quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Itália: a integração feminina no trabalho


Roma - As mulheres têm poucas oportunidades na Itália, país onde as líderes empresariais são 11,9% do total, contra uma média europeia de 33%, de acordo com Manageritalia, federação nacional que reúne empresários italianos, que revelou a baixa participação das mulheres no trabalho e mais ainda nos patamares superiores da economia do país. A medição é ainda menor do que na Turquia (com 22,3%) e na Grécia (14,6 %), países com baixa participação feminina em cargos dirigentes, mas que mesmo assim superaram a península.

A comparação com países mais desenvolvidos e países vizinhos também mostra um quadro desolador: na França as mulheres em cargos executivos chegam a 37,4%, na Grã-Bretanha a 34,9% e na Alemanha a 29,3%.

Ao nível regional, a grande surpresa é que o norte industrializado está mais atrasado do que o sul na frente empresarial "cor de rosa": a Calabria (16,2%) e o Lazio (16%) ocupam os primeiros lugares pelo número de mulheres empresárias, seguidos pela Lombardia (13,4%). Nos últimos lugares, o Trentino Alto Adige (6,8%), o Abruzzo (6,6%) e a Basilicata (6,3%).

Olhando para as mulheres nos Conselhos de Administração de companhias com cotação na Bolsa, a Itália conta com 3,2%, face à média de 11,4% da UE de 27 países, com picos que chegam a 20% na Finlândia e na Suécia e a inatingíveis 42% na Noruega.

Tampouco ao nível empresarial as coisas vão bem para a Itália, considerando que as empresárias somam 23,4%, contra uma média europeia superior a 33%.

"Lamentavelmente, estes dados não são uma surpresa. Há alguns anos nós falamos deste problema que hoje, em um mercado tão competitivo, se torna ainda mais difícil , disse a presidente dos Jovens Empresários, da poderosa Confederação da Indústria Italiana (Confindustria), Federica Guidi.

"Esta pouca feminização da economia, especialmente nas primeiras posições - lamenta Manageritalia - corre o risco de condenar o nosso país a uma perda contínua de oportunidades de crescimento. É um fato indubitável que, se hoje as mulheres são 58% dos diplomados, na sequência acabamos perdendo muito destes talentos se as mulheres são apenas 12% dos executivos do setor privado, só 23% dos empresários e uma exceção nos conselhos administrativos".

Entre as propostas existem formas de trabalho flexível, como carga horária elástica, tempo parcial, teletrabalho, mas também incentivos às empresas.

"Nos próximos anos, disse Marisa Montegiove, líder do Grupo de Mulheres Gestoras de Manageritalia, as mulheres serão a verdadeira locomotiva do desenvolvimento da economia italiana. De fato, ao contrário da maioria dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que já têm uma elevada participação das mulheres no trabalho, a Itália poderá tirar vantagem da baixa utilização do trabalho feminino como uma arma a mais para crescer. Temos então que trabalhar para que um grave décitit cultural se transforme em vantagem, para que sejam eliminados os custos da discriminação feminina. Isso para garantir que as mulheres, que entre outros têm uma alta formação, possam nos dar aquela vantagem extra para sermos mais competitivos na economia do conhecimento".


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