Momentos históricos que transformaram o mundo
O ser humano com características físicas parecidas com a nossa, inclusive quanto ao tamanho e formato do cérebro, surgiu há cerca de 30 mil anos. Desde aqueles tempos pré-históricos, o homem começou a inventar, descobrir e realizar coisas que foram transformando a vida sob a face da Terra. Alguém inventou as ferramentas que eram de paus e depois de pedras (época da “idade das pedras”), o que significou uma grande transformação para aquelas diminutas populações. Em algum momento, eles inventaram a fala, que foi outro acontecimento que mudou o destino do ser humano.
© iStockphoto.com /Jvoisey
O Coliseu é um dos principais símbolos de umdos acontecimentos históricos mais importantes
Foi também na época pré-histórica que o ser humano criou a arte, com suas esculturas e pinturas, ainda que não soubesse que aquilo era "arte" e ela não tivesse o significado e a função atuais. Um outro acontecimento pré-histórico importante foi a invenção da agricultura há cerca de dez mil anos.
© istockphoto.com / Brianna May
A Grécia antiga foi palco de um dosmais importantes momentos da História
Com o passar dos séculos o homem evoluiu para uma vida em sociedade e civilizada, que se tornou cada vez mais complexa. No decorrer dessa trajetória alguns momentos históricos foram fundamentais para transformar os destinos da humanidade.
A invenção da escrita
Na Mesopotâmia e no antigo Egito, há cerca de cinco mil anos, surgiu a escrita, uma forma de comunicação que praticamente separou a pré-História da História. Os sumérios e os egípcios foram os primeiros povos a desenvolverem códigos que permitiram registrar os acontecimentos de sua época, o cotidiano da população, os atos administrativos, a religião. Muito do que sabemos hoje do passado da civilização se deve à invenção da escrita. As primeiras formas dela foram a cuneiforme, dos sumérios, e os hieróglifos e a escrita demótica dos antigos egípcios.
Rraheb / Agency: Dreamstime.com
Placa com hieróglifos, a escrita dos antigos egípcios
Cerca de dois milênios depois, os fenícios, um povo comerciante que percorria o Mediterrâneo comprando, vendendo e trocando mercadorias, desenvolveram uma escrita que baseava-se em 26 caracteres que possibilitavam escrever todas as palavras existentes, e as que ainda seriam inventadas, em todas as línguas do mundo. Bem mais fácil e prático do que as escritas dos sumérios e dos egípcios, o código dos fenícios permitiu que a escrita se espalhasse pelo mundo.
A crença num só Deus
Durante milênios as civilizações antigas veneravam vários deuses. Egípcios, babilônios, gregos, escandinavos, bretões e romanos eram politeístas e suas divindades normalmente antropomorfas, com características similares a dos seres humanos. Há pouco menos de quatro mil anos, tribos localizadas entre o Egito e a Mesopotâmia em vez de idolatrarem várias divindades rezavam para um único deus. Segundo esse povo esse deus era mais poderoso e majestoso do que todos os outros e responsável pela criação de tudo que existia. Boa parte das histórias sobre esse povo encontra-se no Antigo Testamento, na Bíblia, e sua ideia de um deus único e invencível seria compartilhada pelas duas maiores e mais influentes tradições religiosas que se estabeleceriam no mundo: a judaico-cristã e a muçulmana.
© istockphoto.com / Duncan Walker
O nascimento da filosofia
Entre seis e quatro séculos antes do nascimento de Jesus Cristo, vieram ao mundo homens que só com o ato de pensar mudaram o destino da civilização. Três deles praticamente inventaram e desenvolveram uma forma de raciocinar que fundaria a civilização ocidental: Sócrates, Platão e Aristóteles formaram o triunvirato que nos deu a filosofia, um modo de raciocínio baseado em argumentações e contra-argumentações. Na Grécia antiga, particularmente na cidade-estado de Atenas, esses três filósofos iniciaram a tradição de tentar compreender o mundo racionalmente, ato que estabeleceu os fundamentos da lógica e do pensamento científico. O método filosófico desenvolvido por Sócrates e Platão, e depois levado a um outro patamar por Aristóteles, resultava no desenvolvimento de novas visões sobre os assuntos em discussão, na busca por verdades universais.
