Demissão de Erenice vira derrota política de Lula e Dilma
Nesta quinta-feira (16), aconteceu o que o presidente Lula buscou evitar desde o último sábado (11). Lula foi o principal artífice da operação de defesa da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, resistiu por cinco dias, exposto ao desgaste juntamente com a sangria da substituta de Dilma, e capitulou ao sexto dia, diante da gravidade das novas denúncias.
O presidente estava convencido de que o afastamento de Erenice criaria uma marola altamente contraproducente para a campanha petista, de tamanho e impacto imprevisíveis. Apesar de opiniões divergentes no PT e na comitê de Dilma, Lula montou uma operação de reação às denúncias que incluiu um número crescente de explicações oficiais, notas, comunicados, e que apenas serviram para demonstrar que as denúncias haviam posto todo o governo na defensiva.
Obedecer à determinação presidencial custou ao ministro da Justiça, Luís Paulo Barreto, um inesquecível momento de constrangimento, ao ter de anunciar a abertura de inquérito para apurar tráfico de influência, sem que o agente público detentor da dita influência fosse alvo da apuração.
A situação começou a fugir ao controle de Lula quando a própria Erenice divulgou a desastrosa nota em que mencionou o candidato tucano, José Serra, que chamou de "aético e derrotado". Com o gesto, a então ministra derramou seus problemas no meio da sala da campanha de Dilma Rousseff e firmou o vínculo que o presidente tanto lutou para abortar. Lula teria ficado furioso com a iniciativa.
A derrota política do presidente no episódio arrastou Dilma, que teve de admitir a conveniência da demissão de seu braço direito dos tempos da Casa Civil, para o bem das investigações - justificativa que vai na contramão de toda argumentação do governo, para quem até então Erenice nem devia ser investigada.
A três meses de descer a rampa coberto de popularidade e repassando a faixa à sucessora por ele escolhida, Lula terá pelo menos quinze dias da incômoda turbulência política que ele tanto quis evitar. No entanto, se Dilma mantiver razoável vantagem sobre o adversário tucano, que seja suficiente ainda para levá-la à vitória no primeiro turno, a tendência é que o escândalo vá perdendo o foco. O adesismo se encarregará de enterrá-lo, não sem o justo esperneio da oposição.
Fonte: R7
jornalvarginhahoje
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