Saúde alerta sobre cuidados para combater o Diabetes
Perda de peso repentina, sede constante, fome intensa, cansaço e vontade de urinar toda hora. Esses são os principais sintomas do Diabetes, doença que afeta cerca de 10% da população mineira e atinge mais de 100 mil pessoas, apenas em Belo Horizonte.
O Hiperdia, um dos programas estruturadores da saúde estadual, é responsável por coordenar a estruturação da Rede de Atenção à Saúde dos portadores de Hipertensão e Diabetes e das ações em nível da Atenção Primária à Saúde. Para isso são implementados os Centros Hiperdia, que são os locais de referência para tratamento dos casos desses agravos.
O programa tem como objetivo ampliar a longevidade e melhorar a qualidade de vida da população mineira, pela diminuição da morbimortalidade por Doenças Cardiovasculares, Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus e Doença Renal Crônica.
A doença
O Diabetes se caracteriza pelo nível elevado de açúcar no sangue, sendo dividida basicamente em dois tipos: 1 e 2. O Diabetes Tipo 1 afeta principalmente pessoas com menos de 30 anos de idade e está relacionado a uma insuficiência do pâncreas, que deixa de produzir insulina (hormônio responsável por regular a quantidade de glicose existente no organismo).
Por se tratar de uma doença autoimune - quando o próprio organismo destrói as células produtoras da insulina -, o paciente deve fazer a reposição do hormônio, diariamente, durante a vida toda para que o nível de glicose no sangue se adeque às necessidades do organismo.
O Tipo 2 está relacionado a fatores hereditários e tem maior incidência em pessoas com mais de 40 anos de idade. Nesse caso, o organismo continua produzindo insulina, mas não consegue metabolizar a glicose em níveis satisfatórios.
Nos casos mais amenos, não é necessário que o paciente faça injeções do hormônio, sendo suficiente controlar a alimentação com uma dieta específica e exercícios físicos. Já nos mais severos, pode haver necessidade de ingestão de medicamentos orais ou a combinação destes com injeções de insulina. Hábitos alimentares, obesidade e sedentarismo estão intimamente ligados ao aparecimento desse tipo de Diabetes, que é cerca de oito a dez vezes mais comum que o Tipo 1.
A psicóloga Talitha Veneroso, descobriu que tinha Diabetes Tipo 1 aos 18 anos, depois de uma crise de sinusite. “O quadro se agravou e em questão de dois dias emagreci cerca de 10 quilos. Fiquei desidratada e me sentia muito fraca”, lembra. Após procurar atendimento médico, ela soube que estava com cetoacidose diabética, um dos problemas decorrentes da glicose muito alta, que pode levar à morte. “Passei um dia no CTI para estabilizar o quadro e mais uma semana internada para ser reidratada e realizar os exames que pudessem determinar o tipo de diabetes e a quantidade de insulina que precisaria utilizar”, lembra a psicóloga.
Por causa da doença, Talitha teve que mudar os hábitos, principalmente alimentares. “Quando adolescente eu passava longe de uma alimentação saudável. Não comia saladas, nem frutas e adorava refrigerantes e doces. Tive que me observar mais e conhecer melhor o meu corpo e minhas necessidades. Isso foi essencial para me adaptar às injeções de insulina e ao monitoramento da glicose, que são diários e totalmente necessários”, afirma.
Talitha reconhece a importância de se alimentar bem e seguir as orientações médicas para continuar tendo uma vida normal. “Foi muito difícil, principalmente no início, conviver com a doença e as limitações que ela me impôs. Mas, tento ver as restrições da doença como um modo de ampliar horizontes e aumentar as chances de uma vida mais saudável. O Diabetes é uma doença crônica, mas a ciência tem evoluído bastante e a cura parece estar cada vez mais próxima. Aí, é preciso que o diabético esteja bem, para aproveitar todos os benefícios que possam surgir”, aconselha.
Para evitar o problema, é fundamental que as pessoas mantenham uma alimentação adequada e pratiquem atividades físicas regularmente. Isso inclui incorporar na alimentação diária a maior quantidade possível de alimentos ricos em fibras, tais como frutas e verduras.
O Diabetes, quando não tratado, pode provocar sequelas muito graves, como cegueira, problemas renais e amputações. Para diminuir a possibilidade dessas complicações, é importante que o diagnóstico seja feito precocemente. “É fundamental que o paciente seja acompanhado pela equipe de saúde a fim de controlar a doença e evitar as possíveis complicações”, completa o coordenador Ailton Júnior.
Estima-se que, no Brasil, cerca de cinco milhões de indivíduos adultos com Diabetes desconheçam que são portadores da doença, sendo ela identificada apenas em estágio mais avançado, o que aumenta os riscos de complicações, como cegueira, infartos, falência renal, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e amputações.
Distribuição de insumos
A SES-MG fornece, gratuitamente, insumos para o auto-monitoramento do Diabetes Tipo 1. Por meio da Rede Farmácia de Minas são distribuídas insulinas (NPH e Regular), seringas, lancetas (que servem para verificar a glicemia capilar), tiras reagentes e glicosímetro (aparelho medidor de glicose).
A Secretaria de Estado de Saúde também financia e distribui as insulinas Glargina e Detemir e repassa aos municípios alguns medicamentos orais, para tratamento de casos de Diabetes Tipo 2. “Para ser beneficiado, o usuário deve procurar o centro de saúde mais próximo da residência, onde ele obterá as orientações para recebimento gratuito dos medicamentos e insumos prescritos pelo médico”, informa Ailton Júnior.
Talitha Veneroso recebe mensalmente a insulina que utiliza, bem como as seringas, as tiras reagentes para a medição da glicose sanguínea e o glicosímetro, que serve para medir a glicose no sangue.
“Tenho que tomar injeções diárias de insulina, sem as quais minha glicose alcança níveis altíssimos. Também tenho que seguir uma dieta com restrições de açúcar, gorduras e calorias. Preciso também fazer refeições, no máximo, de três em três horas, para evitar quedas bruscas de glicose, além de ter que fazer exercícios físicos moderados diariamente”, finaliza a psicóloga.
“Tenho que tomar injeções diárias de insulina, sem as quais minha glicose alcança níveis altíssimos. Também tenho que seguir uma dieta com restrições de açúcar, gorduras e calorias. Preciso também fazer refeições, no máximo, de três em três horas, para evitar quedas bruscas de glicose, além de ter que fazer exercícios físicos moderados diariamente”, finaliza a psicóloga.
jornalvarginhahoje
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