quarta-feira, 7 de julho de 2010

Devendra banhart - freak folk e naturalismo

Sons inovadores, temas incomuns e registros vocais nunca antes utilizados - pelo menos para cantar. Ninguém canta como os Animal Collective, os temas de Sufjan Stevens e Devendra Banhart trazem de volta a natureza à cidade e os novos instrumentos que todos eles usam são uma lufada de ar fresco para música alternativa. Freak-folk é um género musical inovador que junta os intrumentos acústicos tradicionais da música folk norte-americana a novos elementos electrónicos e psicadélicos.
Mas há mais: Six Organs of Admittance, Feathers, Vetiver, Joanna Newsom, Antony And The Johnsons, Bright Eyes, Iron & Wine, Coco Rosie. A estes e a muitos outros a Wired Magazine batizou-os "New Weird America", num paralelismo ao Old Weird America que integrava desde os músicos pré-Segunda Guerra Mundial até Bob Dylan.
Nome primeiro da cena freak-folk americana (ou como lhe queiram chamar), Devendra Obi Banhart, de 29 anos, é um explosão de cores, miçangas, barba e psicadelismo. O primeiro nome dele pode parecer estranho: é sinónimo para Indra, o deus Hindu para a chuva e tempestade, e foi sugerido por Prem Rawat, um líder religioso que acompanhava os pais. Já o segundo nome - Obi - é uma personagem da Guerra das Estrelas.
Depois da infância na Venezuela, frequentou o Instituto de Arte de São Francisco, EUA, mas rapidamente começou a faltar às aulas para tocar em espaços públicos: o primeiro concerto que deu foi numa igreja num casamento homossexual. Acabou por desistir da escola para se dedicar inteiramente à música, passando uma temporada em Paris a tocar com bandas da cena indie.
Quando regressou aos EUA assinou com a editora Young God Records, com a qual gravou os seus primeiros três álbuns de estúdio: Oh Me, Oh My; Rejoicing in the Hands e Niño Rojo. "Considero-o um antídoto, uma espécie de narcótico - um raro caso em que nos sentimos em casa quando ouvimos uma música" foram as palavras do responsável pela editora, Michael Gira, referindo-se a Devendra, já depois de ele ter terminado o seu contrato.
Quanto ao estilo musical a que pertence, Devendra chama-lhe apenas "a família". Ouvir qualquer um dos seus álbuns é uma viagem dupla: no espaço somos transportados para um lugar andrógino entre o caos em desenvolvimento de Caracas, Venezuela, e a liberdade (e libertinagem) californiana, em solarenga harmonia com o mundo desenvolvido. No tempo, percorremos a nossa infânica ("I feel like a child" é uma autêntica birra de bebé) ao mesmo tempo que somos lançados para uma época anterior à supremacia dos yuppies nas grandes metrópoles - quando ainda só existiam hippies e quem usava fato e gravata era careta; quando ainda não existiam celulares e se percorria a América à boleia, ao estilo Christopher McCandless.
Nesta amálaga onde provavelmente estão presentes vários estupefacientes (vulgo, ácidos), auto-definiu-se naturalista. Acredita no místico e tem uma atitude antropológica - a mãe natureza em tudo manda e tudo liga. Por exemplo, o quarto álbum de estúdio, já na XL Recordings, intitula-se Cripple Crow e está fundado na noção de karma: "Acredito. São ondas - o que pões é o que tiras. O karma é uma forma de equilíbrio. E existe fora do tempo. Nós existimos num mundo de tempo, mas o karma não. Uma coisa do passado pode atingir-te agora", disse numa entrevista acerca do álbum.
A barba e as tatuagens são a imagem de marca do músico que até ouve bastante rock e se faz acompanhar do seu computador portátil, um MacBook por sinal. Influenciado pelo Tropicalismo - movimento artístico brasileiro dos anos 60 - Caetano Veloso é assumidamente o seu músico preferido e ouve bastante música brasileira. Mas o seu interesse musical não pára por aqui: houve um pouco de tudo, desde música indiana a bripop e faz questão de oferecer CDs com as suas escolhas musicais a amigos e jornalistas - incluindo a Lindsay Lohan.
Se Cripple Crow trouxe Devendra para a ribalta da música alternativa norte-americana, os dois álbuns seguintes consolidaram esse trabalho: Smokey Rolls Down Thunder Canyon e What Will We Be têm músicas mais limpas - principalmente o último - e os artistas do New Weird America ganham cada vez mais voz, liderados pela persistência e talento de Devendra. Imprevesível, é também artista plástico e os seus desenhos estão presentes em várias galerias: em São Francisco, Miami, Nova Iorque, Bruxelas e Modena (Itália).
ASSISTA AOS VÍDEOS
1 - 2 - 3

devendra banhart
Fonte: http://obviousmag.org/

Seja o primeiro a comentar!

Postar um comentário

Não serão aceitos comentários Anônimos (as)
Comentar somente sobre o assunto
Não faça publicidade (Spam)
Respeitar as opiniões
Palavras de baixo calão nem pense
Comentários sem Perfil não será publicado
Quer Parceria não será por aqui.(Contato no Blog)

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Software do Dia: Completo e Grátis

Giveaway of the Day
PageRank

  ©LAMBARITÁLIA - Todos os direitos reservados.

Template by Dicas Blogger | Topo