Um novo conceito de automóvel - ATNMBL
Pense bem: há quanto tempo os automóveis não evoluem? À parte a evolução tecnológica, em constante aperfeiçoamento, o conceito básico mantém-se inalterado desde o aparecimento dos primeiros automóveis, ou seja: uma plataforma com quatro rodas movida por um motor e dirigida por um motorista. Decorridos mais de cem anos verificamos que apenas o estilo, a tecnologia e as performances têm evoluído e que esta "evolução" se tem processado ao sabor dos interesses dos grandes fabricantes. São eles que ditam a "moda" e criam em nós o desejo artificial de consumir os seus produtos. E nós embarcamos nesse jogo, seduzidos pelo marketing eficaz e pelos deslumbrantes modelos que nos são apresentados nos Salões. Mas talvez isso tudo esteja prestes a mudar.
O estúdio Mike and Maaike, sediado em San Francisco e conhecido pelas suas abordagens experimentais ao design, decidiu que era chegada a altura de reinventar o conceito de automóvel e repensá-lo para os dias de hoje. No estudo que elaboraram focaram-se nas reais necessidades dos utilizadores e chegaram à conclusão de que, entre as muitas coisas que se podem fazer num (e com um) automóvel, dirigir era a menos pretendida.
Um automóvel dos dias de hoje teria de ser um espaço para viver como tantos outros, já que aí passamos tanto tempo, e esse tempo deveria ser bem ocupado a ouvir música, a relaxar, a conviver com os amigos, a desfrutar a paisagem... - nunca a dirigir. Um automóvel passaria a ser então um espaço arquitectónico integrado na nossa vida, na nossa casa, no nosso trabalho, nas nossas cidades. E assim surgiu um pedaço de arquitetura ambulante que nos levará a qualquer lado sem que nos tenhamos de preocupar sequer com o caminho a seguir: o Autonomobile, designado pelo acrónimo ATNMBL, fará tudo sozinho. Este é na verdade um novo conceito.
A tecnologia necessária à concretização deste projeto está disponível atualmente: motores elétricos individuais em cada roda, células solares fotovoltaicas na cobertura, baterias sob os assentos, comando por processador ligado ao GPS, sistemas de reconhecimento vocal, sensores de movimento, etc. O maior problema será haver ruas e estradas adaptadas a este tipo de veículo.
O resto foi um puro exercício de design que os seus criadores fizeram questão de não se parecer com um automóvel. É no fundo uma sala de estar envidraçada com grandes sofás, uma mesa baixa e um monitor. Os componentes mecânicos foram compactados e organizados de modo a disponibilizar um espaço habitável generoso que consegue ser maior do que em qualquer automóvel convencional, pese embora o ATNMBL ser bastante mais pequeno. O veículo ainda pode ser desenvolvido se, por exemplo, for encontrada uma solução que se integre melhor na arquitetura (porque não ser um módulo de uma habitação?) ou a possibilidade de crescer de acordo com o número de passageiros.
Talvez daqui a alguns anos possamos ver estes veículos a circularem pelas ruas, quem sabe, e talvez sejam muitos. Os seus condutores não precisarão de saber dirigir e poderão ocupar o seu tempo de outras formas, como a admirar a paisagem. Mas uma coisa é certa: o automóvel convencional não irá nunca desaparecer, pois haverá sempre gente para apreciar o prazer da condução.
Fonte: http://obviousmag.org/
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