Papa recebe bispos brasileiros
Cidade do Vaticano - O papa Bento XVI recebeu bispos brasileiros hoje no Vaticano e afirmou que a Igreja Católica "não está competindo com outras experiências religiosas" e que "seu único dever é anunciar o Evangelho". O Pontífice se pronunciou diante de religiosos da Regional Norte I e Noroeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em visita "ad limina", que ocorre a cada cinco anos. De acordo com o Santo Padre, mesmo que "os homens possam ser salvos por outros meios, graças à misericórdia de Deus", não é possível pensar na salvação se "por negligência, medo, vergonha ou por seguir falsas idéias" o anúncio do Evangelho for impedido. Bento XVI convidou a "refletir sobre o fato de que o enfraquecimento do espírito missionário não se deve tanto aos limites ou carências nas formas externas da ação missionária tradicional, quanto a esquecer que a missão deve ser nutrida de um núcleo mais profundo" e que este "núcleo é a Eucaristia".
Em seu discurso aos prelados, o Pontífice pediu a Deus para que sustente e fertilize os esforços dos bispos brasileiros - muitas vezes sem os meios adequados - para levar a palavra de Deus a todos os cantos da floresta amazônica.
O Papa também citou o padre José de Anchieta, dizendo que "sua incansável e muito generosa atividade apostólica" fez com que os ensinamentos da Igreja se propagassem tanto entre índios como entre os portugueses.
Segundo o chefe de Estado do Vaticano, o exemplo do religioso "pode servir de modelo para ajudar" as igrejas do Brasil "a encontrar os caminhos para empreender a formação de discípulos missionários"
No berço da máfia, Bento XVI pede coragem 'diante do mal'
Palermo - A máfia é "um caminho para a morte, incompatível com o Evangelho", disse o papa Bento XVI aos jovens em Palermo, na Sicília (sul da Itália), berço da mais tradicional das máfias do país: a Cosa Nostra.
"Não cedam às sugestões da máfia, que é um caminho para a morte, incompatível com o Evangelho, como tantas vezes seus bispos já disseram", declarou Bento XVI em uma cerimônia na praça Politeama da capital da região siciliana.
O Papa usou a metáfora da árvore que cresce na raiz do "bom", para se aprofundar uma mensagem contra a criminalidade organizada que surgiu no século XIX na Sicília.
"Sejam árvores, cujas raízes crescem no rio do bem", exortou Bento XVI, que também convidou a "não ter medo de combater o mal", dando o exemplo de Chiara Badano, beatificada recentemente, e de Rosario Livatino, juiz assassinado em 1990, aos 38 anos, pela máfia.
"Juntos serão como uma floresta em crescimento, talvez silenciosa, mas capaz de dar frutos e renovar profundamente a sua terra", disse ainda o Papa.
Sobre a morte prematura de alguns jovens na fé, Joseph Ratzinger disse que "muitas vezes sua ação não é novidade, porque o mal é mais barulhento, mas eles são a força, o futuro da Sicília".
Bento XVI destacou o papel fundamental da família e sua proximidade à população, reconhecendo as dificuldades.
"Em Palermo, como em toda a Sicília, não faltam dificuldades, problemas e preocupações: penso especialmente naqueles que vivem em condições de precariedade por não ter trabalho, pela incerteza do futuro, pelo sofrimento físico e moral" e "por causa do crime organizado", disse o Papa, falando 17 anos após a histórica advertência da máfia a João Paulo II, do Vale dos Templos, em Agrigento.
Bento XVI exortou os sicilianos a "não desanimarem" e nem "temerem" frente ao crime organizado e pediu "para não cederem à resignação" diante do mal, nesta sua primeira visita à Sicília desde o começo de seu pontificado. O Pontífice também convidou os fieis a não pensar que já "não se pode fazer nada" contra o crime, e os convidou a encarar as dificuldades do presente e a recordar figuras como Dom Pino Puglisi, sacerdote assassinato pela máfia em 1993, que trabalhou para tentar evitar que os jovens de Palermo entrassem na vida criminosa. A Comunidade religiosa siciliana pede que Puglisi seja declarado mártir. Ao se dirigir aos católicos durante a homilia da missa celebrada na manhã deste domingo (3) no Foro Itálico, diante de 200 mil pessoas, o Pontífice fez uma advertência aos que prejudicam a sociedade civil, ao afirmar que deveriam se "envergonhar do mal", que ofende a Deus e ao homem, em se referindo à criminalidade organizada.
De acordo com os organizadores, a visita do Papa - a primeira dele à Sicília desde que assumiu o Trono de Pedro, em 2005 - reuniu mais de 250 mil fieis na missa e nas ruas pelas quais passou.
Depois da Santa Missa e do Angelus, Bento XVI almoçou com os bispos sicilianos no Palácio da Arquidiocese de Palermo e, às 17h (12h no horário de Brasília), teve um encontro com sacerdotes, religiosos e seminaristas na catedral da cidade, antes de retornar para Roma.
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