Segunda Guerra Mundial - Ambiente e Origem - A vinda da guerra
A vinda da guerra
Se esperava que a Grã-Bretanha e a França recuassem, Hitler errou por completo. O primeiro resultado foi a reafirmação das garantias à Polônia e sua incorporação dessas num tratado definitivo. A França convocou novas reservas. A Grã-Bretanha tornou clara a sua posição numa nota dirigida à Alemanha a 22 de agosto:
Tem sido alegado que se o governo de Sua Majestade tivesse tornado a sua posição mais clara em 1914, uma grande catástrofe teria sido evitada. Haja ou não verdade nesta alegação, o governo de Sua Majestade está resolvido a que nesta ocasião não surja tão trágico erro de interpretação. Se vier o caso, ele está decidido e preparado para empregar, sem delongas, todas as forças sob o seu comando, e é impossível prever-se o fim das hostilidades uma vez iniciadas.
Esta advertência foi acompanhada, contudo, da solicitação de uma trégua e de diretas negociações entre a Polônia e a Alemanha, com uma oferta de cooperação britânica para a consecução de um acordo. O pedido foi vasado numa mensagem pessoal de Chamberlain a Hitler e a qual foi levada de avião a Berlim por Sir Neville Henderson. Obteve uma recepção tempestuosa, mas a resposta que recebeu foi intransigente. Dantzig e o Corredor eram interesses a que a Alemanha não podia renunciar. As ações britânicas haviam encorajado a agressão polonesa. A intenção britânica de mobilizar foi "um premeditado ato de ameaça ao Reich". A sugestão de trégua foi completamente ignorada.
Outros líderes juntaram agora seus esforços para a causa da paz. O rei Leopoldo da Bélgica, agindo em nome dos neutros ocidentais, irradiou um apelo no dia 23. No dia seguinte, pelo rádio, o Papa fez a seguinte advertência: "Nada se perde com a paz - tudo se pode perder com a guerra." A 24, enquanto onze milhões de homens estavam mobilizados na Europa e a marinha de guerra britânica rumara para suas bases, o presidente Roosevelt expediu três mensagens. Concitou o rei da Itália a procurar impedir a guerra. Instou ele junto ao presidente Moscicki da Polônia para que adotasse métodos de solução pacífica. Enviou um apelo semelhante a Hitler. No dia seguinte, quando chegou a aceitação polonesa, tornou a apelar para Hitler - pela quinta vez no decorrer de um ano. Nenhuma das mensagens obteve resposta. Uma carta pessoal de Daladier a Hitler, na qualidade de velho soldado de linha de frente para outro, foi respondida de um modo que nada prometia.
A diplomacia britânica prosseguiu em seus esforços. No dia 25 de agosto, Sir Neville Henderson levou a Londres uma mensagem em que Hitler prometia, para quando tivesse sido satisfeito na questão das colônias e resolvido a da Polônia, dar garantias ao Império Britânico e aceitar uma razoável limitação dos armamentos. A Grã-Bretanha respondeu a 28, dizendo que estava disposta a discutir esses tópicos, mas que antes era preciso resolver honrosamente a questão polonesa, e que oferta nenhuma de vantagens especiais poderia persuadir a Grã-Bretanha de retirar as garantias dadas. Os poloneses, Hitler foi informado, estavam prontos a discutir as coisas; entrementes, a Grã-Bretanha fá-los-ia evitar qualquer ação que pudesse conduzir a um choque.
Os blackouts eram agora generalizados nas grandes cidades européias. Civis e crianças estavam sendo evacuados de Londres e Paris. A Alemanha estava esperando que a Rússia ratificasse o pacto de não-agressão. No dia 29, uma nova nota alemã foi entregue ao embaixador inglês. O estado de coisas criado pelas bárbaras ações polonesas era "insuportável para uma grande potência. Forçou agora a Alemanha, depois de ter sido por muitos meses um passivo espectador, a, por sua vez, dar os passos necessários para a salvaguarda dos justos interesses alemães." (O espectador passivo estava então completamente mobilizado. Mas quando, no dia seguinte, a Polônia ordenou a mobilização parcial, as estações de radio alemães denunciaram-na como sendo "uma grave e completamente injustificada provocação"). O governo alemão contudo concordou em "aceitar a oferta do governo britânico de empregar seus bons ofícios no sentido de que fosse mandado a Berlim um emissário polonês com plenos poderes." Esperavam-no para o dia seguinte.
O governo britânico agarrou-se a esta última palha. No decorrer do dia 30, enviou cinco telegramas a Berlim referindo-se à pressão sobre a Polônia para que evitasse todos os incidentes fronteiriços e pleiteando mais tempo. Num telegrama e em outra nota mandados naquela mesma noite insistiu em que a Alemanha deveria seguir o curso ordinário de conversações por intermédio do embaixador polonês e renovou a proposta de uma trégua durante as negociações.
Quando esta nota foi apresentada, à meia-noite de 30 de agosto, Herr von Ribbentrop respondeu com a apresentação de um longo documento, que ele leu rapidamente em alemão. Era a proposta de 16 pontos para um acordo baseado no retorno de Dantzig à Alemanha, a retenção de Gdynia pela Polônia e um plebiscito no Corredor com certos direitos reservados para ambos os lados, fosse qual fosse o resultado. Mas quando Sir Neville Henderson perguntou-lhe sobre o texto dessas propostas, Ribbentrop respondeu que agora era muito tarde, já que os poloneses não mandaram enviado algum a Berlim. A alegada oferta não foi, assim, jamais apresentada à Polônia. A insistência do governo britânico, o embaixador polonês, depois de repetidos esforços, conseguiu afinal avistar-se com Ribbentrop na noite seguinte, 31 de agosto. Mas o pacto russo estava agora ratificado e o caminho da Alemanha estava desimpedido. Quando o embaixador polonês tentou entrar em contacto com Varsóvia, verificou que a comunicação tinha sido cortada pelo governo alemão. Na madrugada do dia seguinte começou a invasão alemã da Polônia. "Nenhum outro meio me foi deixado" - anunciou Hitler "a não ser enfrentar a força com a força."
A Grã-Bretanha e a França viram-se assim forçadas a correr em auxílio da Polônia. Numa última e desesperada esperança, contudo, elas esperaram dois dias mais. Mussolini, que já tinha decidido sua neutralidade a despeito do tratado com a Alemanha, sugeriu uma conferência. A Grã-Bretanha e a França aceitaram-na, sob a condição da Alemanha retirar suas tropas da Polônia. Ao mesmo tempo, a Grã-Bretanha e a França enviaram uma exigência direta à Alemanha de retirada ou guerra. Esperaram em vão por uma resposta até o domingo, dia 3 de setembro, e depois então assentaram um definitivo limite de tempo. O limite de tempo britânico expirava às 11 horas da manhã; o francês, às 5 da tarde. Quando estas horas se escoaram, as nações estavam em guerra.
fonte: http://www.2guerra.com.br
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