Berlusconi continua no governo, dizem fontes próximas
Roma - O premier italiano, Silvio Berlusconi, não tem pretensão alguma de renunciar ao posto para recompor a maioria governista, como exigiu mais cedo o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, afirmaram ontem ((7) fontes próximas ao chefe de Governo. Segundo as mesmas fontes, o primeiro-ministro teria dito aos seus colaboradores que, caso Fini crê que a maioria governista terminou, este deve se pronunciar no Parlamento, votando contra o Executivo.
Berlusconi, porém, ainda não comentou oficialmente as declarações feitas pelo ex-aliado em um discurso ao anunciar as bases de seu novo partido, o Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), em Bastia Umbra, Perugia, centro do país.
Durante o ato, Fini declarou que o premier "deve mostrar a valentia política que já demonstrou" em outras ocasiões e "tomar a decisão de entregar sua demissão, subir ao Quirinale [sede da Presidência, ndr.] e declarar que, de fato, há uma crise".
Antigo aliado do primeiro-ministro, com quem fundou em 2009 o partido governista, Povo da Liberdade (PDL), Fini agora considerou que o líder italiano não atende aos seus pedidos, mas ressaltou que o FLI "não irá contra ele, mas sim além".
"Não podemos seguir assim, Berlusconi tem o dever de dizer se quer abrir uma nova fase, discutindo e levando em consideração outras opiniões, ou se quer seguir em frente sozinho. Qualquer que seja a sua decisão, a respeitaremos", insistiu.
A postura do titular da Câmara, que foi retirado do PDL em julho passado por manter atitudes oposicionistas, voltou a tumultuar o cenário político italiano. Para Pierluigi Bersani, líder do Partido Democrata (PD, a maior força de oposição), a Itália "evidentemente passa por uma crise política".
"Não imagino que Berlusconi se demita amanhã (...). Mas a situação de hoje é evidente também aos cegos", ressaltou o opositor.
Um pronunciamento oficial do premier é bastante aguardado no país. Em setembro passado, aparentemente, Berlusconi havia conseguido superar a situação ao submeter seu programa de governo à votação na Câmara e no Senado, obtendo o respaldo das duas casas.
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