quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Qual é a cor do teu mundo?

A artista sul-coreana JeongMee (1969) criou este "The Pink and Blue Project" como tema para a sua tese. A grande responsável pela escolha é a sua filha de cinco anos "Gosta tanto de rosa que apenas quer vestir e brincar com objetos dessa cor", afirma a mãe.
Mas JeongMee descobriu que não é a única. Nos Estados Unidos, na Coreia do Sul e noutros países, a maioria das crianças do sexo feminino adora tudo o que seja cor-de-rosa: roupas, acessórios e brinquedos. Nem mesmo a pertença a grupos sociais ou étnicos diferentes, com padrões e bases culturais distintas, altera a tendência.
JeongMee aponta a publicidade e os anúncios comerciais nos meios de comunicação como potenciais responsáveis. Talvez as populares e universais "Barbie" e "Hello Kitty" tenham contribuído para desenvolver essa tendência: as meninas interiorizam de forma consciente ou insconsciente que para ser ou parecer femininas devem usar rosa.
Curiosamente, esta cor já foi associada ao sexo masculino. Era considerada um vermelho claro, e em 1914 o jornal americano "Sunday Sentinel" aconselhava as mães "a usar rosa para os rapazes e azul para as meninas caso fossem seguidores da tradição".
A alteração dos géneros e das respectivas cores só aconteceu depois da 2ª Guerra Mundial, nos anos 40. Com a sociedade moderna, o conceito de igualdade veio  de cima, revertendo a perspectiva sobre as cores associadas a cada sexo, bem como as ligações superficiais que lhes são inerentes.
Nos dias de hoje, com a publicidade a ter cada vez mais influência, estas cores impuseram-se como mundialmente padronizadas. É essa padronização que a máquina de JeongMee tenta captar.
As suas imagens captam os pertences de cada criança no seu quarto. Quando começou a produzir as fotografias rosa, apercebeu-se do fato de que muitos rapazes tinham variadíssimas coisas azuis. "Os consumidores são influenciados a comprar azul para rapazes e rosa para meninas. No caso do meu filho de onze anos, apesar de não ter um gosto especial pela cor, quando compramos as suas roupas, as que ele escolhe são de vários tons de azul. A sessão dos brinquedos também já está dividida para eles e para elas" diz.
Acrescenta ainda que as diferenças entre esses objetos afetam o pensamento das crianças e o seu comportamento perante os seus pares. Por exemplo, os livros ou brinquedos para elas são normalmente rosa, roxos ou vermelhos e estão relacionados com maquiagem, moda, receitas ou tarefas domésticas. Já para eles, são de diferentes tons de azul e falam sobre robots, indústria, ciência e dinossauros.
São feitos, por exemplo, póneis antropomórficos que têm as características das crianças: com ganchos, pentes e outros complementos para as meninas os decorarem e maquiarem. "À medida que elas crescem, o gosto das meninas muda. Até ao segundo ano, são obcecadas por cor-de-rosa, mas a partir do terceiro ou quarto ano, já não. Normalmente, mudam para o roxo. E passados mais alguns anos dá-se outra mudança. No entanto, a associação do género com a cor-padrão permanece, sendo mencionada regularmente".
 JeongMee

Fonte: http://obviousmag.org/

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