quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Um computador de sonhos nos anos 80

Concebido por Jay Miner, o Commodore Amiga foi um computador pessoal verdadeiramente revolucionários para o seu tempo. Através de características únicas e inovadoras, abriu as portas a toda uma geração de entusiastas que se atreveram a sonhar com o futuro da tecnologia. Dotado de capacidades computacionais, gráficas e sonoras excepcionais, foi apresentado com pompa e circunstância. Corria então o ano de 1985, e todos os que presenciaram o seu lançamento ficaram deslumbrados.
O Amiga foi o primeiro computador pessoal do mundo a integrar o conceito pleno de multimédia. Podia correr os programas de produtividade dessa altura - editores de texto, folhas de calculo, etc - mas era também dotado de características gráficas fantásticas - imagens de 4096 cores e processamento de vídeo - bem como capacidade para reproduzir som stereo.
Através de uma arquitetura revolucionária para a época, o computador, para além do CPU principal, possuía diversos co-processadores dedicados às principais tarefas que ocorrem num sistema computacional. Desta forma, a unidade central era preservada para efetuar o que era estritamente necessário, como por exemplo as tarefas de controle e cálculo. Um aspecto curioso foi o fato de todos os co-processadores do Amiga possuírem nomes, quase que criando um laço emocional entre o homem e a máquina. Estes eram o AGNUS (Address Generator) tratava de todas as questões de endereçamento de memória, DENISE (Display Adapter) lidava com todas as funções relacionadas com a apresentação gráfica, e PAULA (Ports and Audio) funções relacionado com I/O e som. Posteriormente, novas versões do chipset foram sendo lançadas, mantendo-se esta lógica.
Outro dos pontos fortes deste computador era o seu sistema operativo completamente revolucionário. O fato de ser dos primeiros a dar a um computador pessoal a capacidade de multi-tarefa (pre-emptive multi-tasking) permitiu que todo um conjunto de software avançado fosse desenvolvido e lançado ao longo dos anos, garantindo inclusive a sobrevivência da companhia em momentos mais difíceis. Na verdade, tinha-se um computador com um desempenho idêntico a uma estação gráfica Unix/X11, por uma fração do preço.
O lançamento deste computador foi impressionante. Contando com a presença do conceituado artista pop Andy Warhol e Debbie Harry, a demonstração em tempo real das capacidades desta máquina deixaram toda uma plateia rendida e pronta a sonhar com um futuro inimaginável até à data. Tendo em conta que o momento foi há 25 anos, atrevo-me a dizer que foi mais impressionante do que as mega produções de Steve Jobs nos lançamentos mediáticos da Apple na atualidade.
Para os mais velhos, algumas imagens nostálgicas.

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