Banheiros do mundo - "Toilets of the world"
Diz-me que WC frequentas e dir-te-ei quem és. É no fundo isso que nos mostra o álbum fotográfico "Toilets of the World", editado pela Merrell Publishers em Outubro de 2006. Este autêntico retrato cultural e sociológico é assinado pela escritora Morna E. Gregory e pela fotógrafa Sian James. Juntas, percorreram os cinco continentes em busca do que há de verdadeiramente genuíno em cada cultura. Afinal de contas, é na busca pela satisfação das suas necessidades mais básicas que o ser humano se revela na sua plenitude.
Ao todo, o livro documenta 142 WCs - que nem sempre envolvem um cubículo entre quatro paredes -, divididas inclusivamente por continente: América, Europa, África, Ásia e Oceânia.
Provando que este não é apenas mais um vulgar livro de viagens, as autoras elaboraram uma autêntica reconstrução histórica deste particular capítulo da vida quotidiana e do design que envolve os seus elementos funcionais. Desde o momento da sua invenção (na Grécia, ao que parece), aos grandes personagens da história que primeiramente o adotaram (como a rainha Elisabetta I), Morna E. Gregory e Sian James documentam inclusive a invenção do autoclismo e a sua difusão até no mais longínquo canto do globo.
E porque o chamado da Natureza não escolhe hora nem lugar, foi instalada uma modesta retrete de madeira em pleno deserto da Namíbia. E não é uma miragem: tendo como pano de fundo algumas das dunas mais altas do mundo e o céu como única testemunha, não há que ter vergonhas neste remoto recanto da Terra.
O mesmo acontece no Salar de Uyani, na Bolívia, a maior planície salgada do mundo, com 12 mil quilómetros de extensão. E, além do sal, o que mais se vê nesta paisagem são cactos. E porque quem não tem cão caça com gato, a retrete ali instalada é precisamente feita a partir do tronco de um cacto já seco - cujos picos foram cuidadosamente retirados para todo o conforto do utilizador. Não há lugar como a nossa própria casa, é verdade, mas esta simples e eficaz retrete quase se funde com a paisagem e nem numa pintura surrealista o cenário poderia parecer mais credível.
E o nosso eterno fascínio pelo universo oriental não se desilude com a descoberta feita por Morna E. Gregory e Sian James em Tóquio, no Edifício Lemina. Aliás, o exuberante urinol é praticamente um exercício de troça de japoneses para japoneses. Tudo o que associamos a essa cultura: os flashes, a música e o riso penetrantes e frenéticos - está tudo lá. Embora pareça um tanto ou quanto assustadora, esta é definitivamente uma experiência que vale por si.
Finalmente, viajamos até à América do Norte. Se há sítio que não pode viver sem uma casa de banho, é um bar. Qualquer um que seja. Este em particular, no Canadá, orgulha-se de possuir uma grande variedade de whiskeys para oferecer aos seus frequentadores e uma casa de banho ainda melhor para arcar com as consequências de tantas provas. O Whiskey Cafe, em Montreal, conta com um urinol ativado por sensores; enquanto está a ser utilizada, a enorme estrutura de metal enche-se de água, que apenas pára de correr quando os utilizadores a abandonam - chamemos-lhe apropriado.
"Toilets of the world" já foi publicado em seis línguas, embora o português não esteja (ainda) incluído. Seja como for, este é um álbum de apelo universal onde uma imagem vale mesmo mais do que mil palavras.
Toilets of the worldFonte: http://obviousmag.org/
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