Hominídeo desconhecido migrou pelo mundo e foi confirmado através de código genético
Fragmento encontrado em caverna siberiana tem DNA diferente dos humanos e contribuiu com o material genético dos melanésios
Dente encontrado na caverna de Denisova: as migrações humanas ficaram mais complexas. Crédito: Nature
Por Cristina Caldas
Partindo do DNA extraído do osso de um dedo encontrado na caverna de Denisova, no sul da Sibéria, e seu código genético, cientistas descobriram um novo grupo de homínideos que tanto vagou pelo mundo que deixou partes de seu DNA em populações da Oceania.
Os resultados das análises genéticas e morfológicas do estudo que envolveu 28 cientistas trabalhando em 14 instituições de pesquisa espalhadas pelo mundo foram publicados na revista Nature. Mostram que o hominídeo de Denisova tem um genoma diferente do humano moderno e do neandertal, e contribuiu com quatro a 6% do material genético dos genomas dos melanésios, população que vive atualmente na Oceania. Mais uma peça importante no complexo quebra-cabeça de reconstrução da história evolutiva da espécie humana.
Bence Viola, que trabalhou no estudo assinado pelos medalhões da arqueologia genômica Svante Paabo e David Reich, coordenou as interpretações arqueológicas, de datação e foi responsável pelo estudo morfológico. Ele disse ao iG sobre o resultado que mais o impressionou, a conexão do hominídeo arcaico com os melanésios.
"Eu teria ficado menos surpreso se tivéssemos encontrado traços genéticos dos hominídeos de Denisova em populações chinesas ou da Ásia Central, mas tendo miscigenado apenas com pessoas que hoje vivem na outra ponta do mundo, a 10.000 km de distância foi uma enorme surpresa", disse Viola.
O dente que também foi encontrado na caverna tem um genoma mitocondrial semelhante ao do osso do dedo e uma morfologia muito diferente dos dentes de neandertais e homens modernos. "O dente tem uma morfologia muito interessante, arcaica", destacou Viola.
Agora com o hominídeo de Denisova há evidências da presença simultânea de cinco diferentes grupos no mundo: humanos modernos (ancestrais diretos do Homo sapiens) na África, neandertais na Europa e parte do Oriente Médio, hominídeos de Denisova na Sibéria, o Homo eretus na ilha de Java e a forma anã do Homo floresiensis em Flores, na Indonésia.
Como a extração de DNA destrói parte das amostras ósseas, é necessário cuidado extra para garantir que seus resultados não sejam mascarados por contaminações ou outros artefatos da metodologia usada. "Olhe o material suplementar do nosso artigo e você verá que quase metade dele descreve os cuidados que tomamos para evitar tais problemas", disse Viola.
Os pesquisadores pretendem agora descobrir mais sobre os hominídeos de Denisova. "Estamos trabalhando também em comparações genéticas mais detalhadas, aumentando o tamanho da amostra dos humanos modernos", completou.
Os resultados das análises genéticas e morfológicas do estudo que envolveu 28 cientistas trabalhando em 14 instituições de pesquisa espalhadas pelo mundo foram publicados na revista Nature. Mostram que o hominídeo de Denisova tem um genoma diferente do humano moderno e do neandertal, e contribuiu com quatro a 6% do material genético dos genomas dos melanésios, população que vive atualmente na Oceania. Mais uma peça importante no complexo quebra-cabeça de reconstrução da história evolutiva da espécie humana.
Bence Viola, que trabalhou no estudo assinado pelos medalhões da arqueologia genômica Svante Paabo e David Reich, coordenou as interpretações arqueológicas, de datação e foi responsável pelo estudo morfológico. Ele disse ao iG sobre o resultado que mais o impressionou, a conexão do hominídeo arcaico com os melanésios.
"Eu teria ficado menos surpreso se tivéssemos encontrado traços genéticos dos hominídeos de Denisova em populações chinesas ou da Ásia Central, mas tendo miscigenado apenas com pessoas que hoje vivem na outra ponta do mundo, a 10.000 km de distância foi uma enorme surpresa", disse Viola.
O dente que também foi encontrado na caverna tem um genoma mitocondrial semelhante ao do osso do dedo e uma morfologia muito diferente dos dentes de neandertais e homens modernos. "O dente tem uma morfologia muito interessante, arcaica", destacou Viola.
Agora com o hominídeo de Denisova há evidências da presença simultânea de cinco diferentes grupos no mundo: humanos modernos (ancestrais diretos do Homo sapiens) na África, neandertais na Europa e parte do Oriente Médio, hominídeos de Denisova na Sibéria, o Homo eretus na ilha de Java e a forma anã do Homo floresiensis em Flores, na Indonésia.
Como a extração de DNA destrói parte das amostras ósseas, é necessário cuidado extra para garantir que seus resultados não sejam mascarados por contaminações ou outros artefatos da metodologia usada. "Olhe o material suplementar do nosso artigo e você verá que quase metade dele descreve os cuidados que tomamos para evitar tais problemas", disse Viola.
Os pesquisadores pretendem agora descobrir mais sobre os hominídeos de Denisova. "Estamos trabalhando também em comparações genéticas mais detalhadas, aumentando o tamanho da amostra dos humanos modernos", completou.
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