Segunda Guerra Mundial - Ambiente e Origem - O Eixo Roma-Berlim
O Eixo Roma-Berlim
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O significado vital da luta na Espanha foi vividamente resumido num memorando escrito pelo capitão Liddell Hart ao ministério da Guerra da Grã-Bretanha, em março de 1938. "As pessoas que falam em evitar outra Grande Guerra" - asseverou ele - "já estão vinte meses atrasadas. A segunda Grande Guerra do século XX começou em julho de 1936... A assistência direta que a Itália deu com a força aérea e a assistência indireta que a Alemanha deu com a força naval, transportando as tropas de Franco da África para a Espanha; foram as primeiras operações da guerra atual... Que nós, neste país, deixamos de ver essa "guerra em progresso" é devido ao fato de ainda estarmos pensando politicamente, enquanto os Estados ditatoriais pensam militarmente".
Fosse qual fosse a base de seu pensar, havia um pensamento grave e dominante na mente dos governos britânico e francês: o pensamento de evitar que a guerra espanhola se alastrasse e envolvesse a Europa. Com este propósito, eles advogaram uma política generalizada de não-intervenção. Era uma política admirável na teoria, mas o seu valor prático foi anulado pela formal recusa da Alemanha e da Itália de cumprir suas promessas. Procurando salvaguardar a paz, as democracias abstinham-se de agir, enquanto os ditadores mandavam homens e material para a Espanha. A política evitou uma guerra aberta, mas encurtou em muito o caminho para o conflito final, pois que a cooperação de Hitler e Mussolini conduziu ao eixo Roma-Berlim e pôs um fim ao isolamento alemão.
Uma aliança entre a Alemanha e a Itália é um dos objetivos essenciais contidos no Mein Kampf. Durante três anos, as suspeitas italianas quanto às intenções alemães na Áustria estiveram no caminho. Mas pelo ano de 1936, a Itália desviou sua atenção do Danúbio e concentrou-se no Mediterrâneo. Os acontecimentos haviam mostrado quão úteis essas duas potências podiam ser uma à outra. A recusa alemã de participar das sanções contra a Itália diminuiu grandemente a eficiência dessas sanções. A ação alemã na Renânia impediu a continuação e endurecimento das sanções, fato que poderia ter tido as mais sérias conseqüências. A Alemanha, por sua vez, tinha dado uma clara ilustração da utilidade da Itália como freio da Grã-Bretanha e da França. E agora os dois Estados estavam lutando lado a lado para esmagar o governo republicano da Espanha. E entre o entendimento a respeito da Espanha e a colaboração num âmbito europeu, ia apenas um passo.
E, de fato, no começo de 1936, haviam sido tomadas medidas nesse sentido. As visitas dos representantes oficiais começaram em março, e, em julho, foram assinados acordos sobre comércio e aviação. Em julho chegaram a um acordo sobre a Áustria. O reconhecimento alemão da conquista da Etiópia foi um gesto amigável e bem recebido. A 25 de outubro, foi assinado um acordo que estabelecia a unidade de esforços na esfera diplomática e a cooperação na Espanha e no Danúbio. A 1o de novembro, em Milão, Mussolini proclamou a aproximação como "um eixo em torno do qual todos os Estados europeus animados pelo desejo da paz podem colaborar".
A conseqüência imediata dessa colaboração foi o desaparecimento da Áustria.
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