terça-feira, 27 de julho de 2010

Fertilidade prolongada gera maternidade tardia

Roma - Se hoje ainda parece estranho uma mãe ter seu primeiro filho depois dos 40 anos, em algumas gerações isso será natural. É o que dizem cientistas da Universidade de Sheffield, para quem a evolução vai 'selecionar' as mulheres capazes de procriar tardiamente, dando-lhes uma vantagem sobre as demais.

A teoria dos pesquisadores surge de um estudo publicado pela revista American Naturalist, sobre os registros dos casamentos na Finlândia em 1700 e 1800, em um total de 1.591 mulheres.

Neste período, as condições eram opostas às atuais: as mulheres se casavam muito mais cedo e geralmente com homens muito mais velhos, o que aumentava a probabilidade de ficarem viúvas cedo, a tal ponto que depois dos 35 anos o número de mulheres casadas diminuía.

O resultado 'genético' destes hábitos era que se procriava muito antes do que nos dias de hoje, enquanto que as poucas mulheres que tinham a capacidade de gerar a prole em idade mais avançada não tinham a chance de fazê-lo.

"Nas sociedades modernas, ao contrário, a maternidade começa em idade avançada, porque o casamento ocorre mais tarde. O resultado poderia ser que a seleção natural que antes manteve a fertilidade em idade muito jovem se enfraqueça, enquanto será favorecida aquela em idade mais avançada", explica Duncan Gillespie, um dos autores.

Isto poderia desembocar em várias gerações com mais mulheres capazes de gerar filhos depois dos 40 anos.

Embora a tendência de ter filhos mais tarde já esteja em curso nas sociedades ocidentais, os sinais 'genéticos' desta transição ainda não são visíveis.

"A capacidade de adiar a idade média do primeiro filho é uma conquista deste século - explica Giorgio Vittori, presidente da Sociedade Italiana de Ginecologia e Obstetrícia (Sigo). Embora seja provável que a seleção natural levará as mulheres a serem férteis e terem filhos em idade mais avançada, estes sinais ainda não são evidentes".

"Biologicamente, o que vemos é que a idade da menopausa permaneceu a mesma. O que mudou é o número de filhos per capita, que na Itália caiu para 1,2, muito abaixo da taxa necessária para garantir a sobrevivência da espécie, que é de 2,11".

O fenômeno das mães com mais de 40 anos está aumentando também na Itália. Segundo dados do Instituto Italiano de Estatísticas (Istat), eram 12,383 em 1995 e passaram para 32.578 em 2008, equivalente a 5,7% do total.
 

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