Magnésio pode deter cegueira
Alimentação rica em magnésio diminui o risco de desenvolver retinopatia diabética, glaucoma e catarata. Também combate o envelhecimento e a TPM.
A alimentação do brasileiro vai mal. Só 17% da população consomem os 400 gramas recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) de frutas, hortaliças e verduras, conforme levantamento do Ministério da Saúde. Resultado: falta na nossa dieta o magnésio que protege a saúde dos olhos e exerce mais de 300 funções metabólicas vitais.
Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a doença atinge 75% dos 10 milhões de brasileiros que são diabéticos e na maioria dos casos leva à perda da visão. Embora os estudos não sejam conclusivos, o especialista afirma que o nutriente é essencial para a saúde dos olhos. Por exemplo, destaca, age como um bloqueador de depósitos de cálcio nas paredes internas das artérias. "Estes depósitos provocam a formação de neovasos que dificultam a nutrição da retina e levam à morte de suas células, principal característica da retinopatia diabética" explica. Além de impedir a calcificação dos vasos e artérias, destaca, o magnésio dificulta a produção de um potente vasoconstritor, a endotelina-1. Por isso, quem faz dieta pobre em magnésio tem maior chance de contrair hipertensão arterial e glaucoma primário de ângulo aberto, decorrente do menor fluxo de sangue na cabeça do nervo óptico.
Os problemas da deficiência nutricional não param por aí. O especialista diz que o magnésio auxilia na absorção das vitaminas E, C e B, nutrientes essenciais para a saúde dos tecidos oculares e de outros órgãos. Também protege contra o estresse oxidativo que pode provocar catarata precoce, agravar o envelhecimento da pele e os sintomas de TPM (Tensão pré-menstrual) entre mulheres, afirma.
Sinais de Carência e Fontes
Os principais sinais de déficit de magnésio elencados pelo médico são:
- Tremor nas pálpebras ou mãos
- Câimbra e movimentos involuntários na face
- Insônia
- Fraqueza
- Taquicardia
- Perda de apetite, náusea ou vômito.
Ele diz que estes desconfortos não aparecem simultaneamente e ainda podem estar associados a outras alterações da saúde. Adotar suplementação por conta própria, nem pensar. Queiroz Neto explica que as absorções do magnésio e do cálcio competem. Por isso, o consumo deve ser combinado. Além disso, a suplementação exige acompanhamento médico porque o excesso pode causar queda na pressão arterial, alterações na calcificação óssea e problemas respiratórios.
As principais fontes de magnésio são: folhas verdes, frutos do mar, castanhas e cereais integrais.
Retinopatia diabética só é percebida em estágio avançado
Sem apresentar sintomas no estágio inicial, a retinopatia diabética é a morte das células da retina, membrana ocular onde se processam as imagens. O especialista diz que metade dos portadores só procura pela primeira consulta quando já está com a acuidade visual bastante comprometida. O problema, comenta, é que não é possível recuperar a visão perdida. Para impedir a evolução, o tratamento é feito com aplicações de laser para secar os neovasos, administração de antiinflamatórios ou cirurgia nos casos mais avançados.
Metade dos glaucomatosos perde a visão de um olho
O glaucoma primário também é assintomático. Isso faz os portadores terem comportamento similar ao dos pacientes acometidos por retinopatia diabética.
A doença caracterizada pela perda do campo visual é a segunda maior causa de cegueira no mundo. O médico afirma que ocorre quando a dificuldade de escoamento do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocular, provoca a morte das células da retina e da cabeça do nervo óptico. "É comum, glaucomatosos fazerem a primeira consulta quando já perderam a visão de um olho ou metade dos axiomas do nervo óptico que são irrecuperáveis" diz. O tratamento é feito com colírios, aplicação de laser e, em último caso, cirurgia.
Catarata pode estar associada a hábitos
A catarata, maior causa de cegueira tratável, é a opacificação do cristalino, lente natural do olho responsável por focar as imagens na retina. Em geral está associada ao envelhecimento. Segundo o especialista, pode ocorrer precocemente por deficiência alimentar, excesso de exposição ao sol ou traumas. Para eliminar a doença o único tratamento é a cirurgia que substitui o cristalino opaco por uma lente intraocular. É a cirurgia que mais avançou nos últimos anos. Tanto que hoje permite a uma pessoa com mais de 60 anos enxergar igual outra com apenas 20 anos. O aumento da glicose no sangue de portadores de diabéticos torna os olhos mais vulneráveis. Para preservar a visão, devem consultar um oftalmologista anualmente ou sempre que perceberem alteração.
Eutrópia Turazzi - LDC Comunicação
Fonte:Pravda.ru
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