealdade para com o sequestrador apesar da situação de perigo em que se encontra colocada.
Este síndrome é também referido em situações com tensões similares às do sequestro como casos de rapto, incluindo o rapto de noivas, casos de violação, cenários de guerra, sobreviventes de campos de concentração, pessoas que são submetidas a prisão domiciliar por familiares e também em vítimas de abusos pessoais, como mulheres e crianças submetidas a violência doméstica e familiar.
O Síndrome de Estocolmo foi assim designado em referência ao famoso assalto do Kreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo, em Agosto de 1973, que durou seis dias. Nesse assalto com sequestro as vítimas continuaram a defender seus captores mesmo depois dos seis dias de prisão física terem terminado e mostraram um comportamento reticente nos processos judiciais que se seguiram. O termo foi usado pela primeira vez pelo criminólogo e psiquiatra Nils Bejerot que ajudou a polícia durante o assalto e que se referiu ao síndrome durante uma reportagem, tendo o termo vindo posteriormente a enriquecer o léxico clínico.
Os sintomas associados ao síndrome são consequência de um stress físico e emocional extremo por parte da vítima e ocorrem sem que a vítima tenha consciência disso, funcionando a identificação afetiva e emocional com o sequestrador como o objectivo de proporcionar afastamento emocional da realidade perigosa e violenta à qual a pessoa está a ser submetida. Simultaneamente, a vítima, não ficando totalmente alheia à sua própria situação, mantém-se alerta para o perigo e é esse estado de consciência que faz com que a maioria das vítimas tente, em algum momento, escapar ao sequestrador, mesmo em casos de cativeiro prolongado.
Um dos casos mais conhecidos e característicos do quadro da doença é o de Patricia Hearst que em 1974 desenvolveu a doença após ter sido sequestrada pela organização político-militar "Symbionese Liberation Army".
Um quadro oposto ao Síndrome de Estocolmo designado por Síndrome de Lima pode ser desenvolvido nestas situações, com os raptores ou captores a desenvolverem relações de proximidade e compreensão das necessidades das vítimas, como o que sucedeu em Dezembro de 1996 na crise dos reféns da embaixada Japonesa em Lima.
Fonte: http://obviousmag.org/
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