quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Rússia declara guerra aos curandeiros, videntes e praticantes de ocultismo

Por ANTONIO CARLOS LACERDA
Correspondente Internacional 

MOSCOU/RUSSIA (Pravda Ru) – Em Moscou, a DUMA, Assembléia Legislativa da Rússia, acaba de aprovar uma lei que proíbe a publicidade através dos meios de comunicação do país de serviços e práticas de curandeirismo, futurologia, vidência, magia, feitiçaria e outras práticas de ocultismo. 


Com cerca de 800 mil curandeiros, dos quais 100 mil estão na ilegalidade, os serviços de feitiçaria, vidência, futurologia, magia vudu e outros de ocultismo movimentam 2 Bilhões de Dólares por ano na Rússia.
Antes mesmo da queda da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e do fim da ideologia comunista na Rússia, o público interessado pelo ocultismo aumentou radicalmente no país, por causa de um vazio que foi aproveitado por pessoas inescrupulosas e com uma importante habilidade para esse tipo de negócio. 

Os programas de televisão, por exemplo, apresentados pelos "bruxos" Alan Chumak e Vladimir Kashpirovski eram assistidos por milhões de russos. Eles prometiam curar, inclusive, aqueles que se sentavam do outro lado do aparelho, e chegaram a fazer longas excursões pelo país, enchendo estádios com promessas de cura de tumores, paraplegias e outros males através de hipnose e magia.
A deputada Tatiana Yákovleva, do Comitê de Saúde da Duma, enfatizou que "Na Rússia, onde há 800 mil curandeiros, mas só 620 mil médicos, é ridículo tratar uma dor de dentes esfregando a bochecha com o rabo de um rato". 

A Lei aprovada pela DUMA, e que teve a participação da Igreja Ortodoxa Russa na sua elaboração, enfatiza que a finalidade é de “proteger as pessoas da publicidade enganosa de falsos especialistas e, assim, preservar sua saúde física e moral".
Tatiana Yákovleva qualificou de "criminosos" os que enganam seus clientes com promessas de um remédio para o câncer ou para a Aids. Por isso, a lei também proíbe o exercício daqueles que prometem a cura de doenças com métodos não científicos, exigindo uma licença reconhecida pela legislação e concedida pelo Estado. 

A partir de agora, os meios de comunicação assumirão a responsabilidade pela publicação dos serviços desses praticantes alternativos sem licença oficial.
Esses "charlatões atraem muitos clientes sem dar nenhuma garantia e, muitas vezes, estão implicados em fraude, causando prejuízo moral e físico às pessoas e econômico ao país", denunciaram os deputados ao justificar a iniciativa de propor a discussão e aprovação da lei. 

Segundo a deputada Tatiana Yákovleva, a prática das várias vertentes do ocultismo movimenta 2 Bilhões de Dólares na Rússia, e uma pesquisa no centro Levada disse ser de 20% o número de russos que visitam curandeiros em busca de solução para algum tipo de doença. 

Os russos, que desconfiam da saúde pública, têm o hábito de recorrer a "serviços alternativos" para encontrar a cura para seus problemas com o álcool, conseguir o retorno de maridos infiéis ou o êxito nos negócios.
A imprensa russa dedica muito espaço a anúncios e programas sobre serviços esotéricos, paranormais e adivinhadores. Na internet, por exemplo, basta teclar as palavras "Maguicheskie Uslugi" (serviços mágicos) para se deparar com centenas de páginas que oferecem remédio para qualquer dor a baixo custo.
"Nossos cidadãos, ao confiar nessas promessas, acabam sendo vítimas frequentes de fraude. Por isso, é necessário limitar o fluxo de informação", disse Yevgueni Fédorov, chefe da comissão da Duma sobre política empresarial.
A Igreja Ortodoxa Russa apoiou a proibição e disse que "nenhum país civilizado pode permitir a propagação em massa de serviços de bruxos e milagreiros", mas a qualificou de "tardia" e "insuficiente". "Só proibir a publicidade é pouco. É preciso falar e escrever mais sobre as desgraças que causam ao povo. Em sua consciência recaem muitos destinos e vidas humanas", disse Vsiévolod Chaplin, porta-voz do Patriarcado de Moscou. 

"Infelizmente, muitas dessas pessoas não só jogam com forças obscuras e estranhas, mas utilizam ícones e inventam orações. Inclusive me deparei com alguns que se fazem passar por membros da Igreja", destacou.
Ao mesmo tempo em que reconhece a possibilidade de que existam pessoas com faculdades curativas especiais, a Igreja Ortodoxa Russa insiste que esses poderes devem ser provados cientificamente. 



ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do Pravda Ru no Brasil. 


Fonte: Pravda.ru

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