© istockphoto.com / Hans Laubel
Escultura de Sócrates
A ascensão do Império Romano
Gregos, egípcios, judeus e fenícios já eram culturas antigas quando no século 3 a.C. Roma começou sua expansão. Povo ligado aos seus bens , perseverantes em relação aos seus objetivos e fiéis em relação as suas leis, os romanos tornaram-se guerreiros obstinados e fizeram de Roma uma cidade poderosa. Suas legiões de soldados eram temidas e à medida que venciam guerras e conquistavam regiões ricas e importantes como a Sicília, Cartago e a Gália, os romanos tornavam-se cada vez mais audaciosos.
© iStockphoto.com /Christian Wilkinson
Uma das estradas construídas pelos romanos durante seu Império
No século 1 a.C., Roma já era um Império, senhora absoluta do mundo ocidental. Com seus construtores admiráveis formou uma rede de estradas, aquedutos e construções fabulosas. Suas leis, sistemas administrativos e sua arte formaram um legado cultural que influenciou várias civilizações por séculos.
As grandes invasões
No século 4, o Império Romano era tão grande que tomar conta das suas fronteiras era uma preocupação constante e isso tinha de ser feito por exércitos cheio de tropas estrangeiras. Além disso, excluindo os cidadãos romanos, a maior parte da população era de escravos, os pesados tributos levavam a rebeliões, as epidemias de peste e a miséria dizimavam populações e o cristianismo conquistava cada vez mais adeptos que se recusavam a obedecer o imperador. O enfraquecimento do Império o tornou um alvo para povos sob seu domínio, como os germanos, como também para hordas de guerreiros vindas do Oriente, como os hunos. A queda do Império Romano levou a uma época de medo e insegurança, com as guerras constantes e a pilhagem das cidades. As incertezas levaram ao temor da feitiçaria e de demônios, e o cristianismo avançou como uma salvação. As populações migraram para o campo, levadas pelos nobres, e as cidades perderam importância. A economia passou a basear-se na troca e surgiu um sistema econômico feudal. Durante séculos o mundo ocidental mergulhou na escuridão da ignorância e da superstição.
© iStockphoto.com /Duncan 1890
O nascimento da burguesia
Num período chamado de Baixa Idade Média, que começou no século 11, os comerciantes e artesãos que viviam nas cidades, que na maioria eram poucas, pequenas e com ruazinhas tortuosas, cansaram de viver a mercê dos senhores feudais. Como tinham dinheiro constituíram exércitos próprios e transformaram suas cidades em fortalezas. Esses habitantes das cidades, ou “burgos”, que ganhavam dinheiro e poder foram chamados de burgueses e passaram a não compartilhar mais dos valores que predominavam na Idade Média. O surgimento da burguesia e sua aliança política-econômica com monarcas resultou no fim da economia feudal e no surgimento do mercantilismo, no fortalecimento dos Estados nacionais, no início da era das grandes navegações e do colonialismo e na construção de uma nova consciência que prezava a liberdade de pensamento e que resultou num período artístico e comercialmente rico, denominado de Renascença.
© iStockphoto.com /Ballycroy
O Iluminismo
O movimento de livre pensar e de ressurgimento do comércio na Renascença, no século 15, e que marcou o início da Idade Moderna atingiu seu apogeu com o Iluminismo. O movimento iluminista surgiu na Europa entre os séculos 17 e 18. Nesse período impressionantes transformações e desenvolvimentos ocorreram na filosofia, nas artes, nas ciências e na política. Na base da ideia iluminista estava considerar a lógica e a razão como os principais instrumentos para o homem conhecer o universo e aprimorar suas condições de vida. Foi uma época em que o principal objetivo do uso da razão foi dar ao ser humano conhecimento, liberdade e felicidade. Durante os cerca de duzentos anos do período iluminista, o homem pesquisou e descobriu mais coisas do que nos dois mil anos anteriores. A filosofia das Luzes, como era chamada por iluminar o período de “trevas” anterior, principalmente da Idade Média, tinha três princípios fundamentais: a tolerância, a razão e a benevolência.
