sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Caso Trindade: Sobrinho de Almiro Baraúna afirma que as fotos são um truque (parte 1)

Fotógrafo garante que ouviu do tio o segredo que balançaria um dos principais casos da Ufologia Brasileira em todos o tempos
 
Close da foto 3 de Trindade. Crédito: Arquivo UFO
Por Alexandre de Carvalho Borges

Possível Fraude do Caso Ilha da Trindade - O Segredo de Baraúna Revelado? (Parte 1)

Passado mais de meio século do clássico caso de um avistamento de UFO na Ilha da Trindade, litoral do Espírito Santo, registrado por Almiro Baraúna, fotógrafo civil, os debates continuavam em torno da autenticidade das fotografias e da existência de testemunhas vivas da aparição do fenômeno.

A pergunta crucial que vinha sendo feita ultimamente é sobre quem seriam as pessoas que estavam a bordo do navio-escola Almirante Saldanha e presenciaram o avistamento do disco voador em 16 de janeiro de 1958.

Segundo conta a história, reproduzida em vários livros de Ufologia e artigos pelo mundo todo, seriam 48 testemunhas oculares da passagem do UFO sobre a ilha. Quem seriam? De acordo com jornais da época e publicações em anos posteriores, elas seriam militares e civis.

A polêmica reacendeu nesta década, críticas questionavam se realmente existia numerosa quantidade testemunhal do histórico episódio e se as fotos seriam, de fato, reais.

Longa e minuciosa pesquisa

Nos período das investigações iniciais deste autor, em 2002, na busca por familiares e amigos de Baraúna, já era de seu conhecimento que o mesmo tinha um sobrinho fotógrafo, mas por alguma razão do destino não o contatou. Com a retomada final das investigações em 2011, pôde finalmente entrevistá-lo por telefone, respectivamente nos dias 27 e 30 de janeiro.

Marcelo Ribeiro [Apresentado na seqüencia] contou, sem evasivas ou receios, detalhadamente, como todo o episódio se desenvolveu e, conforme sua versão, não passou de uma "grande brincadeira" de seu tio, que resolvera levar para o túmulo a confissão pessoal, devido às proporções que o fato alcançara.

Nessa entrevista, saberemos as razões, segundo o entrevistado e parente próximo, que levaram nosso personagem a nunca ter confessado que havia realizado uma montagem nas fotografias. A história de como teria ocorrido será exposta a partir deste momento.

Ufólogos de todo o mundo se questionavam sobre a autenticidade das mesmas e agora poderemos responder a verdade sobre elas, segundo as conclusões deste pesquisador e ufólogo após conversa franca com essa testemunha. As fotografias seriam apenas um truque, uma montagem criada pelo protagonista em seu próprio laboratório. Essa seria uma das definições que poderíamos chegar depois de quase uma década de investigação do autor sobre o caso.

Baraúna era um fotógrafo profissional e habilidoso, pioneiro na fotografia submarina e autor da primeira reportagem fotográfica subaquática publicada no país. Exímio em realizar manipulações de caráter diversional ou para enganar as pessoas. Ao longo da sua vida, atraiu os extremos da amizade e da inimizade com seu trabalho.

Era um brincalhão, um gozador da vida, mas encarava a fotografia com extrema seriedade e um objetivo de vida. Seu profissionalismo, pioneirismo e competência, acima da média, lhe deram respeitabilidade. Foi criador da Barasub, uma caixa estanque para fotografia subaquática e que fez sucesso na época. Sua visita à ilha tinha como objetivo realizar imagens submersas para a Marinha e também de escrever artigos sobre as atividades dos cientistas.

Era integrante do Clube de Caça Submarina de Icaraí. O grupo era composto por quatro outros membros: Amilar Vieira Filho, José Teobaldo Viegas, Mauro Santos Andrade e Aluizio Fonseca Araújo, todos já falecidos.

Ficou conhecido como a chave principal da famosa ocorrência. Se não fossem as suas fotos, este episódio ufológico seria apenas mais um caso esquecido no tempo, como foram outros avistamentos de UFOs em navios, naquela época, e que não deixaram registros de imagens. O caso tornou-se um clássico da Ufologia Mundial por este motivo.

Um enigma pode ser desvelado

Baraúna guardava um grande segredo e morreu no ano de 2000 sem revelá-lo em público. Um dos pilares da Ufologia Mundial poderia desmoronar a partir de hoje. O clássico Caso Trindade vinha sendo, até então, uma das maiores provas de flagrante de um disco voador legítimo.

A verdade na apuração dos fatos, segundo o informante, seria inegável: as fotografias do UFO de Trindade seriam apenas uma montagem. Desde 2002, este autor está envolvido mais detidamente com o Caso Ilha da Trindade e o resultado final dessas pesquisas pode ser inesperado e chocante.

Parece não haver, até o momento [Acareações serão realizadas em breve], como este pesquisador não se render aos indícios que serão aqui apresentadas neste artigo, de que as fotos seriam apenas um bem elaborado truque e que Baraúna foi um "grande brincalhão" que enganou toda a Ufologia Mundial.

Esse veredicto não poderia ter sido alcançado em plenitude sem um depoimento - bombástico - de uma testemunha-chave de toda a polêmica. Seu nome é Marcelo Ribeiro, 69 anos, fotógrafo profissional e sobrinho de Almiro Baraúna (fã incondicional do tio, inclusive tendo herdado seu dom natural).

Ribeiro é um premiado fotógrafo com trabalhos no Brasil, na Europa e África. Tendo viajado por 72 países, quando esteve fotografando na África Ocidental registrou em suas lentes uma velha com uma criança caminhando pelo deserto do Saara. É considerada por ele a imagem mais importante de sua vida e lhe rendeu um prêmio da Nikon.

Seria o único detentor atual do segredo, ainda vivo. Depois de guardá-lo por tanto tempo, finalmente resolveu revelá-lo publicamente, narrando toda a verdade - segundo ele - sobre o Caso da Ilha da Trindade e garantiu: "Tudo foi uma grande brincadeira, uma gozação de Baraúna".

Amigos de Baraúna: opiniões divididas

A busca por fotógrafos amigos de Baraúna levou este autor a entrevistar, em 2003, os fotógrafos profissionais Carlos Ruas e Zalmir Gonçalves. Ruas, que na década de 50 trabalhava para o Diário Fluminense, declarou que acreditava na veracidade das fotografias do disco voador e que confiava na pessoa de Baraúna como um sujeito honesto.
 
Almiro Baraúna em 1997. Crédito: Marco A. Petit/Disclose TV

Enfatizou que os truques fotográficos anteriores, realizados por ele, eram no nível da brincadeira. Gonçalves também endossou os mesmos argumentos. Baraúna e Ruas faziam parte de uma turma de fotógrafos de Niterói (RJ), na década de 50, que eram habilidosos em realizar variados truques fotográficos, inclusive montagens criando discos voadores.

Baraúna era considerado um dos mais habilidosos deste grupo. Na época da entrevista, nem Ruas e nem Zalmir sabiam de toda a verdade sobre o caso. Eles não sabiam do suposto segredo. O verdadeiro enigma de como tudo aconteceu só era conhecido por três pessoas da confiança de Baraúna, sendo que duas delas atualmente já faleceram.

Marcelo Ribeiro seria o último possuidor da chave do mistério, que começará a revelar agora de forma inédita e exclusiva a este autor, ao Portal da Ufologia Brasileira, à Revista UFO e toda Comunidade Ufológica Mundial.

As opiniões dos amigos de Baraúna, em 1958, ficaram divididas. Outro companheiro da mesma turma de Niterói, o fotógrafo amador Joaquim Simões, já falecido, acusou que as fotos eram fraudulentas.

Para o Diário Popular de 24 de fevereiro de 1958, Simões atacou: "Trata-se, realmente, de um excelente profissional, perito em fotomontagens, capaz de fazer milagres dentro de um laboratório, mas dono de uma imaginação fantástica e de desmedida ambição de fazer nome como fotógrafo. Mas com a Marinha de Guerra e a opinião pública não se deve brincar".

E continuou, em sua crítica: "Ninguém melhor do que ele tem condições, em Niterói, para fazer disco voador num laboratório. Baraúna tem um ampliador DeJur (6x9) e um Meopta (35 mm), ambos próprios para as fotografias técnicas, que requerem distorção na imagem, inclinações e outras técnicas".

A reportagem ainda publicou que "O Sr. Simões conta que nunca teve o menor atrito com Baraúna. Quer continuar amigo dele. Apenas admite que, depois disso Baraúna não encontrará mais ambiente junto aos colegas, pois conhecendo eles todos os seus truques jamais esperavam que ele um dia resolvesse enganar tanta gente."

A resposta de Baraúna ao seu crítico foi publicada no jornal O Globo, de 24 de Fevereiro de 1958: "A acusação que ora me faz um meu 'soi disant' colega, o Sr. Joaquim Simões, de que teria repetido agora as montagens (confessadas) de 1954, querendo impigi-las como fotos verdadeiras, não tem nenhuma procedência. As fotos tomadas a bordo do navio-escola Almirante Saldanha são autênticas. Técnicos de ilibada honradez e competência, que examinaram o filme, a pedido das autoridade superiores da Marinha de Guerra, assim declararam, conforme noticiaram os jornais. E acima de tudo está o testemunho das pessoas que assistiram aos fatos".

O inventário de truques

Baraúna de fato já havia realizado truques fotográficos antes de estar na Ilha da Trindade e possuia grande capacidade para realizar novos truques. Em 1954, para a revista Mundo Ilustrado, em artigo intitulado "Um Disco Voador esteve em minha casa... Como você pode fazer uma nave marciana , ou qual é a verdade ou inverdade sobre os discos. Truques fotográficos que podem ser utilizados para exploração e diversão", apresentou fotografias de como fazer um disco voador usando duas fichas da antiga frota carioca.

Com texto assinado por Vinicius Lima, o truque fotográfico não tinha a intenção de enganar os leitores, pois dizia claramente como realizar a montagem. A composição final da união dessas duas fichas lembra o próprio disco voador fotografado na Ilha da Trindade, com um formato semelhante ao planeta Saturno.

Outro de seus truques fotográficos e que, dessa vez, vendeu como se fosse real, é a de um tesouro que teria achado na Ilha dos Franceses, Espírito Santo. Não havia tesouro algum. Ele montou um cenário e vendeu as fotos para o jornal Tribuna da Imprensa, que comprou acreditando serem autênticas.

O que muitos ufólogos e entusiastas da Ufologia vinham se perguntando nos últimos anos era se as fotos do UFO na Ilha da Trindade seriam apenas mais um de seus truques. Teria Baraúna conseguido enganar a Marinha de Guerra? Conforme esta presente investigação, sim, hoje poderíamos inclusive supor tal possibilidade.
 
Cena exibida em matéria da Mundo Ilustrado em 1954, onde Baraúna ensinava como montar imagem de UFO. Crédito: Arquivo UFO

Em 2002, este autor contatou por e-mail o mais famoso cético da Ufologia àquela época, Philip Klass, para saber sua opinião sobre o caso. Ele já considerava as fotografias uma farsa. "Eu considero que as fotos são uma fraude por várias razões, incluindo a criação anterior de Baraúna de uma foto forjada de um UFO, além do fato de que nenhuma das fotos mostrarem um borrão longitudinal - devido a alta velocidade relatada do UFO - e a imagem do UFO não está centralizada nas fotos", relatou Klass.

Em contato por telefone com uma das viúvas de Baraúna, a Sra. Soraia, em 2003, este autor lhe questionou sobre a posse dos negativos e ela afirmou que todo o material estava em seu poder, inclusive os negativos, mas negou diversas vezes em fornecê-los para uma análise científica.

Soraia, hoje já falecida, era uma das três pessoas que sabiam do segredo de Baraúna. Hoje pensamos que ela não cedeu os negativos – se é que ainda os tinha – pois sabia que as fotos eram uma montagem e tudo apenas uma grande brincadeira de seu marido. Na data dessa entrevista, a sua outra viúva, também conhecedora do segredo, já era falecida. Então, desde essa data, restavam apenas duas pessoas que conheciam a resposta de como tudo aconteceu.
 
Continua na segunda parte... Clique aqui para acessar automaticamente
 
Total de 4 partes.


agradecimentos a: 

Paulo R. Poian.
Consultor da Revista UFO Brasil

2 Comentários:

NOVA ERA DA UFOLOGIA! disse...

ola amigo,muito boa esta matéria sobre trindade,as evidencias estao aos nossos olhos que existe vida fora do nosso sistema solar,mais em muitas situaçoes temos que ser ceticos,nem tudo que reluz é ouro,um forte abraço.zek

kharhan disse...

Verdade amigo.....Valeu.

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