Novos protestos em Nápoles contra depósito de lixo levam cinco pessoas à prisão
Nápoles - Cinco manifestantes foram presos e pelo menos três ficaram feridos em novos confrontos nas últimas horas em Terzigno, 20 quilômetros ao sul da cidade italiana de Nápoles, onde a população protesta contra a abertura de um novo aterro sanitário.
Os recentes enfrentamentos começaram quando um grupo de manifestantes tentou entrar no local durante esta noite. A polícia começou a avançar contra os cidadãos, que reagiram atirando pedras e garrafas.
Os moradores, com os braços levantados, e as mulheres de joelhos, tentaram bloquear a via de acesso, mas as forças de ordem conseguiram furar o protesto e permitiram a passagem de pelo menos 37 caminhões em direção ao depósito de lixo -- 30 ainda permaneciam impedidos pelos manifestantes na manhã de hoje.
"Eram 6h [no horário local]. Éramos uma dezena de mulheres quando nos vimos diante de centenas de policiais. Mostramos os rosários, algumas de nós tinham ramos de oliveira, mas eles estavam armados com cassetetes e passaram", relatou a manifestante Luisa Lettieri.
Há vários dias a situação nas proximidades de Nápoles é tensa. Ontem, três agentes da polícia ficaram feridos na tentativa de dispersar os protestos, e diversos compactadores de lixo já foram queimados entre domingo e esta terça-feira.
O aterro de Terzigno abriga um dos maiores depósitos de lixo da província napolitana, e o governo local pretende abrir outro nas proximidades para tentar resolver o problema do acúmulo de detritos.
Autoridades suspeitam que por trás das desordens esteja a máfia Camorra, que possui grandes interesses relacionados ao lixo produzido na região da Campânia. Em 2008, em outra crise parecida com esta, 250 mil toneladas de dejetos permaneceram nas ruas de Nápoles, gerando um problema de saúde pública. Na época, o Exército foi chamado para conter os protestos.
O lixo também vem despertando problemas na Argentina. Em Buenos Aires, os resíduos se acumulam depois de 48h de greve dos trabalhadores da empresa encarregada do transporte, tratamento e disposição final do material. A paralisação começou no domingo, e afeta os 14 milhões de habitantes da capital e da área metropolitana, além da vizinha La Plata e arredores.
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