© istockphoto.com / HultonArchive
Voltaire foi um dos principais pensadores iluministas
A Revolução Francesa
Na segunda metade do século 18, os ideais iluministas estavam por toda parte. O sucesso dos norte-americanos em sua guerra pela independência (1775-1783) inspirou em várias partes do mundo o anseio por liberdade, igualdade e fraternidade e estimulou os sentimentos antimonarquistas. Na França, a caótica situação do país levou a uma violenta revolução que iniciou-se em 1789 e que consagraria os princípios iluministas através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Inspirado na Declaração de Independência dos Estados Unidos da América a base dela era o princípio de que todos os homens eram iguais e deveriam ser tratados de maneira igual diante da lei.
© istockphoto.com / HultonArchive
A queda da Bastilha foi um dos principaisepisódios da Revolução Francesa
Nas décadas seguintes as ideias da Revolução Francesa espalharam-se pela Europa e depois pelo mundo, levando à consagração da república como novo modelo de governo e ao fim das nobrezas, substituídas pela burguesia.
A Revolução Industrial
Desde Galileu Galilei muitos pensadores e cientistas defendiam a ideia de que tudo na natureza podia ser observado sob um ângulo racional e matemático. Isso não era só um dos princípios mais importantes do Iluminismo como também possibilitou ao ser humano entender e explorar as energias naturais. Ao compreender, dominar e colocar essas energias a seu serviço o homem iniciou uma revolução sem precedentes, uma mudança que colocava essas forças como substitutas do trabalho humano.
© istockphoto.com / Mark Ogle
Motores à vapor possibilitaram o início da Revolução Industrial
Na segunda metade do século 18 iniciou-se uma era de descobertas e invenções que remodelou cultural e economicamente as sociedades. A essas mudanças deu-se o nome de Revolução Industrial, um processo que estabeleceu as bases para um novo modelo de civilização. Saía a economia agrária e artesanal e passava a predominar uma baseada em máquinas e na produção industrial. A Revolução Industrial começou na Inglaterra a partir de uma sucessão de inventos mecânicos que possibilitaram dar ganhos de produtividade nunca antes imaginados ao trabalho humano. Uma transformação que provocou impactos socioeconômicos e culturais e que consolidou a burguesia urbana como a nova classe dirigente.
As Duas Grandes Guerras
Desde a Revolução Industrial, as principais potências do mundo, em busca de mercados para suas crescentes produções, partilharam o planeta, com suas colônias e áreas de influência. No começo do século 20 esse modelo esgotou-se e os países ricos temerosos uns dos outros constituíram exércitos fortes. Mas o desejo expansionista fez com que um incidente na Áustria na primavera de 1914 servisse de pretexto para aquele país declarar guerra contra a Sérvia. A Rússia tomou partido dos sérvios temendo a aproximação do exército austríaco de suas fronteiras e a Alemanha aliou-se à Áustria. A partir daí vários países europeus se envolveram e um conflito sanguinário - a Primeira Guerra Mundial - estendeu-se por mais de quatro anos com quase 20 milhões de mortos. A participação da Rússia na guerra foi um dos motivos para a revolução bolchevique que levou ao surgimento da União das Repúblicas Socialista Soviéticas.
© iStockphoto.com /John Cairns
Editores do HowStuffWorks. "HowStuffWorks - 10 momentos históricos que transformaram o mundo". Publicado em 22 de dezembro de 2009 http://pessoas.hsw.uol.com.br/10-momentos-historicos11.htm (12 de fevereiro de 2010)
Seja o primeiro a comentar!
Postar um comentário
Não serão aceitos comentários Anônimos (as)
Comentar somente sobre o assunto
Não faça publicidade (Spam)
Respeitar as opiniões
Palavras de baixo calão nem pense
Comentários sem Perfil não será publicado
Quer Parceria não será por aqui.(Contato no Blog)