segunda-feira, 5 de julho de 2010

As pequenas figuras de Mike Leavitt

David Byrne
Nos anos 50 a Pop Art quebrou com os cânones da arte mais conceitual em voga no momento - o abstraccionismo e o surrealismo - aproximando de novo a arte das pessoas comuns. Andy Warhol, Tom Wesselmann e Marcel Duchamp foram os grandes baluartes desta nova forma de fazer arte, revolucionando, mais uma vez, toda a estética do mundo ocidental.
O norte-americano Mike Leavitt traz agora um novo manifesto, pela arte popular e das pessoas comuns, que possa ser apreciada por todos e acessível a quem quer que a deseje obter. "Quero a minha arte na sala de estar, não no museu", diz no seu manifesto, criticando a arte dos psedo-intelectuais, históricos de arte, elitistas e priveligiados. Para ele a arte conceitual consegue desmontar as questões sociais, mas falta-lhe emoção, entretenimento, praticismo e acessibilidade no preço. Pelo contrário, a arte considerada mais baixa - que vai desde a arte gráfica e os graffitis aos brinquedos, tatuagens e ao kitsch - é mais acessível, divertida e viva.
Leavitt rema contra a corrente: desistiu do curso no Instituto de Arte de Brooklyn no primeiro ano e, desde aí, tem se dedicado à sua própria empresa na cidade onde nasceu, Seattle, fazendo todas as peças com as suas próprias mãos.
Envolvido numa variedade de projetos indefinidos, as pequenas figuras de ação não foram o seu primeiro trabalho. Em "Hip Hopjects" leva-nos para os anos 80 com sapatos clássicos, leitores de cassetes e outras réplicas perfeitas da década feitas em cartão, papel e outros materiais encontrados na rua. Em "Penny Places" conta estórias de moedas encontradas na rua, pintadas com descrições do local onde foram encontradas. "ArtCards" são desenhos do artista, vendidos em embalagens com um selo de pastilha-elástica. "Funtional Objects" são peças do quotidiano personalizadas pelo próprio, que misturam a arte com o produto: capacetes, isqueiros, tampos de sanitarios, brincos, etc.
Tudo isto a preços mais (ou menos) acessíveis, comparando com as grandes telas vendidas a preços exorbitantes nas galerias de arte de Paris ou Nova Iorque. "A arte é aborrecida e asfixiante. Odeio fazer arte normal. A arte não pode ser séria", diz ainda no seu manifesto.
Barack Obama
Susan Boyle
Quanto às pequenas figuras de ação, sempre fez pequenos carros, cenários e bases para os pequenos brinquedos que tinha em criança e esculpia pequenos barcos de madeira e aviões. Chegado à idade adulta, decidiu transportar esse interesse para a sua forma de fazer arte. Abarcando todo o tipo de personalidades históricas - de Van Gogh a Tupac - Leavitt satiriza as personagens, dando-lhes uma vida diferente: quer seja em brinquedos, ou em bonecos de bolos de noiva.
Primeiro fez o Exército da Arte (The Art Army): um conjunto de soldados composto pelos artistas mais famosos e talentosos: de Banksy a Van Gogh. Depois, inspirou-se na acessibilidade desta forma de arte e continuou a fazer estas figuras, retratando todo o tipo de personalidades e organizando-as em seções.
Damien Hirst
 
Dr. Phill
"Action Figures" pode ser considerado ilustração, mesmo que se tratem de esculturas e pequenas figuras. Leavitt não se preocupa com esta associação: para ele as ilustrações são uma linguagem que as pessoas autênticas usam, criando proximidade e estabelecendo ligações entre a arte e o público fora do mundo artístico. A ilustração é uma ponte segura que une a vida real à arte e formata os espaços vazios deixados pelo pós-modernismo, numa tentativa desesperada e democrática.
De David Byrne a Barack Obama. De Jackson Pollock a Susan Boyle. De Damien Hirst a Dr. Phil. Eles são os heróis da cultura popular ocidental e agora merecem um lugar no imaginário de todos nós em pequenas figuras satíricas: umas com uns retoques grotescos, outras com alusões a histórias de ação.
Van Gogh
 
Banksy
 
Mike Leavitt
Fonte: http://obviousmag.org/

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