segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Nick Pope fala sobre MoD, UFOs e projetos

Responsável pelo Projeto UFO [UFO Project] no Reino Unido e encarregado da abertura ufológica neste país, ele conversa sobre diversos assuntos
 
Considerado um verdadeiro Fox Mulder do Ministério de Defesa britânico (MoD), tem sido durante vários anos o máximo responsável pelo Projeto UFO do Governo inglês, uma iniciativa que tinha como objetivo pesquisar os avistamentos de objetos desconhecidos e todo o relacionado com os UFOs. Nick Pope considerava-se um cético, mas sua experiência na investigação ufológica o fez mudar de atitude frente ao fenômeno. Depois da recente desclassificação dos "arquivos X Ufológicos" britânicos, converteu-se em um habitual freqüentador dos meios de comunicação em escala mundial e tem participado em numerosos congressos internacionais sobre Ufologia e Exopolítica, sendo hoje uma referência na temática. A revista Más Allá entrevistou-lhe em sua edição 254.
Que papel desempenhava no MoD dantes de pesquisar UFOs? Tenho estado vinculado ao MoD desde 1985. Trabalhava em uma divisão chamada Secretariat Air Staff [Secretariado Pessoal do Ar]. Estive ali no período prévio à primeira guerra do Golfo, durante a própria guerra e depois do conflito. Por um breve período de tempo, encarreguei-me de preparar o material-chave para as reuniões diárias dos ministros e os chefes de serviço. Meu trabalho consistia em recompilar informação sobre as operações da Royal Air Force (RAF) e selecionar as mais relevantes para os superiores: detalhes de algumas baixas e perdas, objetivos atacados ou avaliação dos dados das batalhas, entre outras coisas. Era interessante e tinha um ritmo de trabalho muito alto. E como surgiu a possibilidade de dirigir o Projeto UFO? Por aqueles tempos a política do MoD era remanejar o pessoal a cada dois ou 3 anos, fosse por motivos de promoção ou por translado. Assim, todos ganhávamos experiência em uma ampla gama de trabalhos e cargos: política, intervenções, pessoal, finanças etc. Perguntaram-me se após concluir meu trabalho no Centro de Operações Conjuntas se queria me ocupar do Projeto UFO, que tinha sido atribuído a outra seção da Secretariat Air Staff. E eu aceitei, porque, de certo modo, foram eles que vieram me buscar.

O processo de abertura
Por que o Governo britânico tem decidido desclassificar os arquivos ufológicos? Esta decisão foi tomada por três razões, relacionadas entre si. Em primeiro lugar, o MoD tinha recebido mais solicitações do Freedom of Information Act [Lei de Liberdade de Informação, FOIA], que de qualquer outro tema, e despachá-las caso a caso resultava cada vez mais complicado. Por isso, se pensou que desclassificando todos os documentos sobre UFOs, aqueles que fizessem futuras solicitações sobre este tema, poderiam ser remetidos ao The National Archives [Arquivos Nacionais, TNA]. Em segundo lugar, o governo francês havia liberado seus arquivos em 2007, e isto marcou um precedente que o Executivo britânico não podia ignorar. Finalmente, o MoD tinha a esperança de que a abertura refletisse para opinião pública e nos meios de comunicação o compromisso do governo com a liberdade de informação.
Tem havido transparência no processo de desclassificação? Sim, ainda que com algumas exceções. Determinados documentos têm sido retidos, de acordo com as exceções que dita a FOIA, para assegurar que a informação classificada e os dados pessoais não sejam revelados. Nomes, direções e outros detalhes pessoais relativos às testemunhas e aos oficiais devem eliminar-se para cumprir com a FOIA e com a Lei de Proteção de Dados. Outras exceções cobrem categorias, tais como a defesa e a segurança nacional: limita-se a informação referida aos sistemas militares de radar, a fornecida ao Reino Unido confidencialmente por países aliados, a que resulta comercialmente sensível e aqueles documentos que podem revelar dados importantes sobre os serviços de inteligência ou seus métodos.
Como era o trabalho cotidiano no Projeto UFO? A cada dia era diferente. Algumas vezes, pesquisava informações sobre avistamentos recém ocorridos. Ademais, tinha acesso aos arquivos ufológicos anteriores, alguns dos quais têm sido classificados como altamente secretos. Isto possibilitou que empreendesse vários projetos de investigação com determinadas linhas diretrizes. Em outras ocasiões, dedicava-me a redigir rascunhos para os ministros de Defesa respondendo as questões propostas pelos membros do Parlamento ou pelos meios de comunicação.

Como atuavam quando recebiam um aviso de avistamiento? A metodología de uma investigação era bastante regular. Em primeiro lugar, entrevistávamos às testemunhas para obter a maior informação possível sobre o caso: data, hora e localização do avistamento, descrição do objeto, sua velocidade e altura etc. Depois, tentávamos relacionar o acontecimento com alguma atividade aérea da zona, como vôos civis, exercícios militares ou lançamentos de balões sonda. Contrastávamos os dados com os do Real Observatório de Greenwich, para saber se algum fenômeno astronômico, como a queda de um meteorito, podia explicar o caso. Também comprovávamos se algum radar tinha detectado um objeto estranho e, se dispúnhamos de uma fotografia ou um vídeo, passávamos a vários especialistas do MoD, que se encarregavam de ampliar e analisar as imagens. Assim mesmo, trabalhávamos em colaboração com o pessoal do Sistema de Alerta Temporário de Mísseis Balísticos da RAF de Fylingdales, que dispõe de um radar especial. Por último, em questões técnicas e científicas, colaborávamos estreitamente com o pessoal dos serviços de inteligência de Defesa, departamento sobre o qual não posso entrar em detalhes.

Passavam os avisos de avistamentos por algum filtro ou chegavam diretamente a seu departamento? Também dependia do caso. Alguns relatórios chegavam diretamente, no entanto, quando as testemunhas informavam dos avistamentos à polícia ou às bases aéreas militares, tínhamos um sistema em que esses relatórios eram reenviados ao MoD.

Que tipo de documentos utilizavam para a investigação? Dependia de cada caso, na maioria das investigações fazia-se por telefone, pelo que não tinha que redigir demasiados documentos, só uma ou duas páginas sobre cada avistamento. Mas em outras ocasiões, tinha que fazer relatórios mais detalhados e lhes fornecer a outros oficiais do MoD.

Como acuavam ante os incidentes que careciam de uma explicação racional? Muitos dos documentos que se fizeram públicos até agora não têm uma valoração concreta, não se indica se o caso foi catalogado como um incidente explicável, inexplicável ou com dados insuficientes, pelo que não posso contestar esta pergunta. A política do MoD tem sido sempre lhe restar importância ao Fenômeno UFO, mas sem o encobrir. Nós fomos cautelosos na hora de colocar por escrito algumas declarações, sobre aqueles avistamentos aos quais não se podia dar uma explicação racional. Fazer em várias ocasiões, como por exemplo, no incidente de Cosford (sul de Reino Unido) de 1993. De alguma forma, um caso ufológico incompleto é como um crime não resolvido em um arquivo de polícia: guarda-se o relatório e não ocorrerá nada, a não ser que apareçam novos dados.

Plena liberdade
Tinha acesso a todo tipo de documentos ou havia relatórios restringidos também para você?
Nunca o MoD lhe impediu ou negou algo na hora de realizar seu trabalho? Foi um trabalho interessante e esgotador, mas nunca senti que pusessem obstáculos em meu caminho. Em certas ocasiões, alguns de meus superiores pensaram que devia parar de pesquisar, quando não conseguia encontrar uma explicação após um dia ou dois, mas não acho que tivesse nada estranho quando me davam ordens desse tipo.

Acha que o MoD ocultou alguma vez de você informações que só uma série de privilegiados poderiam acessar? Não acho que isto tivesse sido possível. E mais, além de estar autorizado a concordar com qualquer tipo de informação, tinha a obrigação de conhecer à fundo cada solicitação, não houve necessidade de que ninguém me ocultasse nada.

Nem sequer sobre o suposto contato com extraterrestres? O MoD não tem provas de que tenha tido contato com extraterrestres, e não se trata de uma informação que tenha motivos para encobrir. Sempre tenho tido acesso às ferramentas que tenho precisado para desenvolver meu trabalho, dos quais consistiam, principalmente, em contatar os especialistas encarregados de interpretar as fitas de radar, analisar as fotografias etc.

Continue lendo, a entrevista completa está no Portal da Ufologia Brasileira, com imagens e todos os detalhes.
 
Agradecimentos a:  Paulo R. Poian.
imagem arquivo virtual